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Empreendedorismo e gestão
- Subject: Empreendedorismo e gestão
- From: Lane Alencar <lane@ime.usp.br>
- Date: Fri, 31 Oct 2008 09:30:27 -0300
Prezados
Achei interessante a discussão sobre disciplinas de Gestão e Empreendedorismo.
Justamente hoje, alunos da graduação de estatística do 1o ano me perguntavam
porque eles têm disciplinas de Física I e laboratório de Física, que valem 8
créditos, o mesmo que as disciplinas de Estatística do primeiro ano.
Outras disciplinas têm conteúdo que depende do que o professor gosta de
pesquisar mesmo que não siga o programa. Acho que essas questões são mais
básicas.
Também considero que o perfil do aluno formado que segue a carreira acadêmica,
com dedicação exclusiva, não é exatamente o de empreendedores.
Além disso, na engenharia, medicina e economia, muitos professores fazem mais
pesquisa aplicada e consultorias e isso é bem visto.
É curioso que quando eu me transferi do bacharelado da computação para o da
estatística, perguntei a um professor(a) o que achava do mercado de trabalho de
estatístico, e ouvi como resposta que nâo sabia pois nunca saiu da usp.
abraço
Lane Alencar
www.ime.usp.br/~lane
Citando gausscordeiro <gausscordeiro@uol.com.br>:
> Caros Redistas,
>
> Aproveitado os oportunos e-mails da Lisbeth e do Renato, eu
> gostaria de dizer que a assertiva "os engenheiros, médicos,
> economistas e administradores são em média mais empreendedores
> do que os estatísticos" é verdadeira, pelo simples fato deles terem
> uma formação de graduação bem mais abrangente do que os estatísticos.
>
> Falta no currículo dos estatísticos disciplinas gerais
> de Macroeconomia, Empreendedorismo, Gestão Pública,
> Administração, Finanças, Engenharia de Produção e por aí vái.
> Eu reitero esse fato desde 1975. O problema, no meu entender,
> é que a carga horária exigida na graduação de estatítica
> (3600 horas) é muito menor do que nas profissões acima.
>
>
> Saudações,
>
> Gauss Cordeiro
>
>
>
>
> >
> > Lisbeth,
> > na sua mensagem, existe estre trecho:
> > Carlos Rodrigo Formigare, de 34 anos, estatístico do Unibanco, que
> > dirige a área de cartão de créditos da empresa, ..... "O estatístico
> > sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros conhecimentos
> > para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros profissionais
> > saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa lacuna for
> > diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos próximos
> > cinco anos....
> > Nos encontros do ICOTCS já houve alguma discussaõ sobre isto?
> > Às vezes, os engenheiros ou médicos aparentam ter mais
> > empreendedorismo
> > que os estatísticos. Mas talvez isto seja simplesmente porque as
> > coortes de engenheiros
> > e médicos são muito maiores (só a UFMG forma 300 medicos e 25
> > estatísticos por ano).
> > Aí os outliers se relevam mais facilmente. Mas pode ter alguma outra
> > razão. Não sei.
> > Existe alguma discussão sobre isso? Existe algum curso de graduação
> > (ou pos-grad) pelo
> > mundo que ensina-estimula gestão para estatísticos? Isto poderia estar
> > num curso-projeto
> > tipo Serviço de Assessoria Estatística? Você tem alguma opinião?
> > Renato Assunção
> > Universidade Federal de Minas Gerais
> > Instituto de Ciencias Exatas
> > Departamento de Estatistica
> > Campus Pampulha
> > Belo Horizonte MG 31270-901 - Brasil
> > [1]assuncao@est.ufmg.br
> > FAX: 55-31-3409-5924 PHONE: 55-31-3409-5940
> > [2]http://www.est.ufmg.br/~assuncao
> > -----"Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br> escreveu: -----
> >
> > Para: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
> > De: "Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br>
> > Data: 28/10/2008 23.20
> > Assunto: [ABE-L]: artigo
> >
> > REVISTA VOCÊSA outubro 2008
> >
> > A vez dos estatísticos
> >
> > As empresas descobriram que o estatístico aponta caminhos para aumentar o
> > lucro, mas faltam profissionais no mercado
> >
> > Por Renata Avediani
> >
> > Você já imaginou quantas análises estatísticas são feitas antes do
> > lançamento de um novo medicamento? É preciso testar exaustivamente a
> > ação do remédio, reunir os resultados dos testes, organizar as
> > informações e só depois concluir se a droga pode ser comercializada. A
> > análise de dados está presente até em uma simples ligação telefônica
> > que a administradora de cartão de crédito faz para você. A companhia
> > cruza informações como sexo, renda mensal e hábitos de consumo para
> > oferecer um produto na medida certa. E quem faz todo esse trabalho? O
> > estatístico. Um profissional que as empresas vêm descobrindo que pode
> > transformar pilhas de números e gráficos em informações que servirão
> > para reduzir custos e aumentar os lucros. O problema é que falta gente
> > qualificada no mercado.
