[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: Ciência à deriva



Caros Redistas,

Acredito que nas áreas de exatas (matemática, física, química,
estatística) os professores se dedicam mais às universidades na formação
de novos pesquisadores e na publicação em periódicos internacionais do que
nas engenharias e computação e essas mais, no global, do que nas
áreas de ciências sociais. Claro que há exceções mas acho que a direção
vinculada nessa assertiva me parece correta.

Cordiais Saudações,

Gauss



>
>
> Prezada Denise
>
> Concordo com a posição adotada  pelo  Basílio e julgo que não parte de um
> preconceito por algumas razões que passo a expor que não sei se coincidem
> com as do Basílio, mas que vão em abono da tese dele. A pesquisa
> científica é feita em geral em instituições que tem como um de seus
> objetivo principais fazer pesquisa e avançar nos dominínios do
> conhecimento. Estão entre essas intituições as Universidades e vários
> Institutos de Pesquisa, na maioria criados por orgãos oficiais ou mesmo
> por fundações sem fins lucrativos. Nas sociedades capitalistas avançadas
> como , por exemplo os Estados Unidos há Institutos de Pesquisa
> pertencentes a Instituições privadas , principalmente nas áreas de
> ciências Exatas , como o Bell Labs por exemplo, que realizam pesquisa pura
> e aplicada de bom nível. Os seus membros publicam artigos em revistas
> especializadas de ótimo nível. Alias há muitos Institutos desse tipo que
> recrutam seus membros nas universidades de maior destaque e estas muitas
> vezes vão recrutar professores nessas intituições .Me parece que nas
> intituições ligadas as áreas de administração a pesquisas desvinculadas de
> aplicações voltadas  ao interesses mais imediatos das empresas são
> altamente predominantes. Os MBA´s estão situados nessa linha de atuação ,
> mesmo aqueles das intituições citadas pela Denise.Em  algumas das areas de
> administração é muito recente contratarem estatíticos ou matemáticos , que
> em geral  tem melhor preparo para trabalharem com modelos utilizados
> nessas áreas . Finalizando acho que se trata de uma questão estrutural e
> não de preconceito.
>
> Abraços ,Carlos Alberto Caio Dantas.
>
> .Carlos A B Dantas <caio@ime.usp.br>
>
> Citando Denise Britz do Nascimento Silva <denisebritz@gmail.com>:
>
>> Mas Basílio... a COPEAD é um entidade respeitada e de sucesso, assim
>> como as FGVs,não são?
>>
>> http://www2.coppead.ufrj.br/engl/
>>
>> Acho que sua mensagem vem com um pouco preconceito contra a área... ou
>> não?
>>
>> A área perde o mérito porque tem poucos pesquisadores CNPq?
>>
>> Lá fora as universidades estimulam a captação de financiamento vindos de
>> empresas.
>>
>> A área de Business atrai muito financiamento de empresas que dão suporte
>> a vários programas de pós-graduação.
>>
>> Abraços
>> Denise
>>
>> Em 23 de junho de 2011 16:48, Basilio de Bragança Pereira
>> <basilio@hucff.ufrj.br> escreveu:
>>
>>
>> > Me parece que a area citada e a que mais produz os MBA's da vida que
>> sao uma fonte de recursos e de resultados duvidosos mudando
>> constantemente de nomes conforme a mare
>> > Adiministracao da Qualidade, Inteligencia qualquer coisa etc etc.e sao
>> geralmente incentivados pelas empresas ate verem que nao funcionam..
>> > Dai os profissionais desta area terem poucas publicacoes e poucos
>> serem pesquisadores do CNPq.
>> > Certamente nao .e cupa da CAPES e do CNPq
>> > Basilio
>> >
>> >
>> > Em 23 de junho de 2011 09:58, Luis Paulo Vieira Braga
>> <lpbraga@im.ufrj.br> escreveu:
>> >
>> > > http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-ciencia-a-deriva
>> > >
>> > > A CIêNCIA à DERIVA
>> > >
>> > >
>> > > /Thomaz Wood Jr./ /30 de maio de 2011 às 16:19h/
>> > >
>> > > THOMAZ WOOD JR.
>> > >
>> > > Thomaz Wood Jr. escreve sobre gestão e o mundo da administração.
>> thomaz.wood@fgv.br
>> > >
>> > >
>> > > Prof. Luis Paulo
>> > > C.P. 2386
>> > > 20010-974 Rio de Janeiro, RJ
>> > >
>> > > outros e-mails
>> > >
>> > > lpbraga@gbl.com.br
>> > > bragaprof@gmail.com
>> > >
>> > >
>> > > nosso BLOG
>> > > http://observatoriodauniversidade.blog.br
>> > >
>> > > BLOG da CPPD
>> > > http://cppd-ufrj.blogspot.com/
>> > > Investir (bem) em Pesquisa e Desenvolvimento é essencial para
>> qualquer país que aspire ter um lugar ao sol. Investir (bem) em
>> Pesquisa e Desenvolvimento em Administração de Empresas é essencial
>> para qualquer país que pretenda gerir adequadamente seus recursos e
>> ajudar suas organizações a prestarem bons serviços e suas empresas a
>> serem competitivas.
>> > >
>> > > O Brasil vem crescendo de forma gradual em termos de número de
>> publicações científicas e de seu impacto, medido pelas citações de
>> trabalhos de brasileiros por outros pesquisadores. Dados da
>> newsletter Science Watch, da Thomson Reuters, mostram que, entre
