[CURSO DE TEORIA DOS GRAFOS]
[Dicionário]
Os números de capítulos, seções, teoremas e exercícios se referem ao
livro de Diestel, 2-a edição.
5. Coloring
- Exercícios:
-
Suponha que chi(G) = k.
Se e é uma aresta,
quanto vale chi(G−e)?
Se v é um vértice,
quanto vale chi(G−v)?
-
Suponha que chi(G) ≥ k.
É verdade que chi(H) = k
para algum subgrafo H de G?
5.1 Coloração de grafos planares
- Teorema 5.1.1 (das 4 cores):
Todo grafo planar admite uma 4-coloração dos vértices.
-
A demonstração do teorema das 4 cores é muito difícil.
Mas é fácil provar a seguinte
Proposição 5.1.2 (teorema das 5 cores, Heawood):
Todo grafo planar admite uma 5-coloração dos vértices.
-
Todo grafo plano admite uma 4-coloração das faces.
5.2 Coloração de vértices
- O número de coloração
(= coloring number)
é o menor k para o qual G admite uma enumeração
dos vértices
tal que cada vértice é precedido por menos que k
de seus vizinhos.
[Cuidado! Definição delicada.]
Notação: col(G).
Fato:
chi(G) ≤ col(G).
-
Fato: col(G) ≤ Delta(G) + 1.
-
Proposição 5.2.2: col(G) = max delta(H) + 1, onde
max é tomado sobre todos os
subgrafos H de G.
Corolário 5.2.3:
Todo grafo G tem um subgrafo H com delta(H) ≥
chi(G) − 1.
-
Um valor elevado de chi(G)
não está relacionado com valores elevados de delta(G)
ou kappa(G).
Mas um valor elevado de chi(G)
implica em valor elevado de delta(H)
e kappa(H) para algum subgrafo H de G
(a recíproca não é verdadeira).
[Veja cap.8.]
-
O parâmetro chi é
global
:
existem grafos com chi elevado
que localmente parecem florestas e portanto podem ser
coloridos com 2 cores apenas (veja Teorema 11.2.2).
-
A classe dos grafos k-construtíveis
(= k-constructible)
é definida recursivamente:
-
Kk é k-construtível;
-
se G é k-construtível e x,y é um par
de vértices não adjacentes então (G+xy) / xy
é k-construtível;
-
se G1 e G2
são k-construtíveis e existem vértices x,
y1 e y2
tais que x é o único vértice comum
dos dois grafos e
xy1 e xy2
são arestas de G1 e
G2 respectivamente então (G1 ∪ G2)
− xy1
− xy2 +
y1y2
é k-construtível.
Aqui, / xy
denota a contração
da aresta xy.
-
Não é verdade que chi(G) ≥ k
garante que G contém Kk.
Entretanto …
Teorema 5.2.5 (Hajós):
chi(G) ≥ k
se e só se
G tem um subgrafo k-construtível.
(Urquhart mostrou que
é possível trocar tem um subgrafo
por é
).
- Exercícios:
-
Suponha que chi(G) ≥ k.
Mostre que G tem um subgrafo H tal que delta(H) ≥ k−1.
Mostre que G tem um subgrafo J tal que kappa(J) ≥ ⌊(k−1)/4⌋.
-
[5.9]
Seja psi(G) a arboricidade de G, ou seja,
o menor número de florestas cuja união é igual a G.
Encontre uma função f tal que todo
grafo G com psi(G) ≥ f (k)
tem col(G) ≥ k.
Encontre uma função g tal que todo
grafo G com
col(G) ≥ g(k)
tem psi(G) ≥ k.
-
Suponha que G tem uma orientação acíclica tal que
o grau de saída de cada vértice é menor que k.
Mostre que o grafo admite uma k-coloração.
-
Mostre que chi(G)
≥
|G| / alpha(G).
-
[5.13]
Para cada k, encontre uma constante ck
tal que todo grafo G
com |G| ≥ 3k
e alpha(G) ≤ k tem um ciclo de
comprimento ≥ ck|G|.
-
Suponha que H é k-construtível.
Quanto vale chi(H)?
-
Suponha que H é um grafo minimal
com relação à propriedade chi(H) = k.
É verdade que H é k-construtível?
-
[5.22, difícil]
Para cada k,
construa um grafo G sem triângulos tal que
chi(G) = k.
