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Re: [ABE-L]: cultura cientifica



Parabens ao desabafo do Prof Renato (sera o Assuncao?) lembro ainda de um novo titulo (so falta inventar o diploma :
Pos-Doutor
Sera triste!!
A verdade e que titulos de posgraduacao para a maioria hoje em dia é so para beneficio proprio em alcancar melhor salario.e posicao
Nao e para bveneficiar a sociedade , aos alunos etc
Quando fui fazer mestrado (na COPPE) e doutorado (no Imperial College) tinhamos prejuizo ao fazer isso. Era a epoca do "milagre" Brasileiro empregos e bom salario nao faltavam. Colegas de faculdade em poucos anos tinham comprado apartamento e casas de campo (ate hoje nao tenho!!!) Faziamos para criar a posgraduacao que estava no comeco ,neste sentido conseguimos criar algo para sociedade.
So como exemplo :
Uso o livro : All of Statistics do Larry Wasserman em duas disciplinas de pos graduacao em Pesquisa Operacional (Parte I e II na primeira e Parte III no segunda) Na prova final 3 alunos foram reprovados (entre 12),em uma turma excelente. Apos pedirem outra oportunidade dei 15 dias depois a mesma prova .Novamente nao fizeram nada e foram reprovados MORAL DA HISTORIA- Alem de falta de conhecimento e de preparo é a maior demontracao de falta de interesse ( nem apenas ler o gabarito foram capazes) e que estao ali apenas pelo diploma ( observe-se que sao funcionarios de grandes empresas ) Basilio Elias T. Krainski Escreveu:
Caros membros da lista, com a devida permissão do prof. Renato, repasso este e-mail. Oxalá todos os nossos colegas tivessem cultura científica. A vida seria mais bela!
Pois e' Miguel e colegas,
vamos aos poucos criando uma cultura cientifica aqui no
LESTE.
As coisas nao precisam mais passar por poucas pessoas mas
ja temos uma massa critica que comeca a funcionar com
independencia
e curiosidade cientifica.
Por que, voces sabem, nao se trata de publicar papers.
Serio.
Isto (publicar) e' consequencia, resultado visivel e
demonstravel de que
existe curiosidade cientifica e espirito criativo num
ambiente. Nao pode ser
o alvo final. Nao pode deixar de existir, obvio. E' algo
como um diploma
no fim de um curso. Voce nao vai a uma escola pelo diploma.
Voce precisa
dele no final como comprovacao de que foi educado e
aprendeu o que e'
suposto aprender. MAs o objetivo real e' o aprendizado e,
como
consequencia, voce obtem o diploma.
E nao o contrario, como nas faculdades ruins, onde o
objetivo e' obter
um diploma, seja enganando o professor, seja o professor
enganando aos
alunos oferecendo pilulas de ideias mortas, empacotadas e
burras.
De posse do diploma, o conhecimento viria como
consequencia? Ou quem
sabe, nem e' necessario o conhecimento, basta o diploma.
Pois a vida
ensina melhor que a escola, nao? Estou cansado de ouvir
este tipo de
argumento de gente preguicosa e que quer apequenar o
espirito criativo.
Curiosidade cientifica e espirito criativo nao se cria. O
que podemos
fazer e' apenas criar um ambiente onde ele exista de forma
que aqueles
que possuam este espirito possam respirar e vive-lo em
plenitude.
Se nao, tudo vira apenas mais um trabalho de funcionario
publico,
coisa de barnabe. Horror dos horrores, pesadelo
recorrente.
Tenho me angustiado com isto. Vejo em conferencias e
congressos, em
programas de doutorado e mestrado no Brasil a tendencia em
inverter
as setas. Nao existe um ambiente propriamente academico.
Existe uma preocupacao **burocratica** em criar papeis e
certificados
(papers, diplomas, comprovante de participacao) sem que
conhecimento
real seja criado. Nao existe a conversa na sala de cafe ou
no almoco
sobre o ultimo numero da Biometrics, do JASA, dos JRSS
(ponha seu nome
de preferencia aqui), nao existe a dica sobre (..leia este
paper,
acabou de sair e traz a seguinte novidade: bla bla bla),
nao existe o comentario sobre as areas quentes que estao
sendo
desenvolvidas. As conversas em conferencias e congressos
sao sobre
abobrinhas, a discussao cientifica fica na sala de
conferencia
onde muitos vao como se para um sacrificio, um exercicio
tedioso entre
os animados coffe-breaks.
Este e' um longo lamento publico (se e' que ainda tem
alguem por ai me
lendo) depois de 4 dias de intenso envolvimento em um
ambiente
cientifico de primeeeeeeeira qualidade (como diz o filosofo
Antonio
Augusto Prates). E claro que e' tambem uma generalizacao
injusta com o
Brasil e com os brasileiros. Afinal de contas, estamos
criando bolsoes
onde a ideia da criacao cientifica e' tao excitante e
emocionante quanto
o trabalho de criacao artisitica.
As novas ideias (de outros, aprendidas em papers, ou,
melhor ainda,
suas ou de seus colegas) devriam criar a mesma sensacao que
ouvir uma
nova musica super bonita. Nem todos gostam das mesmas
musicas, nem
todos gostam de sertaneja ou jazz, mas sempre tem
aqueles que se emocionam com uma ou outra. Pense na alegria
de criar
novas musicas, novas melodias ou arranjos que voce nao
ouviu antes de
ninguem, que emocionam pela beleza, pelas consequencias na
alma. Estas
ideias seguem dedilhando cordas invisiveis, batendo
tambores ocultos.
Um abraco a todos,
Renato
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Basilio de Bragança Pereira
*Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
*FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.
*UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
*Tel: (55 21) 2562-2594 or /2558/7045
www.po.ufrj.br/basilio/
*MailAddress:
COPPE/UFRJ
Caixa Postal 68507
CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ
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