[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: Lei de concursos nas federais



Caro Predson e demais,
 
sem querer entrar no mérito dos comentários sobre corporativismo e etc, mas,
 
será que não estaria ocorrendo uma leitura equivocada do Art. 8 da Lei? Lá diz:
 
Art. 8º O ingresso na Carreira de
Magistério Superior ocorrerá sempre
no primeiro nível da Classe de
Professor Auxiliar, mediante
aprovação em concurso público de
provas e títulos.
 
§ 1º No concurso público de que
trata o caput, será exigido o diploma
de curso superior em nível de
graduação.
 
§ 2º O concurso público referido
no caput poderá ser organizado em
etapas, conforme dispuser o edital
de abertura do certame, que
estabelecerá as características de
cada etapa e os critérios
eliminatórios e classificatórios.
 
Posso estar equivocado mas, me parece que os parágrafos 1 e 2 nao negam a possibilidade de que um título de maior nível (mestrado ou doutorado) venha a ser exigido como critério eliminatório em alguma etapa.
 
abco.
Adelmo

 

 
Em 24 de março de 2013 00:21, Pledson Guedes de Medeiros <pledson@ccet.ufrn.br> escreveu:

Caros,

concordo o Vermelho de que esta lei, com certeza, partiu do ANDES(não sei se com apoio do PROIFES) pois, se recordarmos bem, a proposta do ANDES na greve do ano passado era de que a nova carreira deveria ter 13 níveis com mudança automática a cada 2 anos e, além disso, sempre foi contra a GED e sistemas de avaliações para progressão. Também concordo com o Gauss de que muitos sindicatos são formados, em boa parte, por pessoas que não tem o mínimo de compromisso com as universidades e, obviamente, suas reinvidicações sempre se norteiam pelo corporativismo porém, se eles defendem estas propostas é porque, como lembrou o Vermelho, em geral não nos dispomos a frequentar as assembleias e a maioria dos que frequentam pensam assim...

Ao meu ver o maior problema aqui não está no fato de graduados poderem ser professores das federais, pois as universidades tinham autonomia para fazer concurso para auxiliar, que só exige esta titulação. O ponto levantado pelo Gauss que entendo ser preocupante é o de que todos os concursos passam a exigir apenas o título de graduado pois, aí sim, poderemos ter um problema de concursos com uma quantidade muito grande de candidatos, o que tornaria determinados concursos inviáveis de serem realizados, pois existem universidades federais onde todos os candidatos devem passar por todas as etapas do concurso e, neste caso, imaginem assistir a aula de vários candidatos.

Bom, como sou representante do CCET no CONSEPE da UFRN, entendo que existem medidas que podem ser tomadas para se evitar o pior:

1. Garantir que a prova escrita seja a primeira a ser realizada, seja eliminatória(o candidato reprovado não poderia participar da prova didática e de títulos) e se tenha uma banca formada por professores criteriosos. Aqui na UFRN isto já acontece e faz com que concursos com muitos inscritos tenham poucos fazendo a prova didática.  O desconforto com esta lei é que passaremos a ter é a correção de um número bem maior de provas escritas, porém o pior é se todos fizerem provas didáticas...

2. Rever imediatamente a resolução da universidade para garantir que a titulação e, principalmente, que a publicação seja um fator diferencial na prova de títulos. Este caso da UFPB, por exemplo, me parece que se trata de uma situação local e de fácil resolução, basta que o CONSEPE de lá mude a resolução de contagem de pontos.

Bom, o ideal era que esta lei de concursos não fosse desta forma e voltasse para a universidade a decisão da exigência de titulação de cada concurso, porém nem tudo está perdido pois o CONSEPE das universidades é formado por pró-reitores, diretores e representantes de centro e, em geral, se dá prioridade ao mérito acadêmico e se tem autonomia para definir os pontos que coloquei acima. Sugiro então que cada um converse com seus representantes no CONSEPE para alertá-los das mudanças que possivelmente precisem ser feitas na resolução de concursos de sua universidade...



Prof. Pledson Guedes de Medeiros
Professor Associado
Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
Fone: (84) 3215-3786


---------- Original Message -----------
From: Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br>
To: Carlos Pereira <cadebp@gmail.com>, Lista da ABE <abe-l@ime.usp.br>
Cc: Vermelho <vermelho2@gmail.com>, Maria Eulalia Vares <eulalia@im.ufrj.br>
Sent: Sat, 23 Mar 2013 19:07:18 -0300
Subject: Re: [ABE-L]: O MEC e o Papa

