Apesar da ridícula proposta do Governo, os sindicatos Andes e Proifes, que representam os professores das universidades federais, resolveram aceita-la, e dificilmente a greve será deflagrada no restante das universidades.
Para deixar a história ainda mais confusa, na reunião de ontem o representante do Governo ainda voltou atrás na proposta de aumento de 4% (só no ano que vem), dizendo que os 4% incidiria apenas em uma parte do salário, o que deveria deixar o aumento em torno de 2%.
Marcou-se hoje uma reunião para resolver este impasse, mas é provável que seja resolvido. Com isso, os professores irão ganhar no ano que vem aproximadamente 90% do que ganhavam em 1998, em pleno Governo FHC.
Esses dados servem para acabar com a falácia de que o Governo do PT trata bem os professores. O tratamento é o mesmo recebido pelo PSDB, conforme gráfico abaixo. Enquanto os pesquisadores do MCT e do Ipea recuperaram suas carreiras, pelo jeito só resta aos professores fazerem concurso para outras áreas, ou aceitar a ideia de que terão salários ruins para o resto da vida.
Não é de se estranhar a quantidade de professores com complementos salariais, mesmo estando em Dedicação Exclusiva. Com um salário líquido de R$ 5 mil, corredor vazio de professor virou padrão nos departamentos das Universidades Federais. Isso porque nem falei nos professores assistentes, com mestrado, com salário líquido de R$ 3 mil, em Dedicação Exclusiva.
Com essa decisão, a greve deve morrer.
Reunião da Mesa de Negociação das Carreiras do Megistério Superior e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – 25/08/2011.
Aconteceu na tarde desta quinta-feira, 25/08, reunião da Mesa de Negociação das Carreiras de Magistério o Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, reunindo o Governo (SRH/MPOG e SESu/MEC), e as entidades representativas da categoria, PROIFES e Andes.
A reunião foi programada para que as entidades trouxessem sua posição a respeito da proposta apresentada pelo Governo em 19/08.
A Andes afirmou que em reunião nacional nesta data decidiu aceitar a proposta do governo, por entendimento da maioria de suas assembléias.
O PROIFES afirmou que após a reunião de 19/08, realizou amplo processo de discussão e consulta às suas bases em todo o País, realizando assembléias e plebiscitos (em urna ou eletrônicos), ouvindo 4246 professores em todo o País, sendo que destes 3309 aceitaram a proposta e indicaram à entidade que assinasse o acordo, nos termos apresentados em 19/08.
Durante a reunião, surgiu um impasse, na mediada em que o Secretário Duvanier Ferreira afirmou que em sua compreensão, a proposta apresentada incluía aumento de 4% sobre o vencimento básico, após a incorporação. O entendimento das duas entidades é diferente, e consideram que o aumento foi proposto sobre a RT inclusive. Este tema foi debatido por cerca de uma hora, e então as partes decidiram marcar nova reunião para o dia seguinte, 26/08, às 14h, para que o Secretário possa realizar consultas ao Governo. Ele afirmou que as partes estão de acordo quanto ao mérito da questão, mas que a diferença é apenas orçamentária, e que precisaria de tempo para que se resolva a questão.
Pelo PROIFES estavam presentes na reunião:os professores Gil Vicente Reis de Figueiredo (Presidente), Eduardo Rolim de Oliveira (Vice-Presidente), Elenize Cristina Oliveira da Silva (Dir. Administrativa), João Eduardo Silva Pereira (Dir. Financeiro) e os representantes das entidades locais de base: Aparecido Júnior Menezes (ADUFSCar, Sindicato), Maria Luíza Ambros Von Holleben, Vanderlei Carraro, Ricardo Francalacci Savaris e Lúcio Olimpio Vieira (ADUFRGS-Sindical), Paulo Roberto H. O. Bastos Haidamus (ADUFMS-Sindical), Nilton Brandão e Elcio Martens (SINDIEDUTEC), Silvia Ferreira (APUB-Sindicato), Carlos Alberto Tanezini (ADUFG-Sindicato), Sandra Maria N. Monteiro (ADURN-Sindicato), José de Siqueira (APUBH-Sindicato), Marcelino Pequeno (ADUFC-Sindicato), Nicolau Rickmann (APROIFESPA), Flavio Lucio Vieira (APROIFESPB) e dos Núcleos do PROIFES: Manoel Coracy Saboia Dias (UFAC) e Helder Machado Passos (UFMA).