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Empreendedorismo e gestão



Prezados

Achei interessante a discussão sobre disciplinas de Gestão e Empreendedorismo. 
Justamente hoje, alunos da graduação de estatística do 1o ano me perguntavam 
porque eles têm disciplinas de Física I e laboratório de Física, que valem 8 
créditos, o mesmo que as disciplinas de Estatística do primeiro ano.
Outras disciplinas têm conteúdo que depende do que o professor gosta de 
pesquisar mesmo que não siga o programa. Acho que essas questões são mais 
básicas.
Também considero que o perfil do aluno formado que segue a carreira acadêmica, 
com dedicação exclusiva, não é exatamente o de empreendedores.
Além disso, na engenharia, medicina e economia, muitos professores fazem mais 
pesquisa aplicada e consultorias e isso é bem visto.
É curioso que quando eu me transferi do bacharelado da computação para o da 
estatística, perguntei a um professor(a) o que achava do mercado de trabalho de 
estatístico, e ouvi como resposta que nâo sabia pois nunca saiu da usp.

abraço
Lane Alencar
www.ime.usp.br/~lane

Citando gausscordeiro <gausscordeiro@uol.com.br>:

> Caros Redistas,
> 
> Aproveitado os oportunos e-mails da Lisbeth e do Renato, eu
> gostaria de dizer que a assertiva "os engenheiros, médicos,
> economistas e administradores são em média mais empreendedores
> do que os estatísticos" é verdadeira, pelo simples fato deles terem
> uma formação de graduação bem mais abrangente do que os estatísticos.
> 
> Falta no currículo dos estatísticos disciplinas gerais
> de Macroeconomia, Empreendedorismo, Gestão Pública,
> Administração, Finanças, Engenharia de Produção e por aí vái.
> Eu reitero esse fato desde 1975. O problema, no meu entender,
> é que a carga horária exigida na graduação de estatítica
> (3600 horas) é muito menor do que nas profissões acima.
> 
> 
> Saudações,
> 
> Gauss Cordeiro
> 
> 
> 
> 
> >
> >    Lisbeth,
> >    na sua mensagem, existe estre trecho:
> >    Carlos Rodrigo Formigare, de 34 anos, estatístico do Unibanco, que
> >    dirige a área de cartão de créditos da empresa, ..... "O estatístico
> >    sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros conhecimentos
> >    para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros profissionais
> >    saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa lacuna for
> >    diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos próximos
> >    cinco anos....
> >    Nos encontros do ICOTCS já houve alguma discussaõ sobre isto?
> >    Às vezes, os engenheiros ou médicos aparentam ter mais
> >    empreendedorismo
> >    que os estatísticos. Mas talvez isto seja simplesmente porque as
> >    coortes de engenheiros
> >    e médicos são muito maiores (só a UFMG forma 300 medicos e 25
> >    estatísticos por ano).
> >    Aí os outliers se relevam mais facilmente. Mas pode ter alguma outra
> >    razão. Não sei.
> >    Existe alguma discussão sobre isso? Existe algum curso de graduação
> >    (ou pos-grad) pelo
> >    mundo que ensina-estimula gestão para estatísticos? Isto poderia estar
> >    num curso-projeto
> >    tipo Serviço de Assessoria Estatística?  Você tem alguma opinião?
> >    Renato Assunção
> >    Universidade Federal de Minas Gerais
> >    Instituto de Ciencias Exatas
> >    Departamento de Estatistica
> >    Campus Pampulha
> >    Belo Horizonte MG 31270-901 - Brasil
> >    [1]assuncao@est.ufmg.br
> >    FAX: 55-31-3409-5924  PHONE: 55-31-3409-5940
> >    [2]http://www.est.ufmg.br/~assuncao
> >    -----"Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br> escreveu: -----
> >
> >      Para: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
> >      De: "Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br>
> >      Data: 28/10/2008 23.20
> >      Assunto: [ABE-L]: artigo
> >
> > REVISTA VOCÊSA  outubro 2008
> >
> > A vez dos estatísticos
> >
> > As empresas descobriram que o estatístico aponta caminhos para aumentar o
> > lucro, mas faltam profissionais no mercado
> >
> > Por Renata Avediani
> >
> >    Você já imaginou quantas análises estatísticas são feitas antes do
> >    lançamento de um novo medicamento? É preciso testar exaustivamente a
> >    ação do remédio, reunir os resultados dos testes, organizar as
> >    informações e só depois concluir se a droga pode ser comercializada. A
> >    análise de dados está presente até em uma simples ligação telefônica
> >    que a administradora de cartão de crédito faz para você. A companhia
> >    cruza informações como sexo, renda mensal e hábitos de consumo para
> >    oferecer um produto na medida certa. E quem faz todo esse trabalho? O
> >    estatístico. Um profissional que as empresas vêm descobrindo que pode
