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Re: [ABE-L]: Re:[ABE-L]: refletindo ao lado da fogueira



Fernando, Renato e demais colegas,

É louvável a preocupação em identificar um mercado promissor para
estatísticos. Porém, mesmo avaliando nessa perspectiva, tendo a discordar
de como foi levantada a questão, mais especificamente com respeito a parte
destacada abaixo.

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?Contudo, a questao que nao quer calar e se institutos de pesquisas de ambito
nacional  podem ou nao se  darem ao luxo de dispensar o uso de metodos
nao-probabilisticos  para selecao de amostras em pesquisas eleitorais
semanais.
Principalmente num pais continental como o Brasil com mais de 5000
municipios. Posso
estar enganado, mas acho que nem o IBGE com toda a sua equipe e estrutura
nao daria
conta desta tarefa.?
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Primeiro, vamos lembrar que pesquisas eleitorais acontecem com abrangência
nacional, estadual e municipal. Nos dois últimos casos, a questão do
tamanho da população não tem mais o mesmo peso do primeiro - mas ainda
assim não se vê mudança de método de amostragem por parte dos institutos
de pesquisa.

Talvez o argumento colocado esteja restrito a pesquisas eleitorais de
abrangência nacional. Mas aí, pode levar a entender que não haja solução
viável para os impasses levantados, via uso de métodos probabilísticos de
amostragem - no que discordo. A tecnologia de amostragem - digo tecnologia
por considerar mais abrangente o problema - vem se desenvolvendo a passos
largos e é capaz de fornecer soluções com custos que não justificam
economizar em favor de um método não probabilístico de amostragem. Não é o
caso agora de listar aqui exemplos do que fazer, que plano amostral
específico adotar para resolver o problema, mas vale o incentivo para
aqueles que querem estudar e aprofundar os conhecimentos na área, seguindo
uma pós-graduação, por exemplo. Criatividade é um dos aspectos essenciais
para a elaboração de um bom plano amostral. Aliada à tencologia
computacional disponível hoje permite ir muito além do que o senso comum
pode vislumbrar.

Imagino que, se houvesse uma preocupação por parte dos chamados institutos
de pesquisa em investir em inovação tecnológica e material humano
especializado - quantos doutores em estatística existem trabalhando - em
pesquisa metodológica - nesses institutos no Brasil? - já teríamos um
grande avanço na prática do que hoje não passam de sondagens de intenções
de voto.

Um abraço,

Cristriano