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Re: [ABE-L]: PIB e voto



Acrescento outros pontos:
 
Ponto 1: o país sempre foi dividido em classes, é só analisar historicamente os indicadores de desigualdade tal como o índice de gini;
 
Ponto 2: todos esses indicadores, assim como os gráficos anteriormente apresentados, apontam para uma diminuição das desigualdades e de forma mais acentuada após o "lulismo" (isso os gráficos não mostraram porque só contemplou 1995-2008);
 
Ponto 3: os dados do Pledson indicam que há uma parcela significativa dos "bem-aquinhoados" que concordam com o conceito fraterno-democrático de redução das desigualdades.


 
Em 4 de novembro de 2010 11:15, Vermelho <vermelho2@gmail.com> escreveu:
Dois pontos:

Ponto 1: a regra é cada pessoa um voto, com pesos iguais, independente da renda, sexo, religião, região geográfica, ou quaisquer outras variáveis que possam ser usadas numa eventual estratificação da população.
Ponto 2: o povo sabe votar sim e hoje é informado; o povo vota de acordo com os benefícios recebidos e o governo Lula claramente beneficiou os mais pobres pelos programas sociais e a classe média, na qual me incluo, melhorando salários (um pouquinho) e mantendo a estabilidade econômica (ex: aqui no município do Rio a região com o maior percentual de votos pró Dilma foi Penha e arredores, onde está localizado o Complexo do Alemão local de grande programa habitacional do PAC.).

Nós que mexemos com estatísticas sabemos que o percentual de voto ideológico é ínfimo.
Abraços.

Em 4 de novembro de 2010 08:34, Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br> escreveu:

   Marcelo,
   Quanto ao seu último parágrafo você está certo na análise. O norte de Minas foi o fiel da balança para Dilma ganhar aqui (em MG). Em BH, deu Serra. O mapa da cidade do RJ também é muito interessante. Serra venceu na zona sul e Dilma nas zonas norte e baixada flumininense. Em algumas regiões essa dicotomia foi observada e demonstrada, aqui na lista, com gráficos que associam renda a voto. A estratégia lulista foi querer dividir o país em classes... espero que isso não dure. Não quero ver irmãos contra irmãos para servir a propósitos baratos de conquistas de poder.

 -----Mensagem original-----
De: Marcelo L. Arruda [mailto:mlarruda@ime.usp.br]
Enviada em: quarta-feira, 3 de novembro de 2010 19:18
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: [ABE-L]: PIB e voto



   Peço minhas desculpas a todos e em especial ao Pledson se meu aparte parecer ofensivo mas acho que, por estarmos numa lista de estatísticos (i.e. de pessoas com alta fluência em matemática), não podemos deixar de observar esses números sem um mínimo de análise crítica: somando as três regiões citadas pelo colega (Sul, SE e CO), a candidata petista obteve uma vantagem de 275.124 votos, num universo de 66.220.176 votos contabilizados! Porcentualmente, nessas três regiões a vantagem de Dilma Rousseff foi de 50,2% dos votos contra 49,8% de José Serra! Uma diferença dessas (0,4%) poderia facilmente ser invertida por frase mais inspirada da campanha serrista, uma declaração mais infeliz da campanha dilmista ou mesmo uma mudança de decisão por parte dos eleitores que não compareceram às urnas no 2º turno! Logo, pode-se dizer que nessas três regiões houve um "empate virtual" e, conseqüentemente, que quem efetivamente desempatou a peleja e decidiu a eleição a favor da Dilma foram mesmo as regiões Norte e Nordeste.

   Sendo até mais detalhista, lembro que no norte de MG há muitas cidades que têm muito mais características sócio-econômico-culturais de Nordeste do que de Sudeste. Se tirarmos os votos dessas cidades do subtotal Sul+SE+CO e os passarmos para o subtotal Norte+NE, o impacto dos votos do "Brasil do Norte" na vitória da Dilma provavelmente será ainda mais evidente!

Saudações democráticas,
Marcelo

----- Original Message -----
From: Pledson  <mailto:pledson@ccet.ufrn.br> Guedes de Medeiros
To: abe-l@ime.usp.br
Sent: Wednesday, November 03, 2010 12:06 PM
Subject: [ABE-L]: PIB e voto

Caros,

Em relação aos resultados da eleição de domingo, gostaria de informar que, mesmo desconsiderando os votos do Nordeste e do Norte, regiões onde a candidata Dilma teve grande votação, ainda assim ela seria eleita. Vejam abaixo:

Considerando apenas a região de maior PIB do Brasil:
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferença pró Dilma 1.690.604)

Considerando apenas as duas regiões mais desenvolvidas (Sudeste e Sul)
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferença pró Dilma 1.690.604)
Sul: Dilma 7.267.073 x Serra 8.493.558 (diferença pró Serra 1.226.485)
Sudeste+Sul: (diferença pró Dilma 404.119)

Considerando apenas três regiões do Brasil (Sudeste, Sul e Centro-Oeste)
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferença pró Dilma 1.690.604)
Sul: Dilma 7.267.073 x Serra 8.493.558 (diferença pró Serra 1.226.485)
Centro-Oeste: Dilma 3.439.882 x Serra 3.568.877 (diferença pró Serra 128.995)
Sudeste+Sul+Centro-Oeste: (diferença pró Dilma 275.124)

Portanto, os votos do Nordeste e do Norte não foram necessários para a vitória da Dilma porém, mostraram o reconhecimento de regiões que antes eram esquecidas pelo governo Federal e hoje recebem investimentos como NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS...

Aproveito para parabenizar a todas as mulheres brasileiras que, finalmente, conquistaram o direito de, pelo voto, dirigir a 8a maior economia do mundo (segundo projeções do FMI, em 2014 poderemos ser a 5a).

Passada a eleição, tenho certeza que todos nós desejamos um ótimo governo para a nova presidenta do Brasil pois, se assim o for, todos nós seremos beneficiados, independentemente da região na qual nos encontramos.

Um abraço a todos e viva a democracia!


Prof. Pledson Guedes de Medeiros
Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
Fone: (84) 3215-3785 r39 ou (84) 3215-3716 r39;
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