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Re: Pesquisas eleitorais



... "heliobarros.barros"  escreveu:> > > Achei interessante a análise efetuada para as pesquisas eleitorais, mas como administrador e profissionalde pesquisa me ficaral algumas dúvidas que exponho em anexo. Se puder me esclarecer agradeço.

Grato,
HélioMax Felix de Barros


Eis o anexo enviado pelo Hélio:

Caro José F. de Carvalho a fórmula a qual vc se refere quando coloca pq/n dever ser quando escrita corretamente para o cálculo de amostra:
Calculando por proporções	
onde 	z = 1,96 
para	95% confiança
sendo	o valor do erro () atribuído pelo pesquisador
Isso quer dizer que a cada 100 estudos realizados, espera-se que em apenas 5 ocorram valores e/ou desvios padrão abaixo ou acima do esperado.
Pergunto como concluiu que 65% dos valores está abaixo de -3% e 4% estão acima de +3%. Calculou por percentil?
Observando o histograma penso, transformou as diversas pesquisas em observações ou usou as observações de cada pesquisa independentemente? 
E as estatísticas da distribuição que valores e metodologia usou?
Como chegou a uma média -5,51? Pois sabemos que se a votação é 45% com erro de três por cento cai em um intervalo de classe que vai de 42% a 48% logo o valor obtido pela pesquisa é apropria média do intervalo.
Considerou um teste bi-caudal ou mono-caudal?
E como chegou a um desvio padrão de 1,5? Será em virtude do teste bi-caudal?


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Tentarei responder às questões.

Caro Hélio, quando escrevi  "pq/n", esperei que os leitores desta lista soubessem (e sabe a maioria) que é uma forma contraída de dizer que:

1) se considera que a distribuição de uma observação, da variável "vota no candidato X", é binomial, com média p e tamanho efetivo de amostra n;
2) isso é conseguido quando se tem amostragem aleatória simples.

Como não é esse o caso das pesquisas eleitorais, a crítica decorre.

A fórmula que V. usou para o tamanho da amostra segue desse esquema e do uso da distribuição Gaussiana como aproximação à distribuição binomial. Citar essa fórmula somente evidencia que V. usa fórmulas para amostragem aleatória simples - e eu duvido que as suas sejam do tipo, se me perdoa a franqueza. 

O que fiz foi tomar os resultados de pesquisas, as mais próximas às eleições, e os resultados efetivos dos pleitos. Estão dados em percentagem, seguindo a escala usada na FSP. Meramente tomei as diferenças entre um e outro, por candidato. Apenas os dois primeiros colocados nas pesquisas foram considerados, pois estes foram os dados originais de pesquisas, retirados da FSP. 

A distribuição que está no Resumo é a distribuição dessas diferenças. Os momentos (média, desvio-padrão,...) foram calculados diretamente dessa distribuição. Foi assim que cheguei à "conclusão". Não é uma conclusão estatística digna desse nome. Apenas se diz que no exemplo se obteve um desvio (bias) de cerca de 5%. 

Não considerei teste nem bi- nem mono-caudal, teste algum. Estatístico que sou, não ousaria testar hipótese alguma dos dados que usei. Mas não disse que fiz algum teste. Daí, não pude entender sua questão.

Como disse, não quero que este seja um estudo abrangente, nem muito sério. Ele nada mais é do que uma rápida compilação. Que, lembrando, mostra que os resultados deram 70% de pontos fora da "margem de erro". O significado deste achado deixo-o a você. 

Ah, considerando a distribuição de médias das pesquisas, se elas fossem feitas com base em critérios estatísticos, a média delas deveria ter média nula (que frase, hein?) e, para desviar-se +/- 3 do valor real, o desvio-padrão deveria ser metade disso (sabe como é: 1.96 dp para conter cerca de 95% numa Gaussiana). Mas o dp da distribuição supera em muito esse valor.  De todo modo, para sua pergunta: não tem nada a ver com teste bicaudal.

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Hélio, há questões complexas em levantamentos por amostragem, que envolvem conhecimento de estatística e de matemática, nem por sombra aventados em seu questionamento. Mas ele apenas reforça meu diagnóstico  de que essas pesquisas carecem de base estatística sólida. 

Atenciosamente,

José