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Mais pontos aos pontos do Zé e Pedro



Caros,

Aproveitando as colocações do Zé e Pedro,
permitam-me acrescentar alguns pontos.
A escola pública dos anos 50-60 era infinitamente
melhor do que hoje. Muitos professores das escolas
tradicionais públicas das principais cidades do País
eram mestres renomados. Além do mais, os professores
da rede pública (que formavam a grande maioria)
ganhavam salários bem melhores do que hoje.

Os livros do científico dos anos 50-60 eram
infinitamente melhores do que aqueles que os
alunos do 2º grau estudam hoje nas disciplinas
básicas. Esses últimos visam apenas a apresentar
receitas para o vestibular. Senão vejamos.
Na matemática, tínhamos Ary Quintella, Alberto Nunes
Serrão (era desafiador os problemas tipo B),
Abecedário da álgebra (de um milico mas muito bom),
FIC (Irmãos Maristas) e 4 autores. Na física,
Tore Niles Olof Folmer Johnson (que freqüentou nossa
casa por ser amigo do meu pai) e Dalton Gonçalves.
Na geometria descritiva, Alfredo dos Reis Príncipe
Júnior e Virgílio Atahyde Pinheiro. E por aí vai.
Acabaram com a geometria descritiva no 2º grau
mas exigem que os vestibulandos de ciências exatas
tenham conhecimentos (por pura "memória") de biologia.

As ementas das disciplinas do primário, ginásio
e científico eram muito mais profundas, embora
com espectro menos amplo do que àquelas do 1º
e 2º graus de hoje. Aprendia-se (no curso científico)
limites, critérios de convergência das séries,
as cônicas, derivada e integração. Hoje esses
conceitos só são vistos na universidade.

Saudações,

Gauss



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Gauss Cordeiro
(http://www.pgbiom.ufrpe.br/docentes/~gauss/)
PhD em Estatística, Imperial College
(1982), MSc em Pesquisa Operacional, UFRJ (1976), Engenheiro
Civil, UFPE (1974) e Bacharel e Licenciado em Matemática, UNICAP (1973)