> >    transformar pilhas de números e gráficos em informações que servirão
> >    para reduzir custos e aumentar os lucros. O problema é que falta gente
> >    qualificada no mercado.
> >
> >    Uma explicação para isso é o reduzido número de alunos nos cursos de
> >    estatística e a falta de informações sobre o campo de atuação desse
> >    profissional. Para cada estatístico que se registra no Conselho
> >    Federal de Estatística, há pelo menos mil engenheiros pedindo registro
> >    no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Aliás, até
> >    aqui engenheiros vinham cumprindo as funções que agora algumas
> >    organizações entregam na mão do pessoal de estatística.
> >
> >    É assim na Vivo, operadora de telefonia celular. Ali, a divisão de
> >    garantia de receita é gerenciada pela estatística Marcella Macedo, de
> >    29 anos, de São Paulo. "Escolhi estatística porque gostava de contas e
> >    acabei conhecendo o curso por acaso", diz. "O bom da profissão é que
> >    dá para trabalhar em qualquer setor, basta ter raciocínio lógico,
> >    saber lidar com informações e ter curiosidade de entender como e por
> >    que as coisas acontecem." Marcella é responsável por analisar dados
> >    que possam ajudar a reverter as perdas financeiras da Vivo. Ela tem
> >    conseguido bater suas metas e manter-se em ascensão profissional,
> >    tanto que convenceu a irmã e o primo a seguirem a mesma carreira.
> >
> >    Os ventos sopram a favor também para quem quer trocar de carreira para
> >    se especializar na área. A procura por esses profissionais tem
> >    crescido junto com o avanço tecnológico, que permite que mais dados
> >    sejam armazenados e avaliados rapidamente, agilizando as decisões da
> >    empresa. "Nenhuma companhia decide nada de importante sem avaliar
> >    bastante os riscos e as oportunidades. Quem faz isso com muita
> >    precisão são os estatísticos", diz José Ferreira de Carvalho,
> >    consultor e professor da Unicamp. Os empregos estão em todos os
> >    setores, principalmente nas instituições financeiras, e os salários
> >    médios são de 4 000 reais. "Tivemos de esperar 12 meses para conseguir
> >    preencher uma posição", diz a estatística Érika Rollim, de 31 anos,
> >    diretora de marketing e serviços ao cliente do SAS Brasil, empresa de
> >    software e consultoria estatística, de São Paulo.
> >
> >    Para suprir a ausência desses profissionais, Carlos Rodrigo Formigare,
> >    de 34 anos, estatístico do Unibanco, que dirige a área de cartão de
> >    créditos da empresa, o Unicard, ajudou a montar um curso de modelagem
> >    estatística -- técnica usada pelo departamento para traçar o perfil
> >    dos clientes e customizar serviços. O curso tem seis módulos, que
> >    duram nove meses, e já especializou mais de 300 profissionais, entre
> >    engenheiros, administradores e economistas, nos últimos oito anos. "O
> >    estatístico sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros
> >    conhecimentos para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros
> >    profissionais saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa
> >    lacuna for diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos
> >    próximos cinco anos. Palavra de quem entende de probabilidade.
> >
> >    DE OLHO NOS NÚMEROS
> >    Não é só o IBGE e os institutos de pesquisa que empregam
> >    estatísticos.Esses profissionais têm sido contratados por empresas
> >    para trabalhar em diferentes departamentos como:
> >      * Recursos humanos - A responsabilidade do estatístico é calcular e
> >        projetar,por exemplo, os gastos futuros com planos de saúde e
> >        previdência privada.
> >      * Departamento financeiro - Sua expertise ajuda a analisar os
> >        números da companhia e os processos de produção para tentar
> >        reverter prejuízos ou melhorar os resultados.
> >      * Departamentos de produção - O desafio é aperfeiçoar os processos
> >        produtivos,medindo,entre outras variáveis,a produtividade de uma
> >        máquina por hora, além de avaliar a qualidade dos produtos,
> >        checando informações sobre itens fabricados com defeitos.
> >
> >      Para a paulista Marcella Macedo, 29 anos, da Vivo, trabalhar com
> >      estatística é uma grande paixão: "Esprememos os números até que
> >      eles confessem os dados"
> >
> 
> ************************************************************
> Gauss Cordeiro
> (http://www.pgbiom.ufrpe.br/docentes/~gauss/)
> PhD em Estatística, Imperial College
> (1982), MSc em Pesquisa Operacional,
> UFRJ (1976), Engenheiro
> Civil, UFPE (1974) e Bacharel e
> Licenciado em Matemática, UNICAP (1973)
> 
> 

Lane Alencar <lane@ime.usp.br>