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Re: [ABE-L]: Um quarto de século!





Caros Redistas,

Pegando uma carona nas palavras do vermelho permitam-me
enfatizar que a motivação da estatística para pessoas de
outras áreas passa mais fundamentalmente pela qualidade do
professor do que qualquer outro fator.

Veja o exemplo do saudoso Norberto Dachs - a sua enorme influência
junto aos jovens estudantes de engenharia do
ITA (Hotta, Bartman, Amorim, Kaizô, ...) levando-os para nosssa
área. Todos eles são hoje grandes professores e pesquisadores
em estatística. Notem que isso aconteceu durante o milagre
econômico, onde qualquer engenheiro conseguia um emprego
bem remunerado em inúmeras empresas, ainda mais se fosse do
ITA.

Nos cursos de engenharia não se aprende quase nada de estatística,
quando muito algumas distribuições de probabilidade, e qualquer
motivação depende da qualidade do professor.

Na minha vida acadêmica eu consegui motivar poucos matemáticos,
economistas, engenheiros, pessoas de agrárias para a estatística,
talvez porque sempre trabalhei numa área mais matematizada da
estatística. Dois engenheiros que foram motivados por mim trabalham
hoje com modelos estatísticos e ganham muito dinheiro
em atividadees de consultoria mas cujo pano de fundo é a
estatística.

Durante meu curso de engenharia civil na UFPE só aprendi
alguma probabilidade ao nível do Paul Meyer e a estatística
tinha medida nula. Somente no meu mestrado da COPPE fui
influenciado para a estatística e processsos estocásticos por
pessoas que sou grato até hoje: Fernando Chyoshi, João Sabóia,
José Manoel Carvalho de Melo e João Lizardo (esse já falecido),
todos com boa formação de doutorado em estatística no exterior.

Nestes termos, para conseguirmos maior projeção da estatística
em outras áreas e atrairmos alunos talentosos, precisamos
de bons professores. Por exemplo, coloque o Morettin para dar
um curso de estatística na Poli, que ele certamente motivará
alunos pelo menos para a área de séries temporais.

O que vejo hoje, infelizmente, são alguns alunos querendo
fazer o mestardo em estatística sem nenhum entusiasmo e
real interesse pela área, quiçá apenas a procura de um
emprego pública numa federal qualquer por aí.

Saudações,

Gauss Cordeiro



Quoting Vermelho <vermelho2@gmail.com>:

Uma vez um ex aluno de doutorado de minha esposa, professor da Engenharia na
Universidade de Campina Grande (que, infelizmente, nos deixou precocemente
num acidente automobilístico),  procurou o nosso companheiro Francisco
Antonio de Souza, que é professor na mesma Universidade, para ajudá-lo num
problema que envolvia Estatística. Ele ficou tão entusiasmado com a solução
que me disse: Vermelho, se eu tivesse conhecido a Estatística antes, talvez
o mundo tivesse perdido um Engenheiro Civil!!!
É isso aí.

2009/6/1 <gauss@deinfo.ufrpe.br>



Caros Redistas,

Fora da academia, as grandes potencialidades da estatística
não são conhecidas por engenheiros, economistas e administradores,
profisisonais das áreas sociais, agrárias e da saúde.

Para comprovar essa constatação, cito uma conferência
que ministrei para engenheiros no Clube de Engenharia de
Pernambuco há uns três anos sobre "Avaliação de Imóveis",
onde perguntei aos cerca de 45 engenheiros presentes quem
conhecia a distribuição de Gumbel. Para minha surpresa,
ninguém conhecia!

Assim, uma das distribuições mais usadas na engenharia
e, em especial, em confiabilidade, os nossos engenheiros
nunca tinham nem ouvido falar dela. Apenas alguns deles
conheciam a Weibull e a totalidade a normal.

Saudações,

Gauss



Quoting Silvia Emiko Shimakura <silvia.shimakura@ufpr.br>:

 Caros redistas,

como todos nós sabemos atrair bons alunos para a graduação em Estatística
não é exatamente uma missão fácil. Penso que muito dessa dificuldade pode
ser explicada pela falta de informação da sociedade em geral sobre quais
são as competências deste profissional. Ninguém tem dúvida do que pode
fazer um médico, um advogado, um engenheiro, mas quantos sabem o que faz
um Estatístico?

Minha sugestão é que a ABE lidere juntamente com o CONRE um movimento
AMPLO de divulgação das áreas de atuação de um profissional de
Estatística. Porque não torná-la uma profissão "sexy" já que é isso mesmo
que ela é? Se até o Lula tem seu marketeiro por quê não a Estatística?

Silvia

--
Profa. Silvia Shimakura, PhD
Laboratório de Estatística e Geoinformação
Universidade Federal do Paraná










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Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
          2142 0473 - IBGE