Respeito

[Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>]

Caros redistas:
Creio que cada um de nós tem sua própria experiência e opinião sobre como deve
ser um curso de pós graduação.  

Qualquer que seja o sistema adotado sempre vai existir altos e baixos na
formação de alunos: uns são melhores do que outros.  

A falta de cursos de matemática na formação de um aluno de estatística é a maior
falha que vejo em nossos programas.  Para uma boa formação é indispensável que
um doutor tenha preparo em teoria da medida, teoria de probabilidades e teoria
estatística.  Essa é minha opinião que não é unânime!  

Contudo, quando em nosso programa exigíamos esse tipo de formação, com muito
sucesso também na minha opinião, o número de anos para a formação de nossos
alunos era muito alto na opinião das agências financiadoras.  Fomos então
impedidos de uma formação mais robusta para aqueles casos onde os pré requisitos
não eram atingidos.  

Abrimos mão de muita coisa para agilizarmos nosso programa.  
No entanto, a demanda pela estatística aumentou consideravelmente e a
concorrência para o nosso programa teve um aumento considerável.  A qualidade
então não foi totalmente perdida com esse aumento do número de candidatos.

Sobre qualificação, posso dizer que não depende muito mais do programa mas da
legislação atual de nossas universidades.  Creio que fomos impedidos de realizar
qualificação pela própria orientação de nossa comissão central de pós graduação.

Gostaria também de dizer que as pessoas que dirigem nossas pós graduações estão
sim preocupadas com a excelência.   Por outro lado, eu pessoalmente não acho que
todos os departamentos de estatística devam ter cursos de pós graduação, como
muitas vezes foi defendido nessa nossa rede.   Esse aumento dos cursos de
mestrado e de doutorado me preocupa muito pois vejo uma dificuldade grande em
termos número suficiente de orientadores para a demanda que se presenta
atualmente.  

Saudações
Carlinhos


Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>