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Re: [ABE-L]: Nem a LSE escapou!



Caros Pedro e demais redistas,

Sem acentos, grato pela sua colocacao. Como v. sabe, conheco bem o caso e a estoria desse estatistico L estah no meu blog em

http://gausscordeiro.blogspot.com/search?updated-min=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2011-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=36

Vide, tambem, abaixo. Eu reprovo as injusticas partindo de quem quer que seja. Ademais, L era meu amigo, e o visitei algumas vezes quando ele morava em South Kensington (Londres) em 86 e eu fazia um pos-doutorado.

Os ingleses sao - em geral - muito complicados para se lidar (o Cox nem eh dos piores) e eu, tambem, sofri horrores no Imperial College.

Nao me reprovaram, pois eu tinha bastantes resultados, mas sofri ataques sorrateiros de "varias almas sebosas" de fazer inveja a Al Capone.Â

Algumas dessas almas: Adelchi Azzalini (para mim um psicopata), William Welsh, Peter McCullagh, Brian Ripley e Anthony Atkinson.

Cordiais Saudacoes,

Gauss

Um tributo ao estatÃstico L!

Vou narrar uma estÃria verdadeira que aconteceu com um estatÃstico brasileiro - denominarei de L (em respeito ao seu nome)-, que foi meu amigo na primeira metade dos anos 80. Este estatÃstico estudava no Imperial College sob a orientaÃÃo de Sir David Cox entre 1983 e 1987. Vivia em Londres, com mulher e filho enfrentando dificuldades financeiras, que presenciei num jantar em abril de 1985 na sua casa. Ele tinha bolsa da FAPESP nos primeiros dois anos e, depois, conseguiu uma bolsa do CNPq. Em 1986, ele solicitou ao CNPq prorrogaÃÃo da sua bolsa â que jà tinha dois anos, por mais 15 meses. O Comità Assessor do CNPq â da qual fazia parte eu e o Prof. Pedro Morettin da USP -, em princÃpio foi contra, pois havia o prazo mÃximo de 4 anos para um bolsista concluir o doutorado no exterior. Entretanto, no processo dele, havia uma carta do Prof. David Cox elogiando o seu trabalho e AFIRMANDO que com a prorrogaÃÃo solicitada ele iria concluir a tes e. O Morettin conhece bem o teor da carta. Em vista disso, nÃs prorrogamos o prazo de sua bolsa para ele terminar o seu doutorado. Resultado final: depois desses 15 meses, o Cox - no meu entender-, de forma revoltante reprovou a tese e disse que L deveria se contentar com um DIC (Diploma do Imperial College). L me ligou de madrugada desesperado, perguntando se deveria aceitar a proposta ou recusÃ-la para voltar ao Brasil e tentar defendÃ-la em alguma instituiÃÃo aqui. Eu, constrangido e abatido com a notÃcia, sugeri que ele aceitasse. Atualmente, L à professor de EstatÃstica em uma instituiÃÃo de Portugal mas foi uma pobre vÃtima da soberba inglesa.


"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).



Â




Em 09/03/2011 14:26, pam@ime.usp.br escreveu:
As universidades inglesas estÃo interessadas no dinheiro das tuitions,
nÃo importa o que aconteÃa.
Tive uma experiÃncia reveladora nesse sentido. Por conta da Fapesp e
CNPq acompanhei um estudante brasileiro (mestre pelo IME) que foi
fazer doutorado
no Imperial College, sendo orientado por um eminente estatÃstico.
Acompanhando os relatÃrios do bolsista, vinha sempre uma carta desse
orientador dizendo que tudo corria satisfatoriamente.
Bem, parece que nÃo, pois depois de 5 anos o estudante nÃo teve o aval
do orientador para apresentar a tese, mas ele o fez assim mesmo e, Ã
claro, foi reprovado e obteve o MPhil a titulo de consolaÃÃo.

