[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Entendendo VEJA -Re: Re: [ABE-L]: Matéria VEJA - Estatística deveria ser obrigatória?



Mais uma vez vejo que quem fez a declaracao em VEJA nao entende nada de estatistica . Estatistica e metodologia de ciencia , nao tem nada a ver com ensino basico, nada a ver com o dia a dia das pessoas. O que o entrevistado quis dizer , e o que os Ingleses chamam de NUMERACY, entender o que e media , percentagem, graficos para poder entender jornal , sua conta no banco, seu aumento de salario etc. Se Estatistica no ensino basico e ensinar media variancia ,graficos etc estao confundindo as coisas, e cabe a nos estatisticos exsclarecer isso. NUMERACY ja vem sendo ensinado por matematicos, ou pelo menos tentado por alguns Vejam os livros do Prof Elon Lages de Lima e Prof Augusto Morgado para professores (se nao me engano publicados pela Soc Bras. Matematica).
Ao ensinar progressoes eles ensinam calcular juros etc
Muito mais importante seria ensinar no 2 grau , psicologia para podermos e sabermos conviver melhor com as idiosincrasias tipicas de cada um
Bom dia para todos e pensem no assunto.
Basilio

Vermelho Escreveu:
Que bom ler as ponderações acima e ver que existe gente atenta e preocupada
com ensino. Não só de Estatística, mas ensino como um todo.
É claro que ensinar técnicas estatísticas para pessoas que não são capazes
de formular ou refletir sobre o mundo real, não serve para nada.
Quantos de nós já nos deparamos com alunos reclamando que os cursos
são"muito teóricos" quando resolvemos demonstrar um resultado simples que
seja. Mas para que serviria a escola se não fosse para tentar passar, pelo
menos, um pouquinho de teoria e fundamentos?
Quem sabe a introdução da filosofia e sociologia nos currículos do ensino
médio não seja bom para motivar os alunos, alguns poucos que seja, para o
aprendizado da estatística, que já faz parte do currículo, como foi lembrado
nesta lista.
Abraços,

2008/7/2 Lori Viali <Viali@pucrs.br>:
  Pessoal
   Estatística e Probabilidade já fazem parte do currículo de matemática do
ensino fundamental e médio desde 1998 quando foram lançados os PCN
(Parâmetros Currículares Nacionais). O problema é que as diretrizes
curriculares dos cursos de matemática não andaram na mesma direção e não
colocam Estatística e Probabilidade com áreas ou disciplinas obrigatórias
nos cursos de Licenciatura em Matemática. Assim existe um problema sério de
formação de pessoal habilitado a lecionar essas disciplinas.
  Geralmente os cursos de licenciatura em Matemática oferecem uma
disciplina de Estatística ou Probabilidade nos currículos de Matemática que
normalmente é compartilhada com outros cursos da área, em geral, as
Engenharias. Assim o professor de Matemática não se sente preparado para
lecionar essas disciplinas e elas acabam sendo ignoradas.
   Fazendo uma análise dos livros do ensino fundamental e principalmente do
médio pode-se perceber que nem todas ainda se adaptaram a lei e os que o
fizeram colocam geralmente a Probabilidade e principalmente a Estatística
como o último capítulo, mostrando que aquilo foi colocado ali apenas para
não perder espaço no mercado e os textos acabarem sendo rejeitados nas
compras do governo para as escolas públicas.
   Como não existem cursos de licencitatura em Estatística e os formados em
Matemática na maioria (pesquisas comprovam) não se sentem em condições de
lecionar essas disciplinas tem-se a impressão de que elas, de fato, não
fazem parte do currículo do ensino fundamental e médio, mas elas estão lá
numa proporção bem maior até do que se poderia almejar.
   Fazer lei é fácil o difícil é habilitar professores para desempenharem a
tarefa com competência. Considerando que 30% dos professoes que lecionam
Matemática no Brasil não tem formação na área e os que tem praticamente não
tomam contato com a Estatística e a Probabilidade temos ainda um longo
caminho a percorrer até a almejada literácia estatística dos egressos do
ensino médio.
Prof. Lorí Viali
UFRGS
P.S.: No Sinape deverá sair um artigo sobre esse assunto onde fiz um
levantamento da situação dos currículos de Lic. em Matemática em relação a
formação na área de Prob. e Estatística. Adianto que dos 125 cursos
examinados a carga horária média dedicada as duas disciplinas está em torno
de 2,4% do total de horas do curso que sobre para 2,7% se for incluído a
Combinatória.

