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Re: [ABE-L]: O Andar di Bêbado
- Subject: Re: [ABE-L]: O Andar di Bêbado
- From: "Fernando Antonio da Silva Moura" <fmoura@im.ufrj.br>
- Date: Sat, 31 Oct 2009 18:27:05 -0300
Caros Carlinhos
Acho que o Basu gostava de exemplos extremos e polêmicos, como o do elefante,
para forçar as pessoas pensarem sobre o assunto.
O nosso cérebro, além de ter várias funções é um tomador de decisão, "cria
uma função de utilidade", "avalia probabilidades condicionais de eventos
dada o nosso conhecimento presente? e toma uma decisão. Isto é feito
dinamicamente à medida que nossas vidas seguem o seu curso. È claro que essa
tomada de decisão é bastante complexa para ser modelada, envolvendo
intuição, influências externas, genética, nossa historia, aversão ao risco.
etc. Daí que vem o fator imponderável . Muitos eventos que ocorrem conosco
não dependem de nossas decisões, dependendo de outros, por exemplo. Alguns
outros eventos já estão determinados antes mesmo de nascermos, e não há
nada que podemos fazer para mudá-los (probabilidade =1). Felizmente muitos
que podem vir a acontecer ou não (probabilidade condicional diferente de 1)
são determinantes em nossas vidas. Além disso, como estas probabilidades são
condicionais e mudam constantemente dado o nosso conhecimento presente, há
oportunidade para tomarmos decisões que aumentem a nossa probabilidade
de ?sucesso?. Portanto, devemos sim, nos preocuparmos, desde cedo com
os "eventos incertos".
Abraços e até Natal
On Sat, 31 Oct 2009 07:54:29 -0200, Carlos Alberto de Braganca Pereira wrote
> Meu supervisor do doutorado, Professor Basu, certa vez no centro de
> São Paulo me perguntou qual teria sido nossa probabilidade, no
> inicio de nossas vidas, de estar nos encontrando e caminhando no
> centro de SAMPA naquele momento. E, é claro, poderíamos dizer ZERO,
> sem pestanejar. Um carioca e um indiano na rua direita e ele
> dizendo que tudo era como em Calculta. Eu carioca e professor da
> usp e ele indiano, professor emérito, visitando um departamento de
estatística
> brasileiro, visitando a casa de meu colega Josa uma vez por semana.
> Então me disse que
>
> "os eventos importantes de sua vida são somente aqueles que
> estabelecemos probabilidade zero de ocorrência".
>
> Tudo o mais seria irrelevante, no sentido de "tudo o mais" ser comum
> a mais pessoas. Dito essa afirmação maluca, o meu interesse é chamar
> a atenção dos amigos para olivro
>
> "O Andar do Bêbado" (de Leonard Mlodinow),
>
> sobre o acaso. Vale a pena conferir: a leitura é ótima.
>
> Um pequeno comentário ajuda a motivar a leitura:
>
> Ontem alguns repórteres me telefonaram pedindo a probabilidade de
>
> "nosso avião cair".
>
> Fiquei uma fera, pois estou viajando justamente hoje a noite para
> natal. Um dos repórteres ficou bravo comigo: pedi para me dizer
> quantos são os aviões pequenos em vôo por semana e qual o número de
> grandes. Claro que eu gostaria de poder avaliar a minha própria
> viagem. Quando comecei a fazer essas perguntas eles não me ligaram
> mais.
>
> Saudações
> carlinhos
>
> Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>
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