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Re: [ABE-L]: Pós em Bioestatística - onde?



Caro Ze
Muito bom voce contar essa passagem.
É uma motivaçao para nosso colegas se dedicarm a areas que dao um satisfaçao pessoal pois estarao diretamente ligados a trabalhar para o bem da sociedade. Alem disso sao areas onde existe mais disponibilidade de verbas ja que alem do CNPQ., CAPES FAP´s existe o Ministerio da Saude, OPAS, WHO, Fundaçao Bill Gates , NIH etc fomentando pesquisas no Brazil. Talvez assim os colegas parem com a critica inutil sobre quem tem bolsa , consultoria etc e outros nao. Alem disso motivara os jovens estatisticos ( com mestrado e doutorado em estatistica ) a entrar nessa area carente de estatisticos competentes . Na propria UFRJ foram realizados dois concursos de Professor Adjunto de Bioestatistica e por falta de candidatos com boa qualificaçao e nenhum com a qualificação acima, nenhum candidato foi aprovado E preciso motivar os recem doutores a criar seus proprios caminhos nessas areas. Esperar entrar nos departamentos de estatistica da USP, UFRJ etc é um sonho desejavel , mas nao possivel para todos. Existem caminhos outros que levarao a grande ou maior satisfação profissional. E a area medica certamente propicia isso. Basilio

Jose Carvalho Escreveu:
Estranho... deve haver algum problema, de fato. Há muitos anos passados, na Unicamp, no Departamento de Estatística: eu trouxe uma oferta da Mayo Clinic para ajudar a desenvolver um programa em bio-estatística. Com verba da Mayo, nós teríamos professores visitantes ministrando cursos e orientando alunos. Nossos alunos iriam passar um período na Mayo Clinic, fazendo seu trabalho fina de mestrado (chamam alguns de TESE). Isso seria a custo ZERO para nós. Quem propos isso - e formalizou - foi o Prof. Michael O'Fallon, então diretor da estatística da Mayo Clinic. Nesse tempo, tínhamos conosco o Prof Euclydes (Lima Filho), médico que virou estatístico. Tudo certo! Mas houve negativa da maioria do departamento. Lembro-me de argumentos que tem de entrar para o folclore, como aquele "que estávamos vendendo a unicamp para o imperialismo" e outros desse naipe, para aliciar os alunos contra a iniciativa. Se eu ficar motivado, posso dar nomes dos protagonistas e mais detalhes. Por que? Disputa política entre grupos; medo de expor nossa ignorância em assuntos de campos substantivos; medo de contato - e, por tanto, comparação, com pessoal reconhecidamente qualificado... há outras possíveis razões que me vem à cabeça. Do mesmo modo, uma certa área interunidades (USP Ribeirão e ICMSC) foi detonada, bem antes. Naquele programa, matemáticos, engenheiros e estatísticos de São Carlos colaboraram com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Uma experiência importante e gratificante para alguns de nós, posso dizer. A Área foi criada por obra do Prof Odelar Leite Linhares, junto com o Dr Euclydes. Notem que o nome de guerra do Clidão era Dr Euclydes. Não por seu doutorado, que ela tinha, mas pelo fato de ser médico. Até essa anedota diz alguma coisa. Também posso narrar em detalhes essa experiência e mostrar o egoísmo e a falta de vontade de se abrir a horizontes maiores. Uma vantagem da universidade é a nossa liberdade. Pouco me lixando para os departamentos onde estive, pude interagir intensa e constantemente com médicos e biólogos. Não ganhei louros nem reconhecimento do lado de cá. Mas pude aprender e me tornar o que sou, talvez um bio-estatístico, coisa que faço até hoje. Um exemplo do não reconhecimento: em 1978, publiquei, com um colega da Parasitologia da Unicamp, um artigo sob o título "Modelo matemático para a interação hospedeiro-parasito", na Revista Braasileira de Medicina Tropical. Com esse artigo, ganhei um prêmio (Gerhard Domack), que me foi dado em congresso em João Pessoa. Desse prêmio, ganhei a visita ao Hotel Tambaú e a honraria feita no congresso de Med Tropical e uma fantástica viagem à Alemanha, Suíça e Portugal, onde proferi palestras, encontrei com diretores da OMS, o ministro de ciência da Alemanha e o da Saúde, de Portugal. Com a maior mordomia. Foi tudo o que ganhei (não reclamo). De volta aqui, um colega do ICMSC ganhou um prêmio e, por ele, recebeu uma menção da congregação e divulgação em boletim da USP. Fui ao diretor do ICMSC e reclamei: "e o meu prêmio? Não merece também uma atenção?" A resposta foi: "Bem, seu prêmio é em Medicina, não é em matemática". Hoje as coisas felizmente mudaram. Será?... Abs
On Tuesday 02 February 2010 11:51:49 am Doris Fontes wrote:
Prof. Basílio:
Faz alguns pares de anos que acompanho algumas discussões sobre a criação
 de uma pós (séria) em Bioestatística no Brasil, inclusive ouvidndo
 estatísticos da Anvisa, que tem interesse por profissionais com esse tipo
 de formação. Mas nunca vi o assunto avançando em Deptos de Estatística...
Por que será? Doris

Em 2 de fevereiro de 2010 09:57, Basilio de Bragança Pereira <
basilio@hucff.ufrj.br> escreveu: Cara Doris
> Que bom voce dar essa menssagem na lista. Ha muito tempo venho falando
> com nossos colegas que esta é uma das areas mais promissoras e carentes
> de bons estatisticos (com mestrado e /ou doutorado em estatistica).
> Em geral esta area é suprida com profissionais de areas proximas
> (epidemiologia, engenharia biomedica etc) so que as necessidades atuais
> devido ao desenvolvimento de nossa area nao ficam satisfeitas sem um
> maior numero de estatisticos.
> felizmente todos os cursos de posgraduaçao em estatistica tem pessoas
> trabalhando em bioestatistica, um pouco de esforço e a criaçao de uma
> opçao Bioestatistica com interaçao com areas medicas ,seria possivel em
> varios de nossas posgraduaçoes.
> Basilio
>
> Doris Fontes Escreveu:
>> Recebemos com certa frequência no CONRE-3 pedidos de profissionais
>> (tanto estatísticos como de áreas médicas) para indicarmos cursos de pós
>> em Bioestatística, sobretudo aqui em SPaulo (cidade).
>> Onde encontro esse tipo de informação para divulgar?
>> Grata,
>> Doris
>
> Basilio de Bragança Pereira
> *Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
> *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
> HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.
> *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
> *Tel: (55 21) 2562-2594 or /2558/7045
> www.po.ufrj.br/basilio/
> *MailAddress:
> COPPE/UFRJ
> Caixa Postal 68507
> CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ
> Brasil



Basilio de Bragança Pereira
*Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
*FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.
*UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
*Tel: (55 21) 2562-2594 or /2558/7045
www.po.ufrj.br/basilio/
*MailAddress:
COPPE/UFRJ
Caixa Postal 68507
CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ
Brasil