------------------------------
*De:* Rafael Bráz [mailto:soestatistica@yahoo.com.br]
*Enviada:* qua 7/2/2008 12:25
*Para:* abe-l@ime.usp.br
*Assunto:* Re: [ABE-L]: Matéria VEJA - Estatística deveria ser
obrigatória? Caros Redistas,
Li as mensagens enviadas para a rede e gostei de ler o ponto de vista de
cada um.
Agora um ponto a ser levantado, não vejo porque as perguntas relacionadas
ao texto de *Gustavo Ioschp* ser direcionado a mim . Em momento algum eu
concordei ou discordei do que foi levantado pelo autor.  Eu apenas disse que
achei o texto muito interessante, e achei mesmo.
Eu concordo com várias passagens do texto, e também discordo de algumas
outras passagens.
No momento, se alguém me perguntasse se eu gostaria que a disciplina
Estatística fosse obrigatória no ensino médio... Minha resposta seria SIM.
Mas provavelmente a inclusão desta disciplina teria um peso,  pois acredito
que a carga horária não iria alterar para a inclusão de uma outra
disciplina, assim, teria que pensar se valeria a pena. Algumas perguntas teriam que ser respondidas.
Qual seria a disciplina que iria ter uma menor carga horária?
É para decidir entre Estatística, Psicologia, Filosofia ou outra? abraços Rafael Bráz A. Farias








