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RES: [ABE-L]: PIB e voto
- Subject: RES: [ABE-L]: PIB e voto
- From: "Luiz Sergio Vaz" <luizvaz@sarah.br>
- Date: Thu, 4 Nov 2010 15:06:14 -0200
Reconheço todos os argumentos,
mas não acho que o presidente de um país deveria acentuar tensões sociais
para se beneficiar politicamente. Um presidente não governa para classe A, B ou
C, mas para todas. Desculpem a comparação chula, de momento, mas o
presidente deveria ser como um mosquito da dengue: não escolher classe
social.
Outro ponto. A diminuição das desigualdades não é
obra de um governo, mas de todos. Falar do pós-lulismo é desconsiderar, pelo
menos, as conquistas trabalhistas de Getúlio, a redistribuição regional de
JK, o desenvolvimento da indústria nacional, a vitória econômica de
FHC e de todos os demais que contribuíram nesse processo. Sem essas
conquistas, de nada adiantaria.
É consenso, entre analistas, que o governo Lula foi muito mais
conservador que outros governos. Houve avanços, mas não se viu reformas
estruturais na relação trabalhista, no campo, na previdência e na educação, só
para citar as suas principais bandeiras. Com a base parlamentar adquirida, o
governo Dilma tem total condição de providenciar essas reformas e espero que
consiga, para, aí sim, darmos um salto de qualidade, do 75o. IDH para, pelo
menos, o 60° lugar.
Isso é que importa. O resto é brasa de
eleição.
-----Mensagem original-----
De:
Marcelo Rubens dos Santos do Amaral [mailto:mrubens@ime.uerj.br]
Enviada
em: quinta-feira, 4 de novembro de 2010 14:15
Para:
abe-Lista
Assunto: Re: [ABE-L]: PIB e voto
Acrescento outros pontos:
Ponto 1: o país sempre foi dividido em classes, é só
analisar historicamente os indicadores de desigualdade tal como o
índice de gini;
Ponto 2: todos esses indicadores, assim como os gráficos anteriormente
apresentados, apontam para uma diminuição das desigualdades e
de forma mais acentuada após o "lulismo" (isso os gráficos não mostraram
porque só contemplou 1995-2008);
Ponto 3: os dados do Pledson indicam que há uma parcela significativa dos
"bem-aquinhoados" que concordam com o conceito fraterno-democrático
de redução das desigualdades.
Em 4 de novembro de 2010 11:15, Vermelho
<vermelho2@gmail.com>
escreveu:
Dois pontos:
Ponto 1: a regra é cada pessoa um
voto, com pesos iguais, independente da renda, sexo, religião, região
geográfica, ou quaisquer outras variáveis que possam ser usadas numa
eventual estratificação da população.
Ponto 2: o povo sabe votar sim e
hoje é informado; o povo vota de acordo com os benefícios recebidos e o
governo Lula claramente beneficiou os mais pobres pelos programas sociais e
a classe média, na qual me incluo, melhorando salários (um pouquinho) e
mantendo a estabilidade econômica (ex: aqui no município do Rio a região com
o maior percentual de votos pró Dilma foi Penha e arredores, onde está
localizado o Complexo do Alemão local de grande programa habitacional do
PAC.).
Nós que mexemos com estatísticas sabemos que o percentual de
voto ideológico é ínfimo.
Abraços.
Em 4 de novembro de 2010 08:34, Luiz Sergio Vaz
<luizvaz@sarah.br> escreveu:
Marcelo,
Quanto ao seu
último parágrafo você está certo na análise. O norte de Minas foi o fiel
da balança para Dilma ganhar aqui (em MG). Em BH, deu Serra. O mapa da
cidade do RJ também é muito interessante. Serra venceu na zona sul e Dilma
nas zonas norte e baixada flumininense. Em algumas regiões essa dicotomia
foi observada e demonstrada, aqui na lista, com gráficos que associam
renda a voto. A estratégia lulista foi querer dividir o país em classes...
espero que isso não dure. Não quero ver irmãos contra irmãos para servir a
propósitos baratos de conquistas de poder.
