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para reflexão



Caros,

O mundo acadêmico das áreas de exatas antes dos anos 70
era predominantemente dominado, em primeiro lugar,
pelos matemáticos e físicos e, depois, pelos químicos.

Com o retorno ao Brasil dos primeiros doutores em
estatística formados exterior e a criação de alguns
Departamentos de Estatística nos anos 70, o cenário em
prol da nossa área no País começou a se configurar.
Se existiram doutores em estatística no País formados no exterior antes dos anos 70, acredito que eles foram de
menor monta para dar um impulso significativo à nossa área.

O grande impulso da estatística no Brasil se deu ? no meu entender ? na década de 80 -, e a criação da ABE com seus efeitos multiplicativos foi primordial para esse processo evolutivo. A consolidação da estatística certamente
ocorreu nos anos 90 com a ampliação dos cursos de mestrado
e doutorado.

Não tenho receio de errar ao dizer que, atualmente, as atividades de pesquisa em estatística (incluo aqui
obviamente probabilidade, pois não faço distinção entre
estas áreas de concentração) no Brasil competem em qualidade
com a física, matemática, química e computação (que cresceu
a passos largos nos anos 90), perdendo tão somente em
quantidade face ao menor capital humano.

Como me julgo (sem cabotinismo), entre tantos outros,
parte integrante desse processo de crescimento, acredito
que discussões na lista eletrônica são importantes para
mostrar aos jovens estudantes o poder  da estatística,
que HOJE NÃO É MAIS o patinho feio das ciências exatas
como acontecia na década de 70.

No meu entender, todas as áreas da estatística são
importantes desde a teoria da medida e a teoria assintótica
aos métodos MCMC Bayesiano, passando pelas técnicas
intensivas como bootstrap, computação neural e a
grande variedade dos métodos estatísticos aplicados.
Ademais, com o crescimento das técnicas computacionais,
a cada dia surgem novas áreas de interesse como, por exemplo,
a teoria assintótica acoplada com a computação simbólica
que só tenderá a crescer nos próximos anos.

Claro que todos nós temos nossas próprias preferências
e investimos nelas para termos um lugar ao sol no cenário internacional. Mas negar a importância de qualquer uma
dessas áreas representa UM ERRO MUITO GRAVE e só colabora
para desprestigiar a estatística e o trabalho dedicado
de pessoas que têm produzido o melhor para a pesquisa
cinetífica na sua área de atuação.

Sinto pela mensagem longa, mas nos últimos tempos a praia
não tem me fascinado. Um bom final de semana para todos.

Cordiais saudações,
Gauss Cordeiro