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Poderia estar pior!




Caros Redistas,

No meu modesto entender, a situação da área de estatística no
Brasil é pior do que a caracterizada na última frase do
Prof. Basilio pelas seguintes principais razões:

i) Os físicos (que mandam na ciência do País), muitos matemáticos
e um percentual razoável do pessoal da engenharia e computação,
em geral, nos desprestigiam;

ii) Existe uma grande heterogeneidade na estatística brasileira,
onde pessoas oriundas de diversas formações (sociologia, engenharia,
economia, agrárias, e por aí vái, e, até mesmo, matemática e física),
mas sem uma base sólida em estatística adquirida num bom curso
de mestrado/doutorado no Brasil ou exterior, disputam espaços
com os estatísticos verdadeiramente interessados na qualidade
acadêmica, que infelizmente, formam ainda um percentual reduzido
em relação ao contingente daqueles que trabalham na nossa área;

iii) Os cursos de graduação em estatística não conseguem atrair
muitos alunos realmente preparados. Atráem até um contingente
razoável de alunos que prefeririam outros cursos como primeira
opção e, para eles, sobrou apenas a estatística!

Se não fosse o papel destacado da ABE, RBRAS, SBE - com seus
vários eventos em prol do desenvolvimento da estatística-,
e de alguns cursos sérios de pós-graduação em estatística
no País, a começar pelo IME/USP, a situação estaria
ainda muito pior.

Em tempo: um ex-aluno de graduação em estatística me disse
recentemente que aprendeu muito mais como um simples
assinante (em cerca de um ano) da rede da ABE do que em
muitas disciplinas que ele cursou no seu bacharelaado
em estatística.

Saudações,

Gauss