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Re: FW: Mensagem do Luiz Vaz



Caros(as) Redistas,

A alguns anos atrÃs assisti a uma palestra de uma professora pesquisadora do departamento de EducaÃÃo da UFPR. Ela nos mostrou que o aluno faz a escola, ou seja, escola boa à aquela onde estuda aluno bom. Professor, prÃdio bonito, mÃtodo de ensino, etc. à secundÃrio. 

DÃcadas atrÃs, os melhores colÃgios do Brasil eram os pÃblicos. Acho que foi porque nesses colÃgios estudavam os melhores alunos, aqueles que passavam no Exame de AdmissÃo. Supondo que todos os possÃveis alunos concorriam a esses colÃgios, os melhores eram selecionados porque o colÃgio pÃblico tinha fama de ser bom. 

Hoje hà vestibular para entrar na universidade pÃblica (UP). Dado que todos os possÃveis alunos concorram e ao serem aprovados estudem na UP, entÃo os melhores alunos estarÃo na UP e esta serà a melhor. Se isso sempre ocorrer, entÃo a UP sempre serà melhor. Mas acho que hà motivos para temer que ocorra com as universidades pÃblicas um processo semelhante ao que ocorreu com os colÃgios pÃblicos.

Em Curitiba, a procura e a concorrÃncia para o curso de administraÃÃo da UFPR està caindo. No curso diurno (no qual nÃo alterou o nÃmero de vagas) a relaÃÃo candidato/vaga caiu de 22 em 2002 para 10 em 2010. No turno noturno, ouve aumento no nÃmero de vagas, mas o nÃmero de candidatos diminuiu. Isso à um primeiro fato.  

Ja ouvi vestibulandos dizer que o curso de AdministraÃÃo da FAE (particular) Ã melhor que o da UFPR. Conversando com uma aluna de AdministraÃÃo da UFPR, ela me disse que os alunos reclamam das aulas desatualizadas e de baixa qualidade de vÃrios professores. Estes professores nÃo tem suas opiniÃes sobre o curso acadatas pelos demais colegas (aqueles que dÃo as aulas ruins). 

Ou seja, fora e dentro da UP jà existe a imagem de que a UP nÃo à boa. Talvez isso tenha feito ocorrerer um segundo fato, de que a procura pelo curso de AdminstraÃÃo da FAE tenha aumentado nos Ãltimos anos de forma que no Ãltimo vestibular o nÃmero de candidatos jà à prÃximo ao da UFPR.


Elias T. Krainski


--- Em qua, 3/3/10, Julio Stern <jmstern@hotmail.com> escreveu:

> De: Julio Stern <jmstern@hotmail.com>
> Assunto: FW: [ABE-L]: Mensagem do Luiz Vaz
> Para: "ABE Lista" <abe-l@ime.usp.br>
> Data: Quarta-feira, 3 de MarÃo de 2010, 10:33
> 
> 
> Caros Redistas:Â
> Permitam-me discordar desta ultima
> colocacao.ÂNao vou matricular meu filho em
> uma escola de pivetes,Âso para marcar pontos
> no meu caderno ideologico.ÂNao vou internar
> minha esposa em um hospital em
> frangalhos,Âso para fazer bolito frente aos
> membros do partido.ÂA vida nao eh assim,
> pelo menos a minha!Â
> Mas o Gauss levanta um problema
> importante,Âcuja solucao passa justamente
> (tanto no sentidoÂde precisamente quanto no
> sentido de com justica)Âpela superacao de
> abordagens simplistas.Â
> Lembro que para a geracao dos meus pais, escola
> boaÂera o Ginasio do Estado. Escola
> particular era paraÂquemÂnao conseguia
> passar pelo Exame de Admissao.ÂComo hoje
> ocorre (ou ate ha pouco ocorria) comÂa
> Universidade Publica / Exame Vestibular. Â(Sera
> que os paraniocos, com eu, ja enxergamÂÂum
> processo semelhante de degradacao?)Â
> A questao central, na minha opiniao, eh a
> seguinte:ÂO Brasil repete incansavelmente o
> mesmo ciclo:Â
> 1- Com grande esforco e merito, criar um
> servicoÂÂÂ Âpublico de alta
> qualidade, que todavia temÂÂÂ
> Âalcance muito restrito.Â
> 2- Massificar este mesmo servico, que se
> tornaÂÂÂ Âamplamente
> disponivel. Todavia, este
> processoÂÂÂ Âde massificacao
> eh feito de uma forma que levaÂÂÂ
> Âaa completa perda de qualidade.Â
> Muitas forcas sociais contribuem para que assim
> seja,Âentre elas:Â
> a) Os oportunistas de sempre, que lucram com a
> classeÂmedia no desamparo, classe media que,
> na minhaÂopiniao,Âeh a eterna vitima e
> nao culpada no processo.Â
> b) Os politicos populistas, por vezes bem
> intencionadosÂainda que tolos, por vezes
> autenticos pulhas.Â
> 
> Qual a chave para superar esta triste
> sina?Â
> Entender que para ter servicos publicos de
> qualidade EÂamplo alcance, estes tem que ser
> << diferenciados >>Â
> O melhor exemplo que eu conheco, na area da
> educacao,Âeh o sistema de ensino basico da
> antiga Uniao Sovietica:Â
> Todo mundo tinha escola basica, onde recebia
> umaÂeducacaoÂminima. Nao era a Holanda,
> onde os filhosÂdaÂrainha tambem vao
> para a escola publica, masÂquebravaÂo
> galho. Todo mundo (ou quase) era alfabetizado.
> ÂÂÂÂMas, se um
> garoto tinha o dom para uma atividade,Âera
> << Selecionado >> para uma escola
> especial...- Se era bom de matematica ou
> ciencias,Âiria estudarÂem uma
> escolaÂapropriada, e existiam muitas;
> ÂÂ- Se era bom de danca, iria para a
> escola Bolschoi; Â Â- Se o garoto tinha
> dom para esportes, eraÂ<< selecionado
> >>Âpara treinamento
> olimpico;Âetc; etc.ÂÂ(A
> proposito, a Russia terminou as olimpiadas
> deÂÂÂinverno em 11o lugar, um
> fiasco inimaginavel!ÂÂÂAli nao se
> substituiu Comunismo por
> Capitalismo,ÂÂÂmas por bandidismo
> puro e simples, mas
> estaÂÂÂehÂoutra estoria, que
> fica para outra vez...)Â
> 
> A sociedade Brasileira parece nao ter a
> resilienciaÂrequerida para implementar
> sistemas de diferenciadosÂe os
> correspondentes mecanismos de selecao,
> Âexplicitos e em larga
> escala...Â
> Obvio que ha uma execao: O Futebol!
> ÂSera que os Gavioes da Fiel
> aprovariamÂcota racial para Japones no
> Curingao?ÂE cota para moradores do bairro da
> Mooca?Â(tutti buona gente, mesmo que com
> umaÂtendencia genetica a torcer pelo
> Palestra :-) ÂÂ Â
> ---JulioÂ
> 
> 
> > Date: Wed, 3 Mar 2010 09:28:07 -0300
> > From: gauss@deinfo.ufrpe.br
> > To: abe-l@ime.usp.br
