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Re: Enc: Res: [ABE-L]: A Estatística brasileira exige muito respeito!



Quoting Roger William Câmara Silva <rogerwcs@yahoo.com.br>:

> Ainda sobre exame de qualificação, fui informado por um amigo de que, como já
> era de se esperar, a USP e UFRJ realizam exame de qualificação para os alunos
> da pós em Estatística. Segundo o testemunho dele, os alunos são forçados a
> estudar (efetivamente) ou então são reprovados. Ainda segundo ele, dentre os
> que foram aprovados em sua turma, todos conseguiram publicar bons artigos em
> revistas bem conceituadas.
> 
> Com relação ao que o professor Carlinhos escreveu, os departamentos não têm
> autoridade suficiente para determinar se há ou não a realização deste exame,
> ou eu entendi mal?
> 
> Abraços  
>  Roger William 
> 
> 
> 
> ----- Mensagem encaminhada ----
> De: Roger William Câmara Silva <rogerwcs@yahoo.com.br>
> Para: abe <abe-l@ime.usp.br>
> Enviadas: Segunda-feira, 4 de Maio de 2009 22:07:45
> Assunto: Res: [ABE-L]: A Estatística brasileira exige muito respeito!
> 
> 
> Concordo principalmente com a realização de exames de qualificação  
> em Probabilidade e Inferência. Não entendo porque em algumas  
> instituições isto não é feito. Na minha modesta opinião, acredito  
> que isto até mesmo deprecia as mesmas.
> 
> Será que os exames não são feitos por receio de perder alunos?
> 
> Fica a pergunta.
>  Roger William 
> 
> 
> 
> 
> ________________________________
> De: "gauss@deinfo.ufrpe.br" <gauss@deinfo.ufrpe.br>
> Para: abe-l@ime.usp.br
> Enviadas: Segunda-feira, 4 de Maio de 2009 19:32:09
> Assunto: [ABE-L]: A Estatística brasileira exige muito respeito!
> 
> 
> Caros Redistas,
> 
> Aquelas duas condições que coloquei na rede para os membros
> de uma banca examinadora podem ser melhoradas ouvindo os
> coordenadores dos cursos de pós-graduação em estatística
> e áreas afins e mesmo através de uma ampla discussão
> inicial na rede.
> 
> Meu ponto principal é que várias dissertações de programas
> em estatística, sobretudo aplicados, são feitas a partir
> de cópias escancaradas de livros canônicos do tema da
> dissertação, sem qualquer contribuição teórica a partir de
> algum paper, nem que seja uma demonstração de um teorema com
> alguma novidade adicional. Muitos demonstram até as
> trivialidades, pensando que estão contribuindo com alguma
> novidade à estatística. É como se aqueles que aplicam o
> teorema de Pitágoras, precisasse antes demonstrá-lo!
> 
> Quando ocorrem aplicações existe um outro desastre com o
> uso de programas triviais escritos por conta das
> facilidades inerentes ao SAS, R ou Ox e com
> interpretações dos resultados imprecisas e/ou equivocadas.
> 
> Algumas dissertações têm o conteúdo equivalente a simples monografias
> de final de curso além de serem mal feitas.
> 
> Isso, ocorre, muitas vezes, pela baixa qualidade científica dos
> orientadores, alguns sem o doutorado em estatística ou área afim,
> outras vezes por conta do corporativismo existente nos cursos
> e/ou "banca formada por conveniência" e/ou decisões pautadas no
> famigerado paternalismo. Com esses fatos acontecendo, esses
> cursos só poderão formar alunos medíocres em estatística.
> 
> Eu entendo que deveria haver um exame de qualificação em
> probabilidade e inferência, antes de qualquer defesa de
> dissertação ou tese, pois assim eliminaríamos alguns
> aventureiros de antemão.
> 
> Observem no site do IME/USP que os alunos que defenderam
> as primeiras dissertações de mestrado em estatística
> (lá no início dos anos 70) se tornaram professores
> importantes em estatística. Nada de mediocridade!.
> 
> O mesmo ocorria na pesquisa operacional da COPPE nos
> anos 70. Em 1975, os seus alunos contavam com professores
> do gabarito de Nelson Maculan, Alexandre Arduino, João Saboia,
> Fernando Chyoshi, José Manoel Carvalho de Melo, João Lizardo,
> Paulo Boaventura, a grande maioria com doutorado no exterior.
> O corpo docente influi, fortemente, na formação do aluno.
> 
> Tudos os fatos negativos citados acim vêm se constituíndo
> num grande desserviço à estatística. Se o Brasil atingiu,
> atualmente, um nível razoável na pesquisa científica em
> estatística em alguns poucos centros, isso, certamente,
> deve-se ao trabalho árduo de pesquisadores idôneos que
> exigiram muito trabalho e dedicação total à pesquisa dos
> seus orientandos.
> 
> A ciência deve ser pautada no rigor e precisão do conhecimento.
> Qualquer tentativa em contrário, no meu entender, deve ser
> repudiada fortemente.
> 
> A Estatística brasileira exige muito respeito!
> 
> Cordiais Saudações,
> 
> Gauss Cordeiro
> 
> 
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Pedro Morettin <pam@ime.usp.br>

Caro Roger,

sua informação está parcialmente correta: no mestrado em Estatística do IME-USP,
não há qualificação: este foi substituído pela aprovação na disciplina
"Probabilidade e Inferência Estatística". No doutorado há um Exame de
Qualificação, que consiste em defender um projeto de tese de doutorado, com
(eventualemente) algum desenvolvimento desta já feito.

Com relação a este tema, tudo depende do estágio do programa; atualmente
existe o doutorado direto, sem a necessidade do mestrado. No IME-USP,
espera-se que, um aluno com bolsa, faça o mestrado em no máximo dois anos.
Mas um aluno sem bolsa, que trabalha, pode levar até 3 anos, e eu não vejo nada
errado nisso.

Há 40 anos, em Berkeley, o mestrado consistia em cursar 6 disciplinas
(2 por quarter) em um ano, de caráter "mais aplicado".

Cordialmente,

Pedro