*Jose Carvalho <carvalho@statistika.com.br>* escreveu:
Maravilha!!! Chegamos ao "coul de sac". Nada de cultura, somente
materias "práticas". Estatística é melhor do que filosofia, como matéria de ginasial? Por que uma e não a outra?
O ensino já é isso mesmo. Formamos gente "prática", sem cultura. Nada de
português, ora bolas! O ginasiano sabe falar, não é? Para que regras
gramaticais? Para que ler Camões? Shakespeare, nem pensar. Música:
Xitãozinho
e Xororó bastam; para que Mozart? O estatístico pode falar em coeficiente de achatamento. Para que "curtose"?
É... mas a conseqüência de falta de cultura é a incapacidade de formular
modelos, de entender processos físicos, de acompanhar nomes da medicina, e
por aí vai. É... "smalltalk" vai ser nossa língua. Ela basta, "companhero"!
Triste... Seriamente - eu ficaria com português, com várias línguas
estrangeiras, com filosofia, com história, com muita física, química,
biologia e matemática. E, claro, por que não, até com estatística. Ah, não
esqueçam do latim. Grego, quem sabe? Como dizia Paulo Francis, daquele
jeito
arrogante, rabugento e, de seu modo, simpático, "cultura não ofende a
ninguém".
Rafael, esse trecho é interessante, mesmo. O apelo ao ensino da estatística
é
interessante. Mas nem caberia discussão sobre ensinar filosofia e
sociologia?
Questão: há professores? O curso será um mero meio de doutrinar, de ensinar
um "pensamento" político? Mas esses são problemas e aberrações. Em tese,
sim,
vamos ensinar filosofia.
On Tuesday 01 July 2008 23:55:22 Rafael Bráz wrote:
> Caros,
>
> Hoje me deparei com um texto muito interessante quando visitei o sitio da
> UOL, nele encontra-se uma matéria intitulada de " Para que filosofia e
> sociologia obrigatórias? ".
>
> Neste e-mail coloquei um título com o nome Estatística, pois é sobre ela
> que fala realmente a matéria. O texto fala sobre a introdução de
filosofia
> e sociologia no currículo, quando devia-se realmente incluir a
estatística
> .
>
> Abaixo algumas frase retiradas do texto.
>
> "Se fosse para incluir uma nova disciplina
> em nosso currículo, adoraria que fosse
> estatística."
>
> "Sem uma comprovação empírica, qualquer
> pensamento é apenas uma tese."
>
> "hoje vejo que a matéria mais importante é
> estatística." --------
> Link da página
>
> http://veja.abril.uol.com.br/gustavo_ioschpe/notas_300608.shtml
> ------------
> Texto completo abaixo:
> --
> Notas
> Errar é humanas
>
> Eu só descobri que não entendia nada de
> matemática quando conversava com um colega
> russo, no mestrado, sobre o assunto. Aquilo que pra
> mim exigia um grande esforço mental, de montagem
> de equações e de tentativa de operações
> algébricas, para ele era visivelmente algo automático,
> instintivo, como a construção de uma frase
> em sua língua natal. Não sei exatamente como os
> russos ou os asiáticos ensinam a matemática, mas
> hoje entendo por que o nosso ensino é tão fraco.
> No Brasil, não se ensina matemática. Se ensina a
> resolução de problemas matemáticos. Nossas escolas explicam a mecânica da
> coisa. Pra somar e subtrair, você "passa um pra
> lá", "tira um de lá" e
> pronto, está aí o resultado. Multiplicação é
> simples: basta decorar a tabuada e, para números
> maiores, adicionar a mecânica da adição. A
> divisão é também uma questão quase geográfica:
> coloque o divisor aqui, o dividendo ali, na
> "cadeirinha", puxe a tabuada da memória e vá
> seguindo até que se encontre o resultado e o
> "resto". Trigonometria é um exercício de
> decoreba de fórmulas e ângulos. Geometria é como
> se fosse um quebra-cabeça com algumas peças
> faltando: basta saber que a soma dos ângulos de um triângulo é 180 graus,
> ou o teorema de Pitágoras ou a fórmula do raio
> de uma circunferência para se resolver todo e
> qualquer problema. Os problemas costumam ser de
> uma inutilidade total, mais na linha de "um
> círculo inscrito em um quadrado de lados..." do
> que "para colocar uma pizza em uma caixa
> quadrada...". O problema é fundamentalmente filosófico,
> epistemológico: a maioria das pessoas entende
> a matemática como uma ferramenta que precisamos
> dominar para resolver alguns problemas do cotidiano.
> Mas a matemática não é isso. A matemática
> é uma linguagem que descreve o mundo. Todo o
> mundo físico é traduzível em números, com
> acuidade muito maior do que a descrição feita
> por palavras. Além disso, a matemática é a
> árvore da qual brotam os frutos das ciências
> exatas: física, química, biologia, estatística,
> engenharia, medicina - nada disso seria possível
> sem a matemática.
>
> Eu só fui descobrir isso quando já estava no
> mestrado. De tudo que estudei na vida - e acabei
> estudando, na faculdade, história, ciência
> política, psicologia, sociologia, economia, geologia,
> marketing, administração, contabilidade,
> crítica literária, filosofia e outras que nem me
> lembro mais, não apenas por desejo e curiosidade
> próprias, mas porque o sistema americano impõe
> essa multidisciplinaridade - hoje vejo que a
> matéria mais importante é estatística. Achava a
> matéria um porre quando a cursei, no primeiro
> ano. O que é natural, aliás: aos 18 anos, o
> cérebro humano está demasiadamente encharcado de
> hormônios para que os pensamentos possam nadar. Agora vejo que a
> estatística é a base de tudo, é o que
> possibilita a distinção entre a opinião e o
> fato, a aparência e a realidade (as "formas"
> platônicas). Sem estatística não
> pode haver ciência exata nem ciência social.
> Cada vez mais entendemos que comportamentos que antes
> podiam ser debatidos apenas por filósofos, romancistas
> e poetas agora são explicáveis através
> da aplicação rigorosa de métodos estatísticos.
> É claro que a estatística não responde as
> perguntas fundamentais da existência - como
> viver a boa vida? - mas tampouco o faz a filosofia,