>> 1989 e 2007, o número de artigos científicos com ao menos um autor
>> residente no Brasil aumentou seis vezes, passando de 3.176 para mais
>> de 19 mil. Com isso, a participação brasileira na literatura
>> científica mundial passou de 0,56% para 2,02%.
>> > >
>> > > Em editorial publicado em número recente da RAE-revista de
>> administração de empresas, uma publicação acadêmica da FGV-Eaesp,
>> Eduardo Henrique Diniz chama a atenção para esse avanço apreciável e
>> necessário. No entanto, observa o editor, a evolução foi
>> heterogênea. Algumas áreas comandaram o movimento, tais como as
>> Ciências Agrárias, a Microbiologia e as Ciências do Ambiente.
>> Enquanto seus pesquisadores contribuíram significativamente para o
>> avanço do conhecimento em seus respectivos campos, os colegas da
>> Psicologia, da Ciência da Computação e da Economia e Negócios
>> puxaram os números para baixo.
>> > >
>> > > Tratando especificamente do campo da Administração de Empresas
>> (Negócios), Diniz lembra que o aumento quantitativo da produção
>> científica no campo não tem sido acompanhado por um aumento
>> qualitativo. Há anos, crescem vigorosamente no Brasil os grupos de
>> pesquisa, os congressos e as revistas científicas. Para o observador
>> casual, temos pesquisadores e temos pesquisa. Porém, quando se
>> verifica a qualidade ou utilidade do que é pesquisado e publicado,
>> conclui-se que os resultados são pífios. Levantamentos e análises
>> sobre o impacto da produção científica local são desanimadores.
>> Aparentemente, nem nossos próprios pesquisadores utilizam o que eles
>> mesmos pesquisam, escrevem e publicam. Além disso, achar um
>> pesquisador brasileiro em um periódico científico internacional de
>> renome é como encontrar Wally nas intrincadas ilustrações do
>> britânico Martin Handford.
>> > >
>> > > A Administração de Empresas é uma ciência aplicada. Seus cientistas
>> deveriam se orientar para a solução de problemas reais. E estes
>> existem em abundância. Em um país com consideráveis deficiências de
>> gestão, como o Brasil, a contribuição desses pesquisadores poderia
>> ser notável. Infelizmente, isso não é o que ocorre.
>> > >
>> > > O leitor mais atento haverá de questionar: por que, então, as
>> universidades públicas e privadas gastam recursos preciosos e
>> escassos com pesquisa de utilidade duvidosa? Por que as agências
>> governamentais de fomento continuam- custeando viagens e
>> participações em congressos (que -geralmente acontecem em hotéis
>> cheios de estrelas)?
>> > >
>> > > Os vícios são muitos e as respostas são variadas, mas há um vilão: a
>> construção de um sistema fechado e corporativista voltado para
>> interesses próprios, disputando honrarias de valor questionável e
>> buscando prestígio e legitimidade diante de entidades avaliadoras.
>> > >
>> > > Nossos acadêmicos frequentemente se comportam como povos das
>> montanhas, arredios, isolando-se em suas cavernas, governadas por
>> suas próprias sombras. Por outro lado, nossos executivos, seus
>> supostos interlocutores, comportam-se como povos litorâneos, sempre
>> a mirar o oceano, à espreita de novidades. Eles são impulsivos e
>> surfam desajeitadamente cada onda que surge no horizonte. Os
>> montanheses veem os litorâneos como seres superficiais, cujo culto
>> de gurus norte-americanos e indianos revela uma insustentável leveza
>> intelectual. Os litorâneos veem os montanheses como refugo do
>> mercado, seres de pouca inclinação para o trabalho, relegados pela
>> ausência de qualificações às salas de aula e às teses.
>> > >
>> > > Por que o sistema não muda? Grande inércia e pequena política têm se
>> mostrado eficazes para evitar rupturas. Assim, avançamos com pompa e
>> circunstância rumo aos píncaros da inutilidade acadêmica.
>> > >
>> > > Seria cabível considerar o sucateamento do sistema atual de
>> avaliação, mantido pela Capes? Desejável, sim, suficiente, não.
>> Igualmente importante seria orientar os recursos para temas
>> relevantes, de interesse do País e de suas- organizações. Além, é
>> claro, de realizar esforços para aproximar montanheses e litorâneos,
>> tarefa para a qual é preciso ter vontade política e coragem para
>> quebrar costumes arraigados. Infelizmente, essas são duas atitudes
>> ainda raras no meio acadêmico.
>> >
>> > --
>> >
>> >
>> > Basilio de Bragança Pereira ,DIC and PhD(Imperial College), DL(COPPE)
>> > *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
>> > *Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
>> > *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
>> > HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.
>> >
>> > *Tel: 55 21 2562-7045/7047/2618/2558
>> > www.po.ufrj.br/basilio/[1]
>> >
>> > *MailAddress:
>> > COPPE/UFRJ
>> > Caixa Postal 68507
>> > CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ
>> > Brazil
>
>
>
> Links:
> ------
> [1] http://www.po.ufrj.br/basilio/