Ou seja, o importante era ter os cinco anos ou mais de tuition. E parece que
orientadores no UK recebem por orientaÃÃes.

Pedro

Citando Vermelho :

> Pois Ã, eu jà havia visto essa notÃcia!
> E pergunto: serà que isso seria notÃcia na imprensa (principalmente na Veja)
> se o Kadafi, que atà pouquÃssimo tempo era um dos queridinhos dirigentes da
> Ãfrica do petrÃleo, nÃo tivesse caÃdo em desgraÃa?
> AbraÃos,
>
> Em 7 de marÃo de 2011 23:11, gausscordeiro
> escreveu:
>
>> Caros Redistas,
>>
>> Sem acentos, discutimos aqui a partir de um email enviado pelo Julio Stern
>> sobre "plagio" na academia.
>> Parece que nesse tipo de safadeza, nem a LSE - um dos centros mais
>> respeitados em
>> Economia e Estatistica do mundo-, escapou.
>>
>> Para aqueles que como eu conhecem bem a LSE, a noticia eh muito triste.
>> Vejam o que saiu na UOL
>> abaixo e foi comentado por Veja.
>>
>> Saudacoes,
>>
>&g t; Gauss
>>
>>
>> Tese sobre democracia do filho de Gaddafi à investigada por suspeita de
>> fraude
>>
>> Fernanda Calgaro
>> Especial para o UOL NotÃcias
>> Em Londres
>>
>> ComentÃrios
>> [2]
>>
>> A London School of Economics (LSE), prestigiosa faculdade britÃnica que faz
>> parte da Universidade de Londres, apura investigaÃÃes de plÃgio na tese de
>> doutorado submetida por Saif al-Islam, um dos filhos do ditador lÃbio
>> Muammar Gaddafi. Comprovada a fraude, ele pode perder o tÃtulo de doutor.
>>
>> A suspeita à que o trabalho de 429 pÃginas, que aborda a importÃncia da
>> democracia para a governanÃa global, teria trechos copiados sem o devido
>> reconhecimento de autoria. A instituiÃÃo de ensino, no entanto, nÃo confirma
>> quem fez as acusaÃÃes. Em nota oficial, diz apenas que "està ciente das
>> alegaÃÃes de plÃgio (...) e que estÃo sendo investigadasâ.
>>
>> NÃo hà prazo para concluir a apuraÃÃo. Segundo a assessoria de imprensa da
>> LSE, a faculdade vai avaliar todas as acusaÃÃes que surgirem. A anÃlise que
>> ela faz à que as suspeitas estÃo sendo levantadas agora, apÃs mais de dois
>> anos da concessÃo do tÃtulo, por causa dos holofotes do mundo voltados para
>> a crise polÃtica na LÃbia. Como a tese està disponÃvel na internet, mais
>> pessoas estariam checando o seu conteÃdo.
>>
>> A notÃcia do suposto plÃgio vem à tona apÃs uma turbulenta semana para a
>> faculdade, que enfrentou crÃticas por ter aceitado em 2009 doaÃÃo de 1,5
>> milhÃo de libras (o equivalente a mais de R$ 4 milhÃes) da fundaÃÃo dirigida
>> ; por Saif al-Islam. A oferta foi feita no ano seguinte à defesa de sua tese.
>>
>> Do total, a LSE havia recebido atà o momento 300 mil libras (R$ 800 mil) e
>> usado metade disso. Em entrevista a uma rÃdio britÃnica na segunda-feira
>> (28), o diretor da faculdade, Howard Davies, admitiu estar envergonhado pela
>> situaÃÃo. Ainda mais depois das apariÃÃes do filho de Gaddafi na TV estatal
>> para defender o regime do pai, num momento em que os manifestantes estÃo
>> sendo reprimidos com violÃncia.
>> Mais crise na LÃbia
>>
>> - O que causa a revolta Ãrabe? Quem serà o prÃximo a cair?
>> Especialistas
>> respondem
>> - Estilo Gaddafi mistura Lacroix e Snoopy, segundo revista "Vanity
>> Fair"