> com a agravante que uma filosofia desprovida de estatística
> é apenas um teatro para o duelo de visões
> antagônicas e insubstanciadas, com resultados
> potencialmente nocivos. "Errar é humanas",
> disse um professor de história da arte da Unicamp
> que me acompanhava em um debate anos atrás, numa
> daquelas manifestações de auto-ironia que não
> têm sinceridade nenhuma. Não, errar não é
> humanas. Há muito acerto - e muito erro -
> naquilo que se produz nas humanas. O difícil,
> sem o auxílio da estatística, é separar o joio
> do trigo. Não é que errar seja humanas, é que a
> convicção do acerto só pode vir com a ajuda das
> exatas. Sem uma comprovação empírica, qualquer
> pensamento é apenas uma tese. Os filósofos
> e historiadores que me lêem deve estar nauseados,
> mas mal sabem eles que esse axioma os cerca em todo
> lugar. Os remédios que eles tomam quando estão
> doentes só são aprovados ao passar por
> um processo estatístico que os separe de um placebo
> ineficaz. Todos os processos produtivos/industriais
> que geram os bens que consumimos são calibrados
> e controlados por ferramentas estatísticas de
> controle de qualidade. As peças dos carros que
> dirigimos são submetidas a testes estatísticos
> que asseguram sua confiabilidade. O computador no qual
> você lê esse artigo só existe por uma ferramenta estatística
> que determina a sua eficiência. A civilização
> moderna não é possível sem a estatística.
> E, ainda assim, está na moda praguejar contra
> números. Até professores renomados, como
> esse da Unicamp, podem falar bobagens como "os
> números são criações humanas e, como tal,
> têm uma intencionalidade" e se sentir bem, como
> se não estivessem cometendo um crime
> intelectual. Essas idéias me vêm à mente quando
> vejo que filosofia e sociologia foram incluídas
> como matérias obrigatórias no currículo do
> ensino médio. Veja só: nosso sistema educacional
> é um fracasso tão retumbante que, na última medição em que o
> desempenho dos alunos foi dividido em níveis,
> o SAEB de 2003 apontou que 55% dos alunos da quarta
> série estavam em situação crítica ou
> muito crítica em leitura, o que quer dizer que
> eram praticamente analfabetos. A maioria dos alunos
> que faz a prova de Matemática no SAEB acha que
> "3/4" é 3,4, e não 0,75. Não entendem nem a
> notação de uma fração. Achar que esses
> professores, com essa qualidade, conseguirão
> ensinar filosofia e sociologia a esses alunos é
> o que os ingleses chamam de wishful thinking, um
> otimismo despropositado. No primeiro semestre da faculdade, li um texto
> muito bom de Paulo Freire, em que ele dizia que
> era preciso read the word to read the world (ler
> a palavra para ler o mundo). Não sei se ele o
> escreveu em inglês ou se a tradução foi
> especialmente fortuita, mas o enunciado é
> verdadeiro: é impossível entender a complexidade
> do mundo se você não sabe ler. É impossível
> estudar filosofia se você não sabe ler. Essas
> aulas serão apenas uma maneira mais escancarada
> de se praticar o doutrinamento do marxismo
> rastaquera que impera em nossas escolas. Eu
> particularmente ficaria muito contente se os
> nossos alunos saíssem do ensino médio ignorantes de filosofia e
sociologia,
> mas conseguindo ler um texto e entendendo-o,
> para que tomassem suas próprias conclusões
> filosóficas ao lerem seus próprios livros. E se
> fosse para incluir uma nova disciplina em nosso
> currículo, adoraria que fosse estatística. A
> maioria dos alunos a detestaria e aprenderia
> muito pouco, mas talvez uma minoria conseguisse
> extrair daí o ferramental que lhe permitiria
> julgar, com a sua própria racionalidade, a
> veracidade das teorias com que são bombardeados
> na escola, nas ruas, na mídia. O que de melhor
> pode haver no processo educacional do que a
> capacidade de não apenas instigar a capacidade
> de questionamento dos alunos, mas também dar-lhes
> o instrumental que lhes permitirá solucionar
> esses próprios questionamentos sozinhos?
> ------------------------------------------------------------------- Ainda
> números
>
>
> Para quem gosta de números e, mais ainda, para
> quem não gosta, vale a pena ver o filme Quebrando
> a Banca (assista a crítica do filme no
> vídeo abaixo), que conta a história verídica de
> alunos do MIT que se aproveitam da estatística
> (mais especificamente o ramo da probabilidade)
> para encontrar uma maneira honesta de derrotar o
> cassino no jogo de blackjack e ganhar milhões de
> dólares no processo. O filme saiu de cartaz há
> pouco em São Paulo, então deve chegar às
> locadoras em breve. Recomendado para todos os
> professores de matemática que não conseguem
> fazer seus alunos se interessarem pela matéria.
> Quem gostou do filme gostará ainda mais do livro
> que lhe deu origem, Bringing Down the House, de
> Ben Mezrich (Quebrando a Banca, na tradução
> brasileira, da Companhia das Letras). Outro bom
> (e pequeno) livro para aqueles que querem gostar
> de números é Fermat's Last Theorem, de Amir
> Aczel (que eu saiba, inédito em português. Não
> confundir com O Último Teorema de Fermat, de
> Simon Singh).
>
---------------------------------------------------------------------------
>------------------------
>
>
> Abs
>
> Rafael Bráz
> http://www.ime.usp.br/~rfarias <http://www.ime.usp.br/%7Erfarias>
>
>
> ---------------------------------
> Novos endereços, o Yahoo! que você conhece. Crie um email novo com a sua
> cara @ymail.com ou @rocketmail.com.


--
José F. de Carvalho, PhD
Statistika Consultoria
+55-19-3236-7537

 ------------------------------
Novos endereços, o Yahoo! que você conhece. Crie um email novo<http://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.new.mail.yahoo.com/addresses>com a sua cara @
ymail.com ou @rocketmail.com.

--
Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
2142 0473 - IBGE