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Re: Estatistica: caminho para o futuro



Bom dia!


Excelente o artigo que Dinara enviou. Tem bem um quadro do que já é - hoje - a análise de dados. Obrigado, Dinara!


Nota-se, da leitura, que não se trata, stricto senso, de estatística, como a vemos, mas de análise de dados. Sobretudo de análise de enormes massas de dados. Esse é, primeiramente, um problema computacional; e, desde logo, um problema da área substantiva de onde vem os dados. Não há dúvida de que um estatístico, com um excelente computador, muito bom software e conhecimento de estrutura de dados, possa ser um desses analistas. E bem assim um engenheiro, um economista e tantos outros. Aliás, já se lamentou por aí que estatísticos entraram no campo de datamining bem depois que a técnica se estabelecera. Quem contribuiu para algoritmos de datamining foram primordialmente engenheiros eletricistas e computólogos.


E encaixo aqui meu lamento: Desde o começo de minha carreira de professor (anos '70), eu dizia frases de efeito, que, de tanto repetir, viraram refrões (meus alunos e meus colegas devem ser testemunhas disso):


1. "O aluno de estatística tem de saber mais computação do que os alunos de ciências da computação"
2. "Entre um estatístico que não tem um computador e um computólogo que não sabe estatística, eu prefereria o segundo, para trabalhar."


Por essa frases, decerto antipáticas aos nossos alunos, eu paguei caro, em termos " sociais". Colegas aproveitavam-se disso para me torpedear nas tais eleições do departamento.


Uma outra frase:


" A formação do estatístico deve se dar na pós-graduação. A formação de estatístico em nível de bacharelado é insuficiente e ineficaz." Por esta, estou pagando até hoje, como proximamente mostrarei nesta lista de discussão.


Do artigo:


The rising stature of statisticians, who can earn $125,000 at top companies in their first year after getting a doctorate, is a byproduct of the recent explosion of digital data.


Nos EUA estatísticos são considerados para trabalho somente com um mestrado ou doutorado. Veja-se a oferta de empregos nos Newsletters da American Statistical Association.


Do artigo:


Though at the fore, statisticians are only a small part of an army of experts using modern statistical techniques for data analysis. Computing and numerical skills, experts say, matter far more than degrees. So the new data sleuths come from backgrounds like economics, computer science and mathematics.


Reitero que economistas, engenheiros, médicos, etc, etc (uma lista sem fim) podem, e devem, fazer suas próprias análises de dados. E até viver disso profissionalmente.


Enfim: antes de nos rejubilarmos com o título do artigo, temos de ver que "Statistics" é entendido em sentido amplo. Amplo demais para ser a estatística que temos entendido até agora. E que o "estatístico" do artigo é algo novo.


Do artigo:


The new breed of statisticians tackle that problem. They use powerful computers and sophisticated mathematical models to hunt for meaningful patterns and insights in vast troves of data. The applications are as diverse as improving Internet search and online advertising, culling gene sequencing information for cancer research and analyzing sensor and location data to optimize the handling of food shipments.


Nós, estatísticos, temos tudo para nos juntarmos ao " bandwagon" . Sobretudo se aperfeiçoarmos nossa formação, muito no sentido de incluir computação (muita) e de mudar o enfoque da estatística.


Abraços a todos.



José Carvalho


PS desculpem-me, mas grifei partes dos textos que copiei, para dar ênfase. Isso, e a variação de fontes, força a enviar a mensagem em HTML.








On Friday 30 October 2009 11:09:23 pm you wrote:
> Mais um artigo sobre o reconhecimento da Estatística!!!
> Dinara Fernandez
>