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Re: [ABE-L]: Deu na Folha: EstatÃstico do Estado vende dado sigiloso



Cara Doris e demais redistas,

Sem acentos e bem longe de querer polemizar, se a lei N. 4739 de 1965 que diz

"EstatÃstico à aquele que possui um Diploma de Curso Superior em EstatÃstica"

fosse realmente aplicada, nao poderiam ser considerados estatisticos as seguintes pessoas
(soh para citar alguns):

do exterior: Henry Daniels, David Cox, Rao, Maurice Kendall, Kalman, Balakrishnan, Samuel Kotz, Weibull,
Alan Stuart, Nadarajah, ...

do Brasil: Pedro Morettin, Julio Singer, Heleno Bolfarine, Jorge Achcar, Ruben Klein, Francisco Cribari,
Dani Gamerman, Clarice DemÃtrio, Wilton Bussab, Djalma Pessoa, Klaus Vasconcellos, Caio Dantas, ...

Mais pobre seria a Estatistica do Pais!

Meu cordial abraco para v.

Gauss




"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).



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Em 01/03/2011 15:04, Doris Fontes < dsfontes@gmail.com > escreveu:
Muito infeliz o tÃtulo da matÃria, pois o sr. Kahn à graduado em CiÃncias Sociais e tem Mestrado e Doutorado em CiÃncias PolÃticas, nada a ver com estatÃstica. Mas, sà porque coordena um depto que lida com dados, à chamado de "estatÃstico". Enviei hoje logo cedinho um pedido de correÃÃo da matÃria explicando que o cara NÃO à estatÃstico.
Muitos sÃo contra a definiÃÃo legal de estatÃstico (por n motivos), mas segundo a lei N. 4739 de 1965, EstatÃstico à aquele que possui um Diploma de Curso Superior em EstatÃstica. AlÃm disso, para exercer a profissÃo de estatÃstico, existe o registro no seu Conselho Regional de EstatÃstica competente.ÂExiste tambÃm um cÃdigo de Ãtica profissional que inclui a guarda sigilosa de dados.
AbraÃos,
Doris
Segue o texto todo:
EstatÃstico do Estado vende dado sigiloso

TÃlio Kahn, coordenador da Secretaria da SeguranÃa de SP, disponibiliza informaÃÃes criminais por meio de sua empresa

Ele jà forneceu dados como furtos a pedestres na regiÃo de Campinas e os bens mais visados em roubos a condomÃnios
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Um funcionÃrio do alto escalÃo da Secretaria da SeguranÃa PÃblica de SÃo Paulo vende serviÃos de consultoria por meio de uma empresa da qual à sÃcio e que disponibiliza dados que o governo considera sigilosos.
O sociÃlogo TÃlio Kahn à desde 2005 sÃcio-diretor da Angra Consultoria e RepresentaÃÃo Comercial, seg undo documentos obtidos pelaÂFolha. Ele detÃm 50% da empresa -a outra metade à de Andrà Palatnik.
Desde 2003 Kahn à coordenador da CAP (Coordenadoria de AnÃlise e Planejamento), o ÃrgÃo que concentra todas as informaÃÃes estatÃsticas sobre violÃncia no Estado. Jà atravessa trÃs governos na funÃÃo. Quem o nomeou para o cargo foi o secretÃrio Saulo de Castro, no governo de Geraldo Alckmin (2003-2006).
Entre outros dados sigilosos, Kahn jà forneceu, por exemplo, informaÃÃes como furtos a transeuntes na regiÃo metropolitana de Campinas e os bens que sÃo levados com mais frequÃncia nos roubos a condomÃnios na cidade de SÃo Paulo.
O levantamento sobre roubo a condomÃnios foi feito a pedido do Secovi (sindicato das empresas imobiliÃrias de SÃo Paulo) e pago pela GR, uma das maiores empresas de seguranÃa do Estado, segundo o prÃprio Kahn relatou ÃÂFolha. A GR nega ter feito pagamentos à Angra.

SIGILO
As informaÃÃes sigilosas sobre a criminalidade na Grande Campinas constam de um relatÃrio feito para a Agemcamp (AgÃncia Metropolitana de Campinas), autarquia do Estado que auxilia o planejamento na regiÃo.
Foi a Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A), empresa do governo paulista, que contratou a Angra.
Ou seja, o governo pagou a uma empresa privada para obter dados sobre crimes que sÃo desse mesmo governo.
No relatÃrio para a Agemcamp, a Angra oferece informaÃÃes do Infocrim que nÃo sÃo pÃblicas, as quais "permitem um maior detalhamento da situaÃÃo criminal da cidade de Campinas".

