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Re: [ABE-L]: O Andar di Bêbado



Caros Carlinhos

Acho que o Basu gostava de exemplos extremos e polêmicos, como o do elefante, 
para forçar  as pessoas pensarem sobre o assunto.  

O nosso cérebro, além de ter várias funções é um tomador de decisão, "cria 
uma função de utilidade",  "avalia  probabilidades  condicionais de eventos 
dada o nosso conhecimento presente?  e toma uma decisão. Isto é feito 
dinamicamente à medida que nossas vidas seguem  o seu curso. È claro que essa 
tomada de decisão é bastante complexa para ser modelada,  envolvendo 
intuição, influências externas, genética, nossa historia, aversão ao risco. 
etc. Daí que vem o fator imponderável . Muitos eventos que ocorrem conosco 
não dependem de nossas decisões, dependendo de outros,  por exemplo. Alguns  
outros eventos já estão determinados  antes mesmo de nascermos,  e não há 
nada que podemos fazer para mudá-los (probabilidade =1). Felizmente muitos 
que podem vir a acontecer ou não (probabilidade condicional diferente de 1) 
são determinantes em nossas vidas. Além disso, como estas probabilidades são 
condicionais e mudam constantemente dado o nosso conhecimento presente, há 
oportunidade para tomarmos decisões que aumentem a nossa probabilidade 
de ?sucesso?.  Portanto, devemos sim, nos preocuparmos, desde cedo com 
os "eventos incertos".  

Abraços e até Natal















On Sat, 31 Oct 2009 07:54:29 -0200, Carlos Alberto de Braganca Pereira wrote
> Meu supervisor do doutorado, Professor Basu, certa vez no centro de 
> São Paulo me perguntou qual teria sido nossa probabilidade, no 
> inicio de nossas vidas, de estar nos encontrando e caminhando no 
> centro de SAMPA naquele momento.  E, é claro, poderíamos dizer ZERO, 
> sem pestanejar.  Um carioca e um indiano na rua direita e ele 
> dizendo que tudo era como em Calculta.  Eu carioca e professor da 
> usp e ele indiano, professor emérito, visitando um departamento de 
estatística
> brasileiro, visitando a casa de meu colega Josa uma vez por semana.  
> Então me disse que
> 
> "os eventos importantes de sua vida são somente aqueles que 
> estabelecemos probabilidade zero de ocorrência".
> 
> Tudo o mais seria irrelevante, no sentido de "tudo o mais" ser comum 
> a mais pessoas. Dito essa afirmação maluca, o meu interesse é chamar 
> a atenção dos amigos para olivro
> 
> "O Andar do Bêbado" (de Leonard Mlodinow),
> 
> sobre o acaso.  Vale a pena conferir: a leitura é ótima.
> 
> Um pequeno comentário ajuda a motivar a leitura:
> 
> Ontem alguns repórteres me telefonaram pedindo a probabilidade de
> 
> "nosso avião cair".
> 
> Fiquei uma fera, pois estou viajando justamente hoje a noite para 
> natal.  Um dos repórteres ficou bravo comigo: pedi para me dizer 
> quantos são os aviões pequenos em vôo por semana e qual o número de 
> grandes.  Claro que eu gostaria de poder avaliar a minha própria 
> viagem.  Quando comecei a fazer essas perguntas eles não me ligaram 
> mais.
> 
> Saudações
> carlinhos
> 
> Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>


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