-----Mensagem
original-----
De: Marcelo L. Arruda [mailto:mlarruda@ime.usp.br]
Enviada em: quarta-feira, 3 de
novembro de 2010 19:18
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: [ABE-L]: PIB e
voto
Peço minhas desculpas a todos e em
especial ao Pledson se meu aparte parecer ofensivo mas acho que, por
estarmos numa lista de estatísticos (i.e. de pessoas com alta fluência em
matemática), não podemos deixar de observar esses números sem um mínimo de
análise crítica: somando as três regiões citadas pelo colega (Sul, SE e
CO), a candidata petista obteve uma vantagem de 275.124 votos, num
universo de 66.220.176 votos contabilizados! Porcentualmente, nessas três
regiões a vantagem de Dilma Rousseff foi de 50,2% dos votos contra 49,8%
de José Serra! Uma diferença dessas (0,4%) poderia facilmente ser
invertida por frase mais inspirada da campanha serrista, uma declaração
mais infeliz da campanha dilmista ou mesmo uma mudança de decisão por
parte dos eleitores que não compareceram às urnas no 2º turno! Logo,
pode-se dizer que nessas três regiões houve um "empate virtual" e,
conseqüentemente, que quem efetivamente desempatou a peleja e decidiu a
eleição a favor da Dilma foram mesmo as regiões Norte e
Nordeste.
Sendo até mais detalhista, lembro que no
norte de MG há muitas cidades que têm muito mais características
sócio-econômico-culturais de Nordeste do que de Sudeste. Se tirarmos os
votos dessas cidades do subtotal Sul+SE+CO e os passarmos para o subtotal
Norte+NE, o impacto dos votos do "Brasil do Norte" na vitória da Dilma
provavelmente será ainda mais evidente!
Saudações
democráticas,
Marcelo
----- Original Message -----
From:
Pledson <mailto:pledson@ccet.ufrn.br> Guedes de Medeiros
To: abe-l@ime.usp.br
Sent:
Wednesday, November 03, 2010 12:06 PM
Subject: [ABE-L]: PIB e
voto
Caros,
Em relação aos resultados da eleição de domingo,
gostaria de informar que, mesmo desconsiderando os votos do Nordeste e do
Norte, regiões onde a candidata Dilma teve grande votação, ainda assim ela
seria eleita. Vejam abaixo:
Considerando apenas a região de maior
PIB do Brasil:
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferença
pró Dilma 1.690.604)
Considerando apenas as duas regiões mais
desenvolvidas (Sudeste e Sul)
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra
20.910.091 (diferença pró Dilma 1.690.604)
Sul: Dilma 7.267.073 x Serra
8.493.558 (diferença pró Serra 1.226.485)
Sudeste+Sul: (diferença pró
Dilma 404.119)
Considerando apenas três regiões do Brasil (Sudeste,
Sul e Centro-Oeste)
Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091
(diferença pró Dilma 1.690.604)
Sul: Dilma 7.267.073 x Serra 8.493.558
(diferença pró Serra 1.226.485)
Centro-Oeste: Dilma 3.439.882 x Serra
3.568.877 (diferença pró Serra 128.995)
Sudeste+Sul+Centro-Oeste:
(diferença pró Dilma 275.124)
Portanto, os votos do Nordeste e do
Norte não foram necessários para a vitória da Dilma porém, mostraram o
reconhecimento de regiões que antes eram esquecidas pelo governo Federal e
hoje recebem investimentos como NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE
PAÍS...
Aproveito para parabenizar a todas as mulheres brasileiras
que, finalmente, conquistaram o direito de, pelo voto, dirigir a 8a maior
economia do mundo (segundo projeções do FMI, em 2014 poderemos ser a
5a).
Passada a eleição, tenho certeza que todos nós desejamos um
ótimo governo para a nova presidenta do Brasil pois, se assim o for, todos
nós seremos beneficiados, independentemente da região na qual nos
encontramos.
Um abraço a todos e viva a
democracia!
Prof. Pledson Guedes de Medeiros
Sala 80 -
Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
Fone: (84) 3215-3785
r39 ou (84) 3215-3716 r39;
Fax: (84)
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Vermelho
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