PÃNICO
GraÃas aos mapas de Kahn, Ã possÃvel saber em que Ãreas se concentram os roubos de veÃculos e os locais onde ocorrem mais roubos a condomÃnios.
A secretaria se nega desde 2008 a fornecer ÃÂFolha informaÃÃes similares, e de grande interess e pÃblico, como as ruas que concentram os roubos e furtos de veÃculos em SÃo Paulo.
A alegaÃÃo de Kahn para a negativa à que essas informaÃÃes poderiam gerar alarmismo entre os moradores e desvalorizar a Ãrea.
Parte das informaÃÃes criminais à publicada trimestralmente, de acordo com a resoluÃÃo 160, que criou em 2001 as regras para divulgaÃÃo de estatÃsticas.
A divulgaÃÃo, porÃm, nÃo inclui dados estratÃgicos, como o local do crime. Com isso, nÃo dà para se saber a rua onde se mata mais na cidade de SÃo Paulo ou as faculdades que concentram o furto de veÃculos. NÃo hà esse veto para a clientela da Angra.

PREÃOS
Os valores dos contratos da empresa de Kahn variam de R$ 80 mil a R$ 250 mil.
Por exemplo: um projeto de pesquisa que ensina prefeituras a fechar bares para reduzir a violÃncia, que inclui acesso a dados sigilosos de boletins de ocorrÃncia, està orÃado em R$ 100 mil.
Apenas uma empresa com livre trÃnsito no governo poderia oferecer "visitas Ãs delegacias para consulta aos boletins de ocorrÃncia". Delegacias vetam a consulta a boletins sob o pretexto de que haveria violaÃÃo da intimidade das vÃtimas.
Em outro projeto em que a Angra aparece como intermediÃria, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de SÃo Paulo paga R$ 7.000 a dois funcionÃrios para produzir estatÃsticas sobre roubo de cargas dentro da CAP. O sindicato diz que o acordo à legal.
OUTRO LADO

NÃo violei informaÃÃes e o "cliente" sà patrocina estudos, diz sociÃlogo

DE SÃO PAULO

O sociÃlogo TÃlio Kahn diz que nunca violou dados da Secretaria da SeguranÃa.
Em resposta por e-mail, ele afirma: "NÃo hà venda de informaÃÃes. Houve uma contrataÃÃo da Angra e outras consultorias pelo governo do Estado, por licitaÃÃo pÃblica, atravÃs da Emplasa. O manuseio dos dados pela Angra foi feito sob condiÃÃo de sigilo e apenas ÃrgÃos pÃblicos tiveram acesso Ãs anÃlises".
Segundo ele, o sigilo era preservado por "acordo verbal" com os pesquisadores.
Os clientes que a prÃpria Angra ci ta, como a GR, o Secovi e o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga, sÃo "patrocinadores" de projetos (contra roubos a condomÃnios e de cargas, respectivamente), diz o sociÃlogo.
Kahn diz que irà "providenciar" a alteraÃÃo do contrato da Angra, onde aparece como sÃcio-diretor -o estatuto do funcionalismo sà permite a figura do sÃcio-cotista. "NÃo me ative à necessidade de alterar o contrato da Angra, o que vou providenciar".
Segundo Kahn, nÃo hà conflito Ãtico entre a sua atividade privada e seu trabalho pÃblico: "Os "clientes privados" apenas patrocinam os estudos, como forma de colaborar com as polÃcias e a seguranÃa, e os dados sà sÃo divulgados Ãs polÃcias".

SALÃRIO
Em conversa telefÃnica, disse que criou a empresa de consultoria por sugestÃo do governo porque a Secretaria de SeguranÃa nÃo conseguiu pagar um salÃrio compatÃvel com a responsabilidade que ele assumiu na CAP.
Quando chegou ao ÃrgÃo, em 2003, o salÃrio que lhe caberia seria de R$ 5.000. Daà a sugestÃo de que cobrasse por certos projetos e recebesse por meio de nota, conta.
A GR diz que nunca fez pagamentos à Angra. A empresa afirma que sà ajudou a Secretaria de SeguranÃa a mapear melhor o problema de roubos a condomÃnios.
Kahn afirma que a empresa pagou pelo estudo sobre roubos a condomÃnios.
A Emplasa diz que nÃo hà mais diretores na empresa da Ãpoca do contrato com a Angra (2008 e 2009) e que a diretoria atual nÃo conhece o assunto para se pronunciar. A Agemcamp nÃo quis comentar o caso.
A Secretaria da SeguranÃa PÃblica afirma que sà vai se pronunciar apÃs a publicaÃÃo da reportagem. (MCC)





Alckmin afasta funcionÃrio por venda de dados sigilosos


Atualizado ÃsÂ13h03.