>> - Veja o que Gadafi jà disse desde o inÃcio dos protestos na
>> LÃbia>> - Nome de ditador lÃbio pode ser escrito de dezenas de formas;
>> entenda
>> - PalÃcio do ditador Gaddafi à destruÃdo em Beyda, na LÃbia;
>> veja
>>
>> Na semana passada, a instituiÃÃo anunciara que nÃo aceitaria mais o
>> restante do dinheiro depois de um protesto de universitÃrios e da ocupaÃÃo
>> por eles de uma das salas da faculdade. Nesta terÃa (1Â), Davies se reÃne
>> com representantes de professores e alunos para decidir o que fazer. A
>> sugestÃo dos alunos à que a LSE reserve valor idÃntico ao recebido de
>> Gaddafi para bolsas de estudos voltadas a estudantes lÃbios.
>> Ajuda de âghost writerâ
>>
>> Essa nÃo foi a primeira polÃmica envolvendo o assunto. Pouco antes do
>> anÃncio da doaÃÃo, destinada ao Centro de Estudo de GovernanÃa Global: David
>> H eld, vice-diretor do departamento e tutor informal de Saif al-Islam, havia
>> sido apontado como administrador da fundaÃÃo de Gaddafi. A pedido da LSE,
>> porÃm, ele deixou a fundaÃÃo lÃbia logo em seguida para evitar conflito de
>> interesses e nÃo hà mais qualquer tipo de irregularidade.
>>
>> Nos Ãltimos dias, Held chegou a dizer na imprensa que, depois que Saif
>> al-Islam entregou a tese, houve rumores de que o trabalho teria sido escrito
>> com a ajuda de mais alguÃm, um âghost writerâ contratado. Held afirma que,
>> na Ãpoca, alertou o supervisor acadÃmico dele sobre os boatos, mas que nÃo
>> houve evidÃncias suficientes.
>>
>> Pelo regulamento da LSE, toda obra à submetida a um programa de computador
>> chamado Turnitin, que confere o texto e aponta plÃgio, se houver. No caso de
>> uma tese de doutorado, o aluno tem que fazer a defesa perante uma banca
>> composta geralmente por dois professores da casa e um avaliador externo.
>>
>> Os trabalhos ficam depois disponÃveis para consulta na biblioteca da LSE,
>> numa sala especial. Para ter acesso Ãs teses, Ã preciso preencher uma ficha
>> de cadastro com os dados pessoais e assinar uma declaraÃÃo sobre direitos
>> autorais. Bolsas e casacos dos visitantes devem ser colocados em armÃrios de
>> guarda-volumes.
>>
>> Na Ãrea das mesas de pesquisa, Ã permitido ficar apenas com lÃpis, papel e
>> computador. CÃmera fotogrÃfica tambÃm à liberada, assim como celular, sà que
>> no modo silencioso. O livro a ser consultado deve ser depositado num apoio
>> de espuma para evitar que a lombada da obra seja forÃada em excesso.
>>
>> Neste espaÃo, sob o cÃdigo COLL MISC 1221, està arquivada a tese de
>> doutorado que leva o tÃtulo de "O Papel da Sociedade Civil na DemocratizaÃÃo
>> das InstituiÃÃes de GovernanÃa Global: do 'Soft Power' Ãs DecisÃes
>> Coletivas?", acompanhada do ano de 2008. Nas primeiras pÃginas do exemplar
>> de capa dura azul, logo abaixo de uma declaraÃÃo que confirma a autoria da
>> obra, vÃ-se a assinatura de Saif al-Islam Gaddafi.
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>> "There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some
>> day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).
>>
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> --
> Vermelho
> F.: (21) 2501 2332 - casa
> 2142 0473 - IBGE
>


Pedro Morettin