Caros Redistas, Muito bom o texto do Renato divulgado na rede. Concordo com sua visão do mundo acadêmico brasileiro. Faço as palavras do Basílio, as minhas palavras. Passei as mesmas dificuldades que ele. As pessoas (que como eu) publicam intensamente em periódicos internacionais de estatística, o fazem apenas por motivação e grande elan científico. Ademais, concebem que apenas pelo conhecimento, poderão viver num mundo melhor. Não ganham nenhum salário adicional pelo fato. Fazem pesquisa por "puro diletantismo". Entretanto, o que mais me intriga na academia brasileira, é o grande faz-de-conta patrocinado por professores (e seus alunos) guiados e regidos por critérios sem uma qualidade mínima que seria exigida nos cursos de uma boa universidade. Na época que eu estudava para o mestrado e doutorado, o fazia com muito trabalho e grande determinação. Hoje, qualquer um pode fazer um mestrado ou doutorado em ciências exatas, sem conhecer cálculo diferencial e integral ou álgebra linear. Conheço inúmeros exemplos! Há até professores doutores que se aposentaram sem nunca ter publicado um único paper em periódico internacional. Grandes enganadores que posam de cientistas mas só sabem fazer politicagem de bastidores. A universidade brasileira - com algumas exceções -, segue uma politicagem equivalente ao congresso nacional, onde "o dando que se recebe" rege as suas atividades fins. Cordiais Saudações, Gauss Quoting Basilio de Bragança Pereira <basilio@hucff.ufrj.br>:
Parabens ao desabafo do Prof Renato (sera o Assuncao?) lembro ainda de um novo titulo (so falta inventar o diploma : Pos-Doutor Sera triste!!A verdade e que titulos de posgraduacao para a maioria hoje em dia é so para beneficio proprio em alcancar melhor salario.e posicaoNao e para bveneficiar a sociedade , aos alunos etc Quando fui fazer mestrado (na COPPE) e doutorado (no Imperial College) tinhamos prejuizo ao fazer isso. Era a epoca do "milagre" Brasileiro empregos e bom salario nao faltavam. Colegas de faculdade em poucos anos tinham comprado apartamento e casas de campo (ate hoje nao tenho!!!) Faziamos para criar a posgraduacao que estava no comeco ,neste sentido conseguimos criar algo para sociedade. So como exemplo :Uso o livro : All of Statistics do Larry Wasserman em duas disciplinas de pos graduacao em Pesquisa Operacional (Parte I e II na primeira e Parte III no segunda) Na prova final 3 alunos foram reprovados (entre 12),em uma turma excelente. Apos pedirem outra oportunidade dei 15 dias depois a mesma prova .Novamente nao fizeram nada e foram reprovados MORAL DA HISTORIA- Alem de falta de conhecimento e de preparo é a maior demontracao de falta de interesse ( nem apenas ler o gabarito foram capazes) e que estao ali apenas pelo diploma ( observe-se que sao funcionarios de grandes empresas )Basilio Elias T. Krainski Escreveu:Caros membros da lista, com a devida permissão do prof. Renato, repasso este e-mail. Oxalá todos os nossos colegas tivessem cultura científica. A vida seria mais bela!____________________________________________________________________________________Pois e' Miguel e colegas, vamos aos poucos criando uma cultura cientifica aqui no LESTE. As coisas nao precisam mais passar por poucas pessoas mas ja temos uma massa critica que comeca a funcionar com independenciae curiosidade cientifica. Por que, voces sabem, nao se trata de publicar papers.Serio. Isto (publicar) e' consequencia, resultado visivel e demonstravel de que existe curiosidade cientifica e espirito criativo num ambiente. Nao pode ser o alvo final. Nao pode deixar de existir, obvio. E' algo como um diploma no fim de um curso. Voce nao vai a uma escola pelo diploma. Voce precisa dele no final como comprovacao de que foi educado e aprendeu o que e' suposto aprender. MAs o objetivo real e' o aprendizado e, comoconsequencia, voce obtem o diploma. E nao o contrario, como nas faculdades ruins, onde oobjetivo e' obter um diploma, seja enganando o professor, seja o professor enganando aos alunos oferecendo pilulas de ideias mortas, empacotadas e burras. De posse do diploma, o conhecimento viria como consequencia? Ou quem sabe, nem e' necessario o conhecimento, basta o diploma. Pois a vida ensina melhor que a escola, nao? Estou cansado de ouvir este tipo de argumento de gente preguicosa e que quer apequenar oespirito criativo. Curiosidade cientifica e espirito criativo nao se cria. Oque podemos fazer e' apenas criar um ambiente onde ele exista de forma que aqueles que possuam este espirito possam respirar e vive-lo em plenitude. Se nao, tudo vira apenas mais um trabalho de funcionario publico, coisa de barnabe. Horror dos horrores, pesadelo recorrente. Tenho me angustiado com isto. Vejo em conferencias e congressos, em programas de doutorado e mestrado no Brasil a tendencia em inverter as setas. Nao existe um ambiente propriamente academico. Existe uma preocupacao **burocratica** em criar papeis e certificados (papers, diplomas, comprovante de participacao) sem que conhecimento real seja criado. Nao existe a conversa na sala de cafe ou no almoco sobre o ultimo numero da Biometrics, do JASA, dos JRSS (ponha seu nome de preferencia aqui), nao existe a dica sobre (..leia este paper, acabou de sair e traz a seguinte novidade: bla bla bla), nao existe o comentario sobre as areas quentes que estao sendo desenvolvidas. As conversas em conferencias e congressos sao sobre abobrinhas, a discussao cientifica fica na sala de conferencia onde muitos vao como se para um sacrificio, um exercicio tedioso entreos animados coffe-breaks. Este e' um longo lamento publico (se e' que ainda temalguem por ai me lendo) depois de 4 dias de intenso envolvimento em um ambiente cientifico de primeeeeeeeira qualidade (como diz o filosofo Antonio Augusto Prates). E claro que e' tambem uma generalizacao injusta com o Brasil e com os brasileiros. Afinal de contas, estamos criando bolsoes onde a ideia da criacao cientifica e' tao excitante e emocionante quantoo trabalho de criacao artisitica. As novas ideias (de outros, aprendidas em papers, ou,melhor ainda, suas ou de seus colegas) devriam criar a mesma sensacao que ouvir uma nova musica super bonita. Nem todos gostam das mesmas musicas, nem todos gostam de sertaneja ou jazz, mas sempre tem aqueles que se emocionam com uma ou outra. Pense na alegria de criar novas musicas, novas melodias ou arranjos que voce nao ouviu antes de ninguem, que emocionam pela beleza, pelas consequencias na alma. Estas ideias seguem dedilhando cordas invisiveis, batendo tambores ocultos. Um abraco a todos, RenatoVeja quais são os assuntos do momento no Yahoo! +Buscados http://br.maisbuscados.yahoo.comBasilio de Bragança Pereira *Titular Professor of Bioestatistics and of Applied Statistics *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho. *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro *Tel: (55 21) 2562-2594 or /2558/7045 www.po.ufrj.br/basilio/ *MailAddress: COPPE/UFRJ Caixa Postal 68507 CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ Brasil