DE SÃO PAULO

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O governador de SÃo Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afastou nesta terÃa-feira o sociÃlogo TÃlio Kahn.ÂReportagem publicada na ediÃÃo de hoje daÂFolha mostra que ele vende serviÃos de consultoria nos quais colocava à disposiÃÃo de empresas dados sigilosos sobre a violÃncia no Estado.

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EstatÃstico do Estado vende dado sigiloso

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"Ele [Kahn] fez um bom trabalho nessa Ãrea de estatÃsticas, de interpretaÃÃo dos Ãndices de seguranÃa de SÃo Paulo. à um profissional competente. Mas essa atividade empresarial dele à incompatÃvel com o cargo que ocupa. EntÃo, serà substituÃdo hoje de suas funÃÃes", afirmou o governador.

De acordo com Alckmin, ainda nÃo està estabelecido quem ocuparà o cargo de Kahn. "Conversei hoje com o secretÃrio da SeguranÃa PÃblica, o Ferreira Pinto, e com calma ele vai escolher um substituto".

Desde 2003, Kahn era coordenador da CAP (Coordenadoria de AnÃlise e Planejamento), o ÃrgÃo da Secretaria da SeguranÃa PÃblica que concentra todas as informaÃÃes estatÃsticas sobre violÃncia. JÃ atravessava trÃs governos na funÃÃo. Havia sido nomeado para o cargo pelo secretÃrio Saulo de Castro, no governo de Geraldo Alckmin (2003-2006).

Como sÃcio da Angra Consultoria, Kahn repassa a clientes informaÃÃes cuja divulgaÃÃo à vetada, "para nÃo alarmar o pÃblico".

Entre elas, estÃo que tipo de bens sÃo levados com maior frequÃncia em assaltos a condomÃnios de SÃo Paulo e quais os furtos mais comuns na regiÃo de Campinas. Os contratos da Angra chegam a atà R$ 250 mil.

O levantamento sobre roubo a condomÃnios foi feito a pedido do Secovi (sindicato das empresas imobiliÃrias de SÃo Paulo) e pago pela GR, uma das maiores empresas de seguranÃa do Estado, segundo o prÃprio Kahn relatou ÃÂFolha. A GR nega ter feito pagamentos à Angra.

Kahn afirma que jamais violou dados da secretaria. Segundo Kahn, foi o prÃprio Estado que sugeriu que ele abrisse uma empresa para cobrar por certos projetos, pois seu salÃrio era baixo. Alckmin nega. "Imagina se o governo vai recomendar alguÃm para ter uma atividade paralela", disse.

ESTATÃSTICAS

Parte das informaÃÃes criminais no Estado à publicada trimestralmente, de acordo com a resoluÃÃo 160, que criou em 2001 as regras para divulgaÃÃo de estatÃsticas.

A divulgaÃÃo, porÃm, nÃo inclui dados estratÃgicos, como o local do crime. Com isso, nÃo dà para se saber a rua onde se mata mais na cidade de SÃo Paulo ou as faculdades que concentram o furto de veÃculos. NÃo hà esse veto para a clientela da Angra.

PREÃOS

Os valores dos contratos da empresa de Kahn variam de R$ 80 mil a R$ 250 mil.

Por exemplo: um projeto de pesquisa que ensina prefeituras a fechar bares para reduzir a violÃncia, que inclui acesso a dados sigilosos de boletins de ocorrÃncia, està orÃado em R$ 100 mil.

Apenas uma empresa com livre trÃnsito no governo poderia oferecer "visitas Ãs delegacias para consulta aos boletins de ocorrÃncia". Delegacias vetam a consulta a boletins sob o pretexto de que haveria violaÃÃo da intimidade das vÃtimas.

Em outro projeto em que a Angra aparece como intermediÃria, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de SÃo Paulo paga R$ 7.000 a dois funcionÃrios para produzir estatÃsticas sobre roubo de cargas dentro da CAP. O sindicato diz que o acordo à legal.



Em 1 de marÃo de 2011 14:10, Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br> escreveu:
Boa tarde.

Um estatÃstico daqui de MG postou o link dessa reportagem, cuja manchete chama a nossa atenÃÃo. PorÃm, à citado no inÃcio do texto que o suposto infrator à um sociÃlogo. A Folha poderia esclarecer o que ocorreu ?

EstatÃstico do Estado vende dado sigiloso
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/882552-estatistico-do-estado-vende-dado-sigiloso.shtml
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