Essa passeata, cujo epicentro à SP, jà deveria ter produzido pelo menos a reduÃÃo dos R$0,20. Isso deveria ter sido de imediato. Afinal à uma demanda explÃcita. Se o governo municipal nÃo atendÃ-la, sinalizarà incapacidade ou descaso. NÃo acredito que nÃo se possa baixar dos atuais R$3,20 para R$3,00.
Uma passagem de R$3,00 gera um faturamento de R$12.600/capita em 10 anos (=R$3 x 2 pass/dia x 210 d.Ãteis/ano x 10 anos). Ã muito dinheiro.
O litro da gasolina custa menos que R$3,00 e vocà anda 8km, pelo menos...
De: gausscordeiro [mailto:gausscordeiro@uol.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 19 de junho de 2013 11:12
Para: cezar
Cc: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: [ABE-L]: Os Bezerros de Francis Galton!
Caros,
O meu ponto eh que gosto tanto do Galton quanto dessas passeatas que oxala possam mudar o Pais.
O que me da nojo eh a hipocresia das declaracoes das eminencias pardas do Governo.
Um otimo artigo (entre as dezenas que li de 2a para hoje) segue abaixo.
Abs, Gauss
19/06/2013-03h00
A passeata
Tinha punk de moicano e playboy de mocassim. Patricinha de olho azul e rasta de olho vermelho. Tinha uns barbudos do PCO exigindo que se reestatize o que foi privatizado e engomados a la Tea Party sonhando com a privatizaÃÃo de todo o resto. Tinha quem realmente se estrepa com esses 20 centavos e neguinho que nÃo rela a barriga numa catraca de Ãnibus desde os tempos da CMTC. (Neguinho, no caso, era eu). Tinha a esperanÃa de que este seja um momento importante na histÃria do paÃs e a suspeita de que talvez o gÃs da indignaÃÃo, nas prÃximas semanas, và para o vinagre.
Sejamos francos, companheiros: ninguÃm tà entendendo nada. Nem a imprensa nem os polÃticos nem os manifestantes, muito menos este que vos escreve e vem, humilde ou pretensiosamente, expor sua perplexidade e ignorÃncia.
Anteontem, depois da passeata, assisti ao "Roda Viva" com Nina Capello e Lucas Monteiro de Oliveira, integrantes do Movimento Passe Livre. Ficou claro que, embora inteligentes e bem articulados, eles tampouco compreendem onde à que foram amarrar seus burros. "VocÃs comeÃaram com uma canoa e tÃo aà com uma arca de NoÃ", observou o coronel Josà Vicente. Os dois insistiram que nÃo, o que hà à um canoÃo, e as mais de 200 mil pessoas que saÃram Ãs ruas no Brasil, segunda-feira, lutavam por transporte pÃblico mais barato e eficiente. A posiÃÃo dos ativistas de nÃo se colocarem como os catalisadores de todas as angÃstias nacionais e seguirem batendo na tecla do transporte sà os enobrece --mas estarÃo certos na percepÃÃo?
Duzentas mil pessoas de esquerda, de direita, de Nike e de coturno por causa da tarifa?
"Por que vocà tà aqui no protesto?", perguntou a repÃrter do "TV Folha" a uma garota na manifestaÃÃo do dia 11: "Olha, eu nÃo consigo imaginar uma razÃo para nÃo estar aqui, na verdade", foi sua resposta. CorrupÃÃo, impunidade, a PEC 37, o aumento dos homicÃdios, os gastos com os estÃdios para a Copa, nosso IDH, a qualidade das escolas e hospitais pÃblicos sÃo todos excelentes motivos para que se saia Ãs ruas e se tente melhorar o paÃs --mas jà o eram duas semanas atrÃs: por que nÃo havia passeatas? Serà porque a chegada do PT ao poder anestesiou os movimentos sociais, dificultando a percepÃÃo de que o Brasil vem melhorando, melhorando, melhorando e... continua pÃssimo? Ou serà porque agora o Facebook e o Twitter facilitam a comunicaÃÃo?
Se as dÃvidas sobre as motivaÃÃes --que brotam do solo minimamente sondÃvel do presente-- jà sÃo grandes, o que dizer sobre o futuro do movimento? Marcharà ou murcharÃ? Caso cresÃa: conseguirà abaixar a tarifa? E, no longo prazo, terà alguma relevÃncia? Mais ainda: adianta ir Ãs ruas, fazer barulho? Ou a prÃpria passeata extingue o impulso de revolta que a criou e voltamos todos para o mundinho idÃntico de todos os dias, com a sensaÃÃo apaziguadora de que "fiz a minha parte"?
NÃo tenho a menor ideia, estou mais confuso que o Datena diante da enquete (migre.me/f4UCh), mas num paÃs injusto como o nosso, em que a Ãnica certeza parecia ser a de que, aconteÃa o que acontecer, o Sarney estarà sempre no poder, as dÃvidas dos Ãltimos dias sÃo muitÃssimo bem-vindas.
"It is a capital mistake to theorize before one has data. Insensibly one begins to twist facts to suit theories, instead of theories to suit facts." (Conan Doyle, 1891)
Em 19/06/2013 11:09, cezar < cezar@unicap.br > escreveu:
Em 19/06/2013 09:08, gausscordeiro escreveu:
Caros,
O artigo abaixo sobre os acontecimentos atuais das massas se torna mais interessante por
conta dos bezerros de Galton. Em
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2013/06/1297338-entre-a-sabedoria-e-a-loucura.shtmlSds,
Gauss
"It is a capital mistake to theorize before one has data. Insensibly one begins to twist facts to suit theories, instead of theories to suit facts." (Conan Doyle, 1891)
Prezados
Certamente à muito mais facil estimar, via multidÃo, o peso de um animal do que as grandezas de problemas de tamanha complexidade de um paÃs como o nosso, mas se olharmos para os cartazes e as motivaÃÃes reais dos participantes bem intencionados dessas passeatas, teremos importantes indicadores dos grandes temas e problemas desse paÃs, talvez seja um grande diagnÃstico preliminar, mas temos que pensar nas etapas sub-sequentes, ou seja, como chegar a um adequado planejamento, devidamente participativo, desses problemas e resolvÃ-los, em um contexto complicado como o que temos, com tantos atores e cenÃrios e tendo a corrupÃÃo como um mote e pano de fundo que estraga qualquer planejamento sÃrio. Quem sabe temos um grande desafio para os cientistas, especialmente para os EstatÃsticos, que certamente tem muito a contribuir no despertar desse gigante que, segundo dizem os cartazes, ainda "dorme em berÃo esplÃndido".
saudaÃÃes demo crÃticas
Cezar