5.3 Coloração de arestas
-
Uma k-coloração das arestas de um grafo G
é uma função c de E(G) em
{1, … , k}
tal que c(e) é diferente de c(f)
sempre que e e f forem adjacentes
(ou seja, tiverem uma ponta em comum).
Em outras palavras, uma k-coloração das arestas
é uma partição de E(G) em emparelhamentos.
-
O índice cromático
(= chromatic index = edge-chromatic number)
de G
é o menor k tal que G admite uma k-coloração
das arestas.
Notação: chi'(G).
-
Proposição 5.3.1 (König):
Se G é bipartido então
chi'(G) = Delta(G).
-
Teorema 5.3.2 (Vizing):
Para todo grafo G, Delta(G)
≤ chi'(G)
≤ Delta(G) + 1.
(Na versão para multigrafos,
é preciso levar em conta a multiplicidade das arestas.)
5.4 List coloring
- Exercícios:
-
Suponha que um vértice u de um grafo G
tem três vizinhos:
x, y e z.
Associe uma lista de
cores permitidas
a cada vértice de G−u:
as listas associadas a x, y e z
são 2, … , k
e as listas associadas aos demais vértices são
1,2, … , k.
Mostre que G admite uma k-coloração
ordinária se e só se G−u
admite uma coloração a partir das listas.
-
Mostre que ch(K3,3) > 2.
-
[5.24]
Para todo k,
encontre um grafo G tal que
chi(G) = 2 e
ch(G) ≥ k.
-
Encontre um grafo planar G
tal que ch(G) > 4.
-
[5.23]
Mostre que ch(G) ≤ 6
para todo grafo planar G.
Não use o Teorema 5.4.2.
-
Suponha que G tem uma orientação acíclica tal que
o grau de saída de cada vértice v é menor que
|Sv|.
Mostre que o grafo admite uma coloração a partir das listas S.
Teorema recente de Voigt:
Existe grafo planar G tal que
ch(G) > 4.
Teorema recente de Thomassen:
Se G é planar e g(G) ≥ 5 então
ch(G) ≤ 3.
Teorema recente de Alon e Tarsi:
Se G é bipartido e planar então
ch(G) ≤ 3.
5.4′ List edge-coloring
- ch'(G) é definido por analogia com ch(G).
(Se preferir, ch'(G) := ch(L(G)),
sendo L(G) o grafo-das-arestas de G)
-
Conjectura:
ch'(G) = chi'(G).
-
Teorema 5.4.4 (Galvin):
Se G é bipartido então ch'(G) = chi'(G).
- Exercícios:
-
[5.25]
Encontre uma delimitação superior geral de ch'(G)
em termos de chi'(G).
-
Um núcleo (= kernel)
de um grafo orientado é
um conjunto independente U tal que,
para todo vértice v fora de U,
existe uma aresta de v para U.
(O conceito de núcleo é usado na prova do Teorema 5.4.4.)
Suponha que D é um grafo orientado e que
todo subgrafo induzido de D tem um núcleo.
D pode ter ciclos orientados pares? ímpares?
-
[5.29]
Encontre um grafo orientado que não tenha núcleo.
-
[Mário Leston]
Mostre que todo grafo orientado acíclico tem um núcleo.
(Portanto, todo subgrafo de um grafo orientado acíclico
também tem um núcleo.)
-
Que grafos orientados têm núcleo?
Como encontrar o núcleo de um grafo orientado?
Que grafos orientados gozam da propriedade de que qualquer um de seus
subgrafos tem um núcleo?
É verdade que toda orientação
de um grafo-das-arestas (=line graph) tem um núcleo?
-
[5.30, difícil]
(Teorema de Richardson)
Mostre que todo grafo orientado sem ciclos orientados
de comprimento ímpar tem um núcleo.
-
Faça uma ilustração do teorema de Galvin.
Comece com uma coloração das arestas de K3,3 − M,
onde M
é um emparelhamento.
Construa o correspondente grafo orientado.
Mostre núcleos de alguns de seus subgrafos induzidos.
-
Mostre que a orientação do grafo L(G)
definida na demonstração do teorema de Galvin não é necessariamente
acíclica.
Mostre que existe um grafo bipartido G
que não admite uma orientação acíclica tal que
o grau de saída de cada vértice é menor que Delta(G).
5.5 Grafos perfeitos
Veja sítio de Vasek Chvátal sobre grafos perfeitos:
problems,
papers,
people.
O livro de Jensen e Toft é uma referência obrigatória sobre
coloração de vértices e arestas.
Veja também
Graphs on Surfaces
de Mohar e Thomassen.