> > Subject: [ABE-L]: Mensagem do Luiz Vaz
> > 
> > 
> > 
> >          Prof. Gauss,
> >          Se observar, tudo que à pÃblico estÃ
> abandonado. Hoje, os  
> > produtos preferidos pela populaÃÃo sÃo os privados:
> previdÃncia,  
> > hospitais, seguranÃa, escolas, transportes e por aÃ
> vai. Gastamos  
> > dinheiro com tudo isso.
> > 
> >          HÃ descaso dos governantes, com certeza, mas
> a classe mÃdia  
> > tambÃm à responsÃvel. Parece estranho defender esse
> ponto de vista,  
> > mas a classe mÃdia, que deveria exigir melhores
> serviÃos, cansou e os  
> > abandonou. NÃo sei o porquà desse comportamento.
> Talvez muita  
> > televisÃo, mensagens subliminares... A classe mÃdia
> Ã um dos melhores  
> > clientes que se pode ter: paga caro e nÃo exige
> melhoria na qualidade  
> > dos serviÃos.
> > 
> >          Os serviÃos pÃblicos sà voltarÃo a ser
> bons quando as classes  
> > A e B voltarem a frequentar esses serviÃos. Afinal,
> sÃo elas as  
> > principais formadoras da opiniÃo pÃblica. E, oxalÃ,
> veremos de novo  
> > pais de bicicleta dividirem espaÃo com carros de
> luxo. Sem qualquer  
> > tipo de segregaÃÃo social. Nem de uma parte e nem da
> outra.
> > 
> >          Um fraternal abraÃo,
> >          Luiz
> > 
> > 
> > -----Mensagem original-----
> > De: gauss@deinfo.ufrpe.br
> [mailto:gauss@deinfo.ufrpe.br]
> > Enviada em: terÃa-feira, 2 de marÃo de 2010 20:40
> > Para: abe-l@ime.usp.br; rbras@rbras.org.br
> > Assunto: [ABE-L]: crime de lesa-pÃtria
> > 
> > 
> > 
> > Caros Redistas,
> > 
> > O Estado brasileiro patrocina uma grande injustiÃa
> com
> > todos os brasileiros: abandonou quase por completo o
> > ensino pÃblico bÃsico e fundamental de qualidade,
> > e de forma arbitrÃria agigantou a universidade
> > pÃblica. Entretanto, muitos dos seus cursos (aqueles
> de
> > maior demanda) sÃo frequentados na sua maioria por
> alunos
> > das classes mais favorecidas.
> > 
> > Quando morei na Inglaterra - de 1979 a 1982 -, minha
> filha
> > Lelaine (o nome à por conta de uma mÃsica de Pat
> Boone
> > que eu adorava) estudava numa escola pÃblica em
> South
> > Kensington. Ficava na escola das 9 hs Ãs 16 hs.
> > 
> > Eu a levava na garupa da minha bicicleta, enquanto
> alguns
> > pais traziam seus filhos para a mesma escola em carros
> de
> > luxo. Em outra escola pÃblica do mesmo quarteirÃo,
> > trabalhava como professorinha - Lady Diana -, que se
> > casaria depois com o PrincÃpe Charles.
> > 
> > Hoje, no Brasil, existe quase um oligopÃlio
> concentrado do
> > ensino privado fundamental e bÃsico - que Ã
> infinitamente
> > superior ao pÃblico -, mas que, por custar caro, nÃo
> permite
> > que as classes mais desfavorecidas sejam
> beneficiadas.
> > Esse fato se constitui numa grande injustiÃa social -
> que
> > nunca foi combatida pelos nossos polÃticos.
> > 
> > Em nome da igualdade social, todos os brasileiros
> deveriam
> > poder estudar e ter acesso gratuito ao bom ensino,
> > principalmente na base da pirÃmide escolar, sem
> qualquer
> > dependÃncia por conta do nÃvel de renda familiar.
> > Quantos cientistas no PaÃs vieram das classes menos
> > desfavorecidas? Por certo, uma grande minoria.
> > 
> > Entendo que essa situaÃÃo à mais um crime de
> lesa-pÃtria que
> > a nossa sociedade pratica, pois agride o
> desenvolvimento
> > social do PaÃs. Qualquer estudo de mobilidade social
> pode
> > comprovar quantitativamente o que estou afirmando.
> > 
> > 
> > Cordiais SaudaÃÃes,
> > 
> > Gauss Cordeiro
> > 
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