> >
> > Uma explicação para isso é o reduzido número de alunos nos cursos de
> > estatística e a falta de informações sobre o campo de atuação desse
> > profissional. Para cada estatístico que se registra no Conselho
> > Federal de Estatística, há pelo menos mil engenheiros pedindo registro
> > no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Aliás, até
> > aqui engenheiros vinham cumprindo as funções que agora algumas
> > organizações entregam na mão do pessoal de estatística.
> >
> > É assim na Vivo, operadora de telefonia celular. Ali, a divisão de
> > garantia de receita é gerenciada pela estatística Marcella Macedo, de
> > 29 anos, de São Paulo. "Escolhi estatística porque gostava de contas e
> > acabei conhecendo o curso por acaso", diz. "O bom da profissão é que
> > dá para trabalhar em qualquer setor, basta ter raciocínio lógico,
> > saber lidar com informações e ter curiosidade de entender como e por
> > que as coisas acontecem." Marcella é responsável por analisar dados
> > que possam ajudar a reverter as perdas financeiras da Vivo. Ela tem
> > conseguido bater suas metas e manter-se em ascensão profissional,
> > tanto que convenceu a irmã e o primo a seguirem a mesma carreira.
> >
> > Os ventos sopram a favor também para quem quer trocar de carreira para
> > se especializar na área. A procura por esses profissionais tem
> > crescido junto com o avanço tecnológico, que permite que mais dados
> > sejam armazenados e avaliados rapidamente, agilizando as decisões da
> > empresa. "Nenhuma companhia decide nada de importante sem avaliar
> > bastante os riscos e as oportunidades. Quem faz isso com muita
> > precisão são os estatísticos", diz José Ferreira de Carvalho,
> > consultor e professor da Unicamp. Os empregos estão em todos os
> > setores, principalmente nas instituições financeiras, e os salários
> > médios são de 4 000 reais. "Tivemos de esperar 12 meses para conseguir
> > preencher uma posição", diz a estatística Érika Rollim, de 31 anos,
> > diretora de marketing e serviços ao cliente do SAS Brasil, empresa de
> > software e consultoria estatística, de São Paulo.
> >
> > Para suprir a ausência desses profissionais, Carlos Rodrigo Formigare,
> > de 34 anos, estatístico do Unibanco, que dirige a área de cartão de
> > créditos da empresa, o Unicard, ajudou a montar um curso de modelagem
> > estatística -- técnica usada pelo departamento para traçar o perfil
> > dos clientes e customizar serviços. O curso tem seis módulos, que
> > duram nove meses, e já especializou mais de 300 profissionais, entre
> > engenheiros, administradores e economistas, nos últimos oito anos. "O
> > estatístico sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros
> > conhecimentos para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros
> > profissionais saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa
> > lacuna for diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos
> > próximos cinco anos. Palavra de quem entende de probabilidade.
> >
> > DE OLHO NOS NÚMEROS
> > Não é só o IBGE e os institutos de pesquisa que empregam
> > estatísticos.Esses profissionais têm sido contratados por empresas
> > para trabalhar em diferentes departamentos como:
> > * Recursos humanos - A responsabilidade do estatístico é calcular e
> > projetar,por exemplo, os gastos futuros com planos de saúde e
> > previdência privada.
> > * Departamento financeiro - Sua expertise ajuda a analisar os
> > números da companhia e os processos de produção para tentar
> > reverter prejuízos ou melhorar os resultados.
> > * Departamentos de produção - O desafio é aperfeiçoar os processos
> > produtivos,medindo,entre outras variáveis,a produtividade de uma
> > máquina por hora, além de avaliar a qualidade dos produtos,
> > checando informações sobre itens fabricados com defeitos.
> >
> > Para a paulista Marcella Macedo, 29 anos, da Vivo, trabalhar com
> > estatística é uma grande paixão: "Esprememos os números até que
> > eles confessem os dados"
> >
>
> ************************************************************
> Gauss Cordeiro
> (http://www.pgbiom.ufrpe.br/docentes/~gauss/)
> PhD em Estatística, Imperial College
> (1982), MSc em Pesquisa Operacional,
> UFRJ (1976), Engenheiro
> Civil, UFPE (1974) e Bacharel e
> Licenciado em Matemática, UNICAP (1973)
>
>
Lane Alencar <lane@ime.usp.br>