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RES: [ABE-L]: media em escalas ordinais



Parabéns pela explicação! Clarríssima e elegante elucidou muitas dúvidas que tinha. Só uma perguntinha – qual seria a alternativa técnica a despeito da escala de likert. 1 insatisfeito... 2 parcialmente satisfeito... etc...

 

 

Abraço

 

 

Prof. Diogo Freire

 

De: Jose F. de Carvalho [mailto:carvalho@statistika.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 9 de maio de 2012 07:15
Para: ABE Lista
Assunto: Re: [ABE-L]: media em escalas ordinais

 

Este uso é feito para se empregar técnicas de análise de variância para se comparar as médias das escalas, tomadas como números. Isso é feito por quem usa estatística através de "receitas" - e receitas velhas. Não se deve fazer isso, a meu ver, pelas razões:

1. que estória é essa de correlação? Justifica-se?

2. Tanto a "correlação" como o uso da análise de variância, exigem a noção de distância, básica na definição de uma medida numérica. Perguntemos: na "escala", o 4 é o dobro de 2, em algum sentido? 5 -1 é a mesma coisa que 3-2? Já se verá que a resposta é não. Logo, os " números" não são números, são meors rótulos, como os "números" de nossos RG. Como s epode fazer uma análise de variância (ou um teste t) sem uma aproximação ortogonal?
3. Pior é que as "médias"  não contam nada. Eis exemplos. Considremos as distribuições sobre as classes de 1 a 5, nessa "escala":

A.  0.5, 0, 0, 0, 0.5
B. 0, 0 ,1, 0, 0
C 0.3, 0.2, 0, 0.2, 0.3

Todas tem 3 por "médias". E são totalmente diferentes. Para que subsituir cinco frequências por um número? Que se ganha com isso?

4. O pior dessa estória é a turma de marketing (e outras turmas, excepcionalmente "bem" conhecedoras de estatística) completar uma análise, dizendo que o produto A foi melhor avaliado que o produto B, pois o primeiro teve média de aceitação de 4 e o outro de 4,5. Já vi estudos assim, sugerindo a troca de B por A no "mix" da empresa.

5. E já ouvi, da turma de análise sensorial, a declaração: "Olhe, consideramos fazer os estudos com análises de dados discretos. Mas, quando calculamos o tamanho da amostra para análise de variância, resulta um tamanho menor do que o exigido para análise de dados categóricos. Como o "mercado" aceita a primeira prática, vamos ficar com ela."  Notem que a "escala" em questão é meramente uma pergunta aplicada a um problema qualquer, com painéis de consumidores. Não é uma escala "validada", aplicada com painéis de especialistas. (Das quais eu também tenho minhas restrições, porém muito mais suaves.)

Enfim: minha resposta é um seguro não. Ou, respondendo à pergunta no tom jocoso que foi feita, sim é pecado. Inspirado pela palavra "pecado", e com pena, posso dizer aos que fazem isso - "Perdoai-os, pai. Eles não sabem o que fazem!"

Abraços,

Zé Carvalho

 

On 05/08/2012 07:27 PM, cezar wrote:

Em 07/05/2012 18:10, Julio Stern escreveu:

 
Caros redistas:
 
Alguem tem acesso a este artigo?
 
H. Guerlac (1976)
Chemistry as a Branch of Physics: Laplace's Collaboration with Lavoisier.
Historical Studies in the Physical Sciences
 
Grato,
 
Julio Stern
 

Prezados redistas

Gostaria de obter a opinião de voces sobre a seguinte questão: consiste em "pecado" muito grave obter a média de graus de satisfaçao de usuários de determinado seviço, obtida a partir de uma escala tipo 1: muito insatisfeito; 2: insatisfeito; 3 parcialmente satisfeito; 4-satisfeito; 5-muito satisfeito ? Ou seja, seria forçar muito a barra admitir que a distancia entre as categorias seria a mesma??? Tenho observado trabalhos, especialmente na área de Marketing, entre outras, fazendo isso. Outros justificam alegando uma correlação entre o quantitativo e o qualitativo. Alguém na lista já cometeu esse "pecado" ? Caso não, pode atirar pedras...
Desde ja agradeço a atenção
Cezar