03/09/2012
Brasil está no fim da fila mundial
DE SÃO PAULO
Se a lente de análise for ampliada para outros países, as melhores universidades brasileiras vão para o final da fila. E a imensa maioria delas nem sequer aparece nas listagens universitárias globais.
Nos principais rankings internacionais, a melhor universidade brasileira (USP), por exemplo, oscila entre 150ª e 200ª posições. Na listagem holandesa Leiden, o cenário é pior: 468º lugar, atrás da UFSC (434º), da UFMG (461º) e da Unicamp (463º).
Falta dinheiro? Para o especialista em ensino superior Renato Pedrosa, da Unicamp, o problema é a gestão da universidade pública brasileira.
Sem flexibilidade para contratar e para comprar material com agilidade, o sistema trava a produção científica e joga as universidades brasileiras para baixo.
"O sistema é engessado. Com concursos e salários padronizados, o Brasil não consegue segurar ou atrair os melhores docentes do mundo."
Hoje, um professor universitário brasileiro no topo da carreira ganha em média U$S 4.550 mensais (R$ 9.000). E, diferentemente do que ocorre nas grandes universidades estrangeiras, o salário não muda com a produtividade.
"A universidade paga a mesma coisa para quem produz muito e para quem não produz nada. O que você acha que vai acontecer nesse caso?", questiona Elizabeth Balbachevsky, especialista em ensino superior da USP.
Salário alto é um dos segredos das universidades chinesas, que conseguem atrair até ganhadores do Prêmio Nobel.
Como em alguns rankings um dos indicadores usados é justamente quantidade de Nobel, o Brasil, sem nenhum premiado, fica para trás. Harvard, a melhor do mundo de acordo com a última listagem de Xangai, tem 44 Nobel.
BANCADA TRAVADA
Não são apenas os salários, porém, que engessam os corredores acadêmicos do país.
De acordo com a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, a pesquisa também sofre -e muito- com a burocracia.
Aos redistas,
Minha humilde opinião é que o Albert não pensava em "impactos" enquanto
rabiscava fórmulas em um caderno para passar o tempo no escritório de
patentes onde tinha um empreguinho para sobreviver (ver citação abaixo).
E olha que se for para falar de impacto, aqueles rabiscos geraram
kilotons e ainda geram Gigawats deles!
Podemos também lembrar de Ramanujan, que vindo da Índia profunda, sem
formação acadêmica, em uma vida infelizmente muito curta, realizou
contribuições substanciais nas áreas da análise matemática, teoria dos
números, séries infinitas, frações continuadas, números primos, etc.
Será que ele se preocupava com impactos? Duvido muito.
Boa ciência é resultado de bons cientistas, o resto é enfeite.
A pergunta que fica é: como encontrar os bons cientistas e oferecer a
eles as condições adequadas para expressar seu potencial? Quem me dera
ter a resposta!
Alfredo
"Em 1902, graças à intermediação do pai do seu amigo Marcel Grossman, que
era muito bem relacionado e respeitado na Suiça, Einstein finalmente
conseguiu o seu primeiro emprego efetivo: um cargo de perito técnico (de
terceira categoria) no Escritório de Marcas e Patentes de Berna, função na
qual permaneceu por sete anos – de 1902 a 1909.
Embora medíocre e muito aquém das habilidades de um Bacharel em Ciências
do seu quilate, o trabalho no Escritório de Patentes agradava a Albert
Einstein: além de ser uma atividade científica, proporcionava-lhe bastante
tempo livre para trabalhar as próprias ideias e desenvolver seus cálculos
matemáticos – entre os quais a Teoria da Relatividade Restrita -, e lhe
pagava um salário razoável: 3.500 francos suíços por ano, quase três vezes
a quantia que recebia da família como mesada, enquanto foi estudante."
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Fonte: PERSONAGENS QUE MARCARAM ÉPOCA – ALBERT EINSTEIN
Editora GLOBO, 2006
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