> Caro Vermelho,
>
> No meu entender, a ANDES é dominada por um grupelho formado por políticos 
> do PSOL, PSTU e do PC do B e uma parcela minoritária do PT que tenta nivelar 
> por baixo a universidade brasileira, o que é uma afronta a pluralidade da nossa 
> instituição. Existem essas associações nas universidades americanas? 
> nas europeias? Que eu saiba, não. 
>
> Para mim a maioria dos "militantes" da ANDES são improdutivos e muito 
> poucos são comprometidos com a academia e a pesquisa acadêmica.  
>
> Como não tenho medo de pessoas e sempre digo o que penso, minha resposta 
> segue para a lista da ABE.
>
> Sds,
>
> Gauss
>
> Em 23 de março de 2013 18:39, Carlos Pereira <cadebp@gmail.com> escreveu:
>
Deveriamos considerar a criação de uma associação de pesquisadores e cientistas.
> Nãpo deveriamos ter apenas a associação de docentes.
> Um abraço
> carlinhos
>
> 2013/3/23 Vermelho <vermelho2@gmail.com>
>
Que eu saiba o ANDES e e PROIFES sempre foram favoráveis a lei. Aliás  estiveram por trás de sua criação.
> Será que não está na hora dos pesquisadores pensarem também na política e entenderem que afinal é nela que as decisões são tomadas? Tapem os narizes e vão 
> às assembleias.
>
> Em 23 de março de 2013 06:58, Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br> escreveu:
>
>
Cara Maria,
>
> Como sempre muito pertinente seus comentários. Essa famigerada lei será o
> segundo maior retrocesso científico causado nas universidades federais.
>
> O maior deles foi na gestão do Rubem Ludwig  (no início dos anos 80) que para
> acabar com uma greve encontrou algo estapafúrdio como saída: "todo aquele que 
> tinha dado na sua vida alguma aula pode se tornar professor substituto ou colaborador"
> pode se efetivar SEM CONCURSO. À época centenas de professores entraram sem 
> concurso e muitos deles nada fizeram por suas instituições em termos de ensino
> e pesquisa durante décadas. Conheço vários casos na UFRJ e na UFPE.
> E observem que o Rubem Ludwig (que Deus o tenha) era  professor do 
> Exército. 
>
> Agora chegou a vez de um completo inapto comandar o MEC. 
> O que mais me espanta é que os sindicatos ANDES e PROIFES não tomaram 
> uma posição firme contra essa lei elaborada por eminências pardas do MEC 
> no final do ano passado. Entretanto, com ela, tenho certeza que muitos 
> professores desqualificados entrarão nas federais, colocando-as de vez 
> no fundo do poço. Se nenhuma federal está  situada entre as 400 melhores 
> do mundo, estimo que daqui a 10 anos, elas sequer estarão entre as 
> 1000 melhores.
>
> No CCEN da UFPE  todos os professores são contra - tivemos várias reuniões com 
> o Reitor -, que nos prometeu tentar colocar o título de doutor como requisito
> mínimo em pelo menos nos melhores centros. Na semana passada conversei
> com ele pelo menos cinco vezes e expliquei o óbvio retrocesso que poderá nos 
> acometer.  
>
> Grande abraço,
>
> Gauss
>
> Em 23 de março de 2013 05:56, Maria Eulalia Vares <eulalia@im.ufrj.br> escreveu:
>
>

>
> Gauss,
>
> Parece um triste retrocesso esta famigerada lei. Será este
> o preço pago por (a) querer aumentar rapidamente o tamanho
> do sistema e (b) querer manter todo o sistema universitario
> com exatamente o mesmo regime? Deveria haver flexibilidade,
> no mínimo. Se os motivos forem algo nesta linha, o preço parece
> alto demais...
>
> Como iremos trazer de volta ao país aqueles que saem para
> obter o doutorado no exterior? Este seria apenas um dos tantos
> obstáculos colocados por esta lei para o avanço da pesquisa
> de ponta nas universidades federais.
>
> Pode ser que como tantas coisas esta lei não tenha vida longa...
> Quem sabe a visita ao novo PapO (que de acordo com o blog espanhol
> nos custou uma boa grana...) inspire o ministro a rever esta coisa.
> Podemos ter esperança que uma pressão grande poderia
> levar a revisão? 
>
> Saudações,
>
> Eulalia
>
>
>
> ---------- Original Message -----------
> From: Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br>
> To: Lista da ABE <abe-l@ime.usp.br>
> Sent: Fri, 22 Mar 2013 22:47:34 -0300
> Subject: [ABE-L]: O MEC e o Papa
>
> > Caros,
> >
> > O MEC elaborou uma famigerada lei que permite que apenas graduados (sem mestrado e
> > doutorado) possam entrar nas universidades federais. Quem é o Ministro?  
> > O Sr. Mercadante.
> >
> > Agora ele marca presença na comitiva da Sra. Dilma nos eventos comemorativos da posse 
> > do Papa torrando muitos recursos públicos. Será que Mercadante irá rezar junto ao Papa 
> > para melhorar a Educação do País. Em 
> >
> > http://www.implicante.org/blog/jornal-espanhol-se-assusta-com-o-quanto-dilma-gasta-dinheiro-do-brasileiro/
> >
> > Apenas corroborando com os emails dos amigos Carlinhos e Cribari.
> >
> > Boa noite!
> >
> > Sds,
> >
> > Gauss 
> ------- End of Original Message -------
>

>

>

>
> --
> Vermelho
> F.: (21) 2501 2332 - casa
>            2142 0473 - IBGE

>

>
> --
> Carlos Alberto de Bragança Pereira
> http://www.ime.usp.br/~cpereira
> http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR 
> Stat Department - Professor
> University of São Paulo
> BioInfo: http://www.bioinfo.usp.br/
> http://www.brastex.info/ebeb2012/

------- End of Original Message -------



--
Abraço.
=====================
Adelmo Inácio Bertolde
Depto. de Estatística/UFES
Vitória, ES
=====================