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Re: Fwd: [ABE-L]: PÃs em BioestatÃstica - onde?



Estranho... deve haver algum problema, de fato. HÃ muitos anos passados, na 
Unicamp, no Departamento de EstatÃstica: eu trouxe uma oferta da Mayo Clinic 
para ajudar a desenvolver um programa em bio-estatÃstica. Com verba da Mayo, 
nÃs terÃamos professores visitantes ministrando cursos e orientando alunos. 
Nossos alunos iriam passar um perÃodo na Mayo Clinic, fazendo seu trabalho fina 
de mestrado (chamam alguns de TESE). Isso seria a custo ZERO para nÃs. Quem 
propos isso - e formalizou - foi o Prof. Michael O'Fallon, entÃo diretor da 
estatÃstica da Mayo Clinic. Nesse tempo, tÃnhamos conosco o Prof Euclydes 
(Lima Filho), mÃdico que virou estatÃstico. Tudo certo! Mas houve negativa da 
maioria do departamento. Lembro-me de argumentos que tem de entrar para o 
folclore, como aquele "que estÃvamos vendendo a unicamp para o imperialismo" e 
outros desse naipe, para aliciar os alunos contra a iniciativa. Se eu ficar 
motivado, posso dar nomes dos protagonistas e mais detalhes.

Por que? Disputa polÃtica entre grupos; medo de expor nossa ignorÃncia em 
assuntos de campos substantivos; medo de contato - e, por tanto, comparaÃÃo, 
com pessoal reconhecidamente qualificado... hà outras possÃveis razÃes que me 
vem à cabeÃa. 

Do mesmo modo, uma certa Ãrea interunidades (USP RibeirÃo e ICMSC) foi 
detonada, bem antes. Naquele programa, matemÃticos, engenheiros e estatÃsticos 
de SÃo Carlos colaboraram com a Faculdade de Medicina de RibeirÃo Preto. Uma 
experiÃncia importante e gratificante para alguns de nÃs, posso dizer. A Ãrea 
foi criada por obra do Prof Odelar Leite Linhares, junto com o Dr Euclydes. 
Notem que o nome de guerra do ClidÃo era Dr Euclydes. NÃo por seu doutorado, 
que ela tinha, mas pelo fato de ser mÃdico. Atà essa anedota diz alguma coisa. 
TambÃm posso narrar em detalhes essa experiÃncia e mostrar o egoÃsmo e a falta 
de vontade de se abrir a horizontes maiores.

Uma vantagem da universidade à a nossa liberdade. Pouco me lixando para os 
departamentos onde estive, pude interagir intensa e constantemente com mÃdicos 
e biÃlogos. NÃo ganhei louros nem reconhecimento do lado de cÃ. Mas pude 
aprender e me tornar o que sou, talvez um bio-estatÃstico, coisa que faÃo atà 
hoje. Um exemplo do nÃo reconhecimento: em 1978, publiquei, com um colega da 
Parasitologia da Unicamp, um artigo sob o tÃtulo "Modelo matemÃtico para a 
interaÃÃo hospedeiro-parasito", na Revista Braasileira de Medicina Tropical. 
Com esse artigo, ganhei um prÃmio (Gerhard Domack), que me foi dado em 
congresso em JoÃo Pessoa. Desse prÃmio, ganhei a visita ao Hotel Tambaà e a 
honraria feita no congresso de Med Tropical e uma fantÃstica viagem à 
Alemanha, SuÃÃa e Portugal, onde proferi palestras, encontrei com diretores da 
OMS, o ministro de ciÃncia da Alemanha e o da SaÃde, de Portugal. Com a maior 
mordomia. Foi tudo o que ganhei (nÃo reclamo). De volta aqui, um colega do 
ICMSC ganhou um prÃmio e, por ele, recebeu uma menÃÃo da congregaÃÃo e 
divulgaÃÃo em boletim da USP. Fui ao diretor do ICMSC e reclamei: "e o meu 
prÃmio? NÃo merece tambÃm uma atenÃÃo?" A resposta foi: "Bem, seu prÃmio  Ã em 
Medicina, nÃo à em matemÃtica". 

Hoje as coisas felizmente mudaram. SerÃ?...

Abs

On Tuesday 02 February 2010 11:51:49 am Doris Fontes wrote:
> Prof. BasÃlio:
> 
> Faz alguns pares de anos que acompanho algumas discussÃes sobre a criaÃÃo
>  de uma pÃs (sÃria) em BioestatÃstica no Brasil, inclusive ouvidndo
>  estatÃsticos da Anvisa, que tem interesse por profissionais com esse tipo
>  de formaÃÃo. Mas nunca vi o assunto avanÃando em Deptos de EstatÃstica...
>  Por que serÃ?
> 
>  Doris
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> Em 2 de fevereiro de 2010 09:57, Basilio de BraganÃa Pereira <
> basilio@hucff.ufrj.br> escreveu:
> 
> Cara Doris
> 
> > Que bom voce dar essa menssagem na lista. Ha muito tempo venho falando
> > com nossos colegas que esta à uma das areas mais promissoras e carentes
> > de bons estatisticos (com mestrado e /ou doutorado em estatistica).
> > Em geral esta area à suprida com profissionais de areas proximas
> > (epidemiologia, engenharia biomedica etc) so que as necessidades atuais
> > devido ao desenvolvimento de nossa area nao ficam satisfeitas sem um
> > maior numero de estatisticos.
> > felizmente todos os cursos de posgraduaÃao em estatistica tem pessoas
> > trabalhando em bioestatistica, um pouco de esforÃo e a criaÃao de uma
> > opÃao Bioestatistica com interaÃao com areas medicas ,seria possivel em
> > varios de nossas posgraduaÃoes.
> > Basilio
> >
> > Doris Fontes Escreveu:
> >> Recebemos com certa frequÃncia no CONRE-3 pedidos de profissionais
> >> (tanto estatÃsticos como de Ãreas mÃdicas) para indicarmos cursos de pÃs
> >> em BioestatÃstica, sobretudo aqui em SPaulo (cidade).
> >> Onde encontro esse tipo de informaÃÃo para divulgar?
> >> Grata,
> >> Doris
> >
> > Basilio de BraganÃa Pereira
> > *Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
> > *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
> > HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.
> > *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
> > *Tel: (55 21) 2562-2594 or /2558/7045
> > www.po.ufrj.br/basilio/
> > *MailAddress:
> > COPPE/UFRJ
> > Caixa Postal 68507
> > CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ
> > Brasil
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