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Re: [ABE-L]: Mario de Andrade e nós



Carlinhos,

Persista enviando bons textos como esse que não conhecia. 

Para mim que acredito ter vivido (previsão subjetiva) entre 5/6 e 2/3 da minha vida, almejo persistir no restante 
segundo o pano de fundo do texto.

Na universidade - onde vivencio grande parte da minha vida -, procuro  manter uma distância 
infinita de uns poucos  elementos deletérios. 

Grande abraço,

Gauss
 


Em 21 de maio de 2013 08:21, Vermelho <vermelho2@gmail.com> escreveu:
Carlinhos,

Cuidado!!
Alguém pode achar que esta lista não é para falar sobre Mario de Andrade.
Abraço,


Em 20 de maio de 2013 14:05, Pedro Luis do Nascimento Silva <pedronsilva@gmail.com> escreveu:
Excelentes o texto e a sua mensagem, Carlinhos. Grato pela sua postagem aqui.
 
Eu aprendi um pouco sobre a vida, e uma das lições que considero importantes é que a forma como as pessoas julgam outros nos revela muito sobre elas mesmas. Desculpem, mas se há uma fonte para este ensinamento, eu perdi ou não me lembro... Acho que você faz uma leitura parecida.
 
Um abraço. Pedro.
 

 
Em 20 de maio de 2013 00:18, Carlos Alberto de Bragança Pereira <cpereira@ime.usp.br> escreveu:

Notaram os redistas o vazio que pairou nestes últimos dias? O que acontrece periodicamente?

Divirto-me muito e muitas vezes aprendo muito com o que se produz na nossa rede.  Lembrei-me muito de uma entrevista do ótimo jogador de futebol, o Ramires do Chelsea. Um conterrâneo que só me orgulha.

Em uma entrevista perguntaram ao jogador o que o dinheiro que vem ganhando mudou nele.  Sua resposta foi:

?O dinheiro não muda ninguém só faz mostrar quem a pessoa realmente é?.

 Recordei-me muito de meu mestre Euclydes que dizia: ?Carolo, se queres conhecer alguém lhe dê poder?.

Claro, dinheiro é poder!  Será que artigos publicados também são fonte de poder?  Alguns se sentem com poder de mediação sem nunca terem sido eleitos para este fim.  Pelo menos por nós da rede nunca o foram!

Eis onde queria chegar: a liberdade de expressão é assim;

A palavra com Liberdade nos faz ver quem realmente a pessoa que escreve é.  Só com ela, liberdade, podemos conhecer aqui na rede o que realmente uma pessoa pensa e como age, em muitos casos sem mesmo conhecê-la pessoalmente. Assim, não fiquem chateados quando alguém se apresenta sem polidez ou de forma prepotente ou mesmo com os que se auto valorizam (ou auto promovem), desmerecendo o trabalho de outros.


Acordamos pela manhã com coisas que gostaríamos de falar ao mundo.  É porque a maioria de nós é de acadêmicos e por isto gostamos de ser ouvidos.

Eu em particular considero tudo isso ótimo, pois só com a atitude ?corajosa? alguém se mostra de coração aberto, sem vergonha das BABOSEIRAS que apresenta.

  O vazio desta semana, sem discussão de assuntos como a tradução ou interpretação de palavras importantes usadas por nós sem mesmo sabermos o verdadeiro sentido delas, me provocou saudade.

Hoje aprendi que alguns de nossos colegas dispensam-nos cultura que nunca havíamos pensado.  Pena que meus ancestrais não puderam nos dar as mesmas formações culturais que integrantes de comunidades diferenciadas recebem normalmente.

   Pô! Eu acho tão fácil apagar e-mails de determinados canais e aproveitar positivamente o de outros.  Por que devo eu assim criticar os que não gosto? Falando nisso sinto falta de textos dos meus colegas torcedores do tricolor carioca.  Normalmente trazem tanto conflito que só nos fazem crescer ao ficarmos matutando como defendê-los ou contestá-los.

Para que não fiquem muito aborrecidos comigo, envio um texto para meus velhos companheiros que como Mario devem estar sofrendo do mesmo mal: o pouco tempo que ainda provavelmente teremos.  Meu primeiro exercício para meus alunos de análise Bayesiana de dados foi a predição do número de anos que ainda viverei!

Aprecio muito o texto do Mario de Andrade que aqui vai

http://www.youtube.com/watch?v=54khV0S7NTc


MARIO DE ANDRADE: O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS.

Contei meus anos e descobri que terei
menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que
recebeu uma bacia de cerejas.As primeiras,
ele chupou displicente, mas percebendo
que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam
egos inflamados. Inquieto-me com invejosos
tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas, que apesar da idade cronológica,
são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos
que brigaram pelo majestoso cargo de secretário
geral do coral. ?As pessoas não debatem conteúdos,
apenas os rótulos?.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa?

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado
de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade, caminhar perto de
coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E PARA MIM, BASTA O ESSENCIAL!



O essencial do paper é a sua qualidade e não o fator de impacto da revista que o publicou.  É aquilo que está ali escrito.  JOSA certa vez publicou um artigo numa revista do paquistão.
Mas aquele artigo esta sendo citado no jasa, no annals e no jrss.  Isto é o essencial: as pessoas gostam do que é útil.


--
Carlos Alberto de Bragança Pereira
http://www.ime.usp.br/~cpereira
http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
Stat Department - Professor & Head
University of São Paulo




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Pedro Luis do Nascimento Silva
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Vermelho
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