Caros,
Apesar de entender que entre pesquisadores a questão da cota racial não faz o menor sentido, entendo que esta exigência do CNPq é feita para atender uma lei aprovada em 2010, como já dito aqui e, por isto, precisa ser obedecida pelo CNPq e por todos nós. Agora, em relação a questão das cotas para acesso às universidades, gostaria que os interessados dessem uma lida e refletissem um pouco sobre reportagem abaixo, da ISTO É, pois entendo que, para o acesso mais democrático ao ensino superior as cotas raciais fazem todo o sentido e, no meu modo de ver, trata-se da única medida de curto prazo capaz de dar condições menos desfavoráveis a pessoas pobres(que em boa parte são negras) e que estudaram todo o ensino médio em escolas públicas Para refletir: Destacando uma
parte:
"Mas
a esperada superioridade estudantil dos não cotistas
está
longe de ser verdade. A Uerj analisou as notas de
seus
alunos durante 5 anos. Os negros tiraram, em média, 6,41.
Já
os não cotistas marcaram 6,37 pontos. Caso isolado? De
jeito
nenhum. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
que
também é referência no País, uma pesquisa
demonstrou que,
em
33 dos 64 cursos analisados, os alunos que ingressaram
na
universidade por meio de um sistema parecido com as
cotas
tiveram performance melhor do que os não beneficiados.
E
ninguém está falando aqui de disciplinas sem prestígio.
Em
engenharia de computação, uma das novas fronteiras
do
mercado de trabalho, os estudantes negros, pobres e
que
frequentaram escolas públicas tiraram, no terceiro
semestre,
média de 6,8, contra 6,1 dos demais. Em física, um bicho
de
sete cabeças para a maioria das pessoas, o primeiro
grupo
cravou 5,4 pontos, mais dos que os 4,1 dos outros (o que
dá
uma diferença espantosa de
32%).
"
Até concordo que o mais correto seria uma mudança radical no ensino básico e fundamental, com as instituições passando a dar a seus alunos as mesmas condições que são ofertadas hoje no ensino superior público. O problema é que, por lei, o ensino básico e fundamental é dever dos estados e dos municípios, ficando o ensino superior a cargo do governo federal e, ao meu ver, está aí o problema pois a maioria dos estados e municípios não possuem a mesma capacidade de investimento do governo federal e, além disso, no ensino básico e fundamental existe um número bem maior de pessoas a serem atendidas, ao menos 7 ou 10 vezes maior que a quantidade que entra no ensino superior. Talvez se os royaltes do pré-sal tiverem que ser investidos na educação básica e fundamental, como quer o governo federal, tehamos daqui há uns 20 anos condições mais iguais... É preciso deixar claro que o fato de ser negro não dá o direito do aluno ser considerado cotista, ele precisa ter estudado todo o ensino médio em escola pública. E, convenhamos, ninguém que tenha condições vai deixar de colocar seu filho para estudar o ensino médio em uma boa escola particular... Como estamos em uma democracia, respeito os que pensam diferente... Atenciosamente, Prof. Pledson Guedes de Medeiros Professor Associado Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN Fone: (84) 3215-3786 |