Professor Luís Paulo, muito bom o seu email. O incrível é que o juiz
federal, um profissional legalmente habilitado, reconhece que há distorções. Mas
as deixa passar porque são isonômicas! Agora, imaginem se, no lugar do ENEM,
fosse a UTI de um hospital, em que houvesse distorções isonômicas. Duvido que o
juiz federal se internaria lá.
Se é perigoso pensar, pensem bem o risco de não pensar ?
Pronto. Falei.
Abraços.
Luiz
De: Luis Paulo Vieira
Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
Enviada em: quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 10:52
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação
O estudante Michael Cerqueira de Oliveira, de SP, recorreu
contra a anulação de sua redação no ENEM. A Escola Lourenço Castanho onde ele
estudou ajudou nos procedimentos judiciais porque tratava-se do seu melhor
aluno. Após determinação judicial o MEC foi obrigado a fazer a revisão da
prova, procedimento que recusa sistematicamente. A nova banca deu 880 pontos em
1.000 para Michael que deseja estudar economia na UFRJ. Esse aluno pode ser
vítima de um caso raríssimo, ou a ponta do iceberg de um sistema de correção de
redações que vem sendo criticado por professores, alunos, especialistas e
cidadãos. Reservadamente um ex-coordenador de vestibular de uma IFE,
confidenciou-me que era uma temeridade corrigir as redações via internet por
pares de professores. As distorções seriam enormes. Mas o seu silêncio foi
assegurado com uma licença para fazer doutoramento... Ontem um juiz federal
negou pedido do Procurador Público do Estado do Ceará para desconsiderar as
notas da redação no ENEM. Em seu arrazoado considerou que as distorções eram
isonômicas, portanto, não se justificava a anulação dessa etapa...
Não considero que em um debate como esse somente pessoas qualificadas e
certificadas possam manifestar suas opiniões. Sem dúvida a execução de um
projeto de natureza estatística, ou a elaboração de um parecer judicial, são
prerrogativas dos profissionais legalmente habilitados para esse fim. É
portanto, surpreendente(ou não), alguém querer restringir a livre discussão, e
calar-se diante do exercício ilegal da profissão.
Como diz um colega meu, na academia é perigoso pensar!
Pensar ou falar? Pergunto eu.
Pensar, falar é mortal.Responde de pronto.
On Wed, 4 Jan 2012 14:13:47 -0200, Luiz
Sergio Vaz wrote
> Isso, sem falar no vazamento das questões. Para se ter uma idéia,
representantes do Greenpeace compararam o vazamento da bacia de Campos ao
vazamento das questões do ENEM. Veja você...
>
>
> De: Luis Paulo Vieira Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
> Enviada em: quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 12:02
> Para: abe-l@ime.usp.br
> Assunto: [ABE-L]: enem, tri e redação
>
> Colegas,
> Não há mais limites para os desmandos dos atuais dirigentes do MEC.
> Hoje em todo o Brasil estudantes vão protestar contra o ENEM.
> Leiam essa entrevista de um acadêmico que teve a coragem de dizer a
verdade, enquanto a maioria fica em silêncio:
> Mestre em Econometria pela London Business School e em Matemática pelo
IMPA, Leonardo Cordeiro endossa o argumento de que é um equívoco somar notas
com metodologias diferentes. Para ele, as soluções possíveis são usar a nota da
redação apenas com caráter eliminatório ou calcular as notas das provas
objetivas pelo percentual de acertos de cada candidato, descartando o TRI, como
era feito até 2008.
> — O que não se pode é misturar as duas medidas. Usar a nota da
redação combinada com a TRI provoca uma distorção matemática tão grande na
classificação que, em média, 40 a 50% dos alunos que poderiam ser aprovados
anteriormente deixariam de passar por esse cálculo. Ao misturar notas obtidas
por metodologias incompatíveis, o MEC compara "maçãs" com
"laranjas" — diz Cordeiro que foi professor de Finanças da
London School of Economics, na Inglaterra, por cinco anos.
> Na opinião de Cordeiro, a não divulgação das notas de todos os candidatos
fere os príncipios de transparência em concursos públicos. Para ele, se o MEC
divulgasse detalhes da metodologia empregada como os parâmetros estimados pela
TRI para cada item ou questão, seria possível recalcular a nota final obtida
por cada candidato:
> — Esses parâmetros são os de discriminação, de dificuldade e de
acerto casual. Como são parâmetros universais, a divulgação não fere princípios
de confindecialidade e certamente acalmaria os espíritos dos candidatos, que
poderiam confirmar a validade de suas notas.
>
> Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vestibular/estudantes-protestam-nesta-quarta-por-mais-transparencia-no-enem-3562788#ixzz1iUshjA3G
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