No meio de tanto confete, eis um outro assunto muito sÃrio na lista.
Trata-se da liberdade de informaÃÃo. A veiculaÃÃo de ideia e de informaÃÃo em geral ganhou, nas Ãltimas dÃcadas, enorme fÃlego. A Internet foi o meio e motor dessa mudanÃa. O veÃculo disponÃvel, muita gente (MUITA) entusiasmou-se e passou a escrever software (melhorando o meio) e a divulgar mensagens de forma livre e desobrigada. Temos hoje acesso a livros e a informaÃÃo de um modo que nÃo se podia sequer sonhar hà duas dÃcadas passadas. Que tal inventar-se (jà existem) revistas cientÃficas, com revisÃo e tudo, para publicaÃÃo APENAS na Internet. Eliminando-se o papel, fica muito mais barato e mais Ãgil. Eliminando-se as editoras, tiramos do meio do caminho organizaÃÃes jurÃssicas, que jà prestaram relevante papel, mas que, hoje, apenas para sobreviver, querem retardar o futuro. Leis que restringem a Internet e o software livre estÃo em vigor e leis novas, mais estritas, estÃo sendo gestadas nos EUA e na Europa. A FranÃa fez um papel muito feio no passado, tentando multar usuÃrios da Internet por infraÃÃo a copyright. O que mais se falava, entÃo, como justificativa, era pirataria de mÃsica. NÃo deu certo. Fala-se hoje de combater crimes, como pedofilia, exageros como pornografia e, a esse tÃtulo, justifica-se a fiscalizaÃÃo (espionagem do cidadÃo pelos governos) e censura. Na verdade, o interesse à outro. A livre veiculaÃÃo de ideias à perigosa para qualquer status quo; e os governos sÃo os primeiros a ressentirem-se. Hà tambÃm a burrice, baseada talvez na miopia ou na preguiÃa (inÃrcia) prÃpria da mÃquina pÃblica. O Brasil gastou 130 mi comprando o serviÃo de publicaÃÃo de artigos cientÃficos. Quanto gasta o mesmo Brasil, por ano, com o pagamento de licenÃas de software? Precisa pagar isso? Com a existÃncia de tanto software livre, bastaria um esforÃo de adaptaÃÃo, mÃnimo por parte de usuÃrios, e a conta seria eliminada. ConheÃo empresas que fizeram isso e tiveram enorme vantagem. Vantagem nÃo somente financeira, mas de seguranÃa, em vÃrios sentidos. E o Brasil, por que nÃo faz? O melhor boicote Ãs Elseviers da vida seria um esforÃo para se criar revistas livres, baseadas em software livre e aberto. Elas seriam tocadas e geridas como os muito grupos de desenvolvimento de software, que tem dado certo, felizmente, hà dÃcadas. Vejam isso na Free Software Foundation (http://directory.fsf.org/wiki/Main_Page). A qualidade do Linux e de suas muitas distribuiÃÃes, do LibreOffice, do R, da Wikepedia e de tantos outros sÃo uma demonstraÃÃo prÃtica de que a coisa funciona... e melhor do que a contrapartida fechada e privada. Abs Zà Carvalho PS infelizmente, tem de haver algo na primeira pessoa do singular... Cristiano Ferraz e eu estamos tentando escrever dois livros. Isso à projeto para mais um ano. Faz cerca de quinze dias, reunidos aqui em Campinas, falamos quase juntos a proposta de publicar na Web. Brincamos sobre isso: "menos poluiÃÃo", "maior rapidez", "quem sabe, abrir para colaboraÃÃo aberta, como um Wiki?..." PPS: nada tenho contra editoras, em princÃpio. Sou grato à J. Wiley, à McMillan e tantas outras; algumas que mudaram de nome e de propriedade. E tambÃm à Editora Mir, soviÃtica, de quem comprei livros baratos. Algumas outras, como a CRC, muito ao contrÃrio; esta sempre vendeu caro e tentou fechar acessos via Internet, por exemplo, ao Eric Weisstein's Math Treasury Troves. Uma confusÃo sÃ, agora està em propriedade da Wolfram. Bem, nada contra - mas jà se và que o futuro à outro. Um exemplo do futuro, chegando depressa. Sempre quis assinar a Linux Journal, mas o preÃo do transporte ao Brasil tornava inviÃvel a assinatura. Agora disponÃvel em forma de e-pub, assinei a revista por 20 dÃlares. E a tenho mensalmente, no dia da publicaÃÃo, recebendo um aviso por e-mail. NÃo hà impressÃo em papel, nÃo hà transporte em aviÃo. E posso ler em um leitor de e-pub ou no computador. Membro da ASA e do IMS desde 1975, tenho cÃpias de JASA, Annals e mais outras revistas desde entÃo. Fazem bonito na estante de meu escritÃrio. Mas quando preciso de um artigo, busco-o na Internet, via JSTOR ou nos sites da associaÃÃes. Nem me dou ao trabalho de levantar-me da cadeira e buscar uma revista na estante! Renovei minha assinatura na RBras e optei, ainda este ano, por receber a Biometrics em papel. OpÃÃo fruto da letargia e inÃrcia, pois, tal como em outras publicaÃÃes, busco os artigos na Web. Terà sido este o Ãltimo ano em que receberei a revista impressa. ######### Estamos a um passo de ter revistas "livres". ######### On 02/10/2012 12:17 PM, gausscordeiro wrote:
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