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Re: [ABE-L]: Principios e aprendizado



Márcia, sem querer discutir muito, ma já discutindo... ;-)

Em sentido bem prático, o fato de se usar amostras não aleatórias com 
freqüência não prova que elas têm sucesso. São poucos os casos em que se 
verifica uma amostragem aleatória (por exemplo, através de um censo, ou algo 
parecido). As pesquisas eleitorais no Brasil estavam, em levantamento do 
Jorge de Sousa, professor da UnB e assessor legislativo do Senado (de passada 
legislatura, não esta cheia de nódoas) fora do que se esperaria, fossem 
as "margens de erro" o que se apregoa. Meu ponto sobre isto é simples e nada 
tem ver com Bayes: a "fórmula" que se usa para as precisões das amostras é do 
tipo pq/n, como se elas fossem AASn. Ora, não são!!! Logo, como se usar esta 
expressão, ou outra, baseada na ideía de amostra aleatória? 

Em outro ponto, os "clássicos", ou frequentistas também se valem de MV como 
método de estimação; usam o condicionamento (de outro jeito, talvez), para 
aumentar a precisão, quando adequado e justificado. Não é questão 
de "princípio", mas de praxis. A real diferença entre "filosofias", em muitas 
aplicações, é que o ato de aleatorizar cria a distribuição estatística; ela 
não é suposta, imaginada, ou imposta, mas existe, decorrente da 
aleatorização. Acho que nisto reside a maior diferença de atitude. A partir 
daí, o resto é técnica...

Aos colegas em geral que têm escrito. Não consegui ler nem um décimo das 
referências citadas; muitas vezes, tive que voltar a reler mails e formar uma 
linha de discussão - foi tudo muito rápido. E profícuo. A discussão me foi 
útil, foi divertida muitas vezes, profunda. Valeu! Em internetês, esse foi 
(ou é, ainda) um "flare", uma discussão aquecida. Mas cheia de luz.

Zé C. 

On Tuesday 18 September 2007 11:20:56 Marcia Branco wrote:
> Colegas
>
> Eu gostaria de terminar a minha participação nessa discussão com alguns
> comentários.
>
> Nós bayesinos (1) temos os nossos principios, como já citados aqui (MV,
> Condiconamento e Suficiencia).
> Mas somos levados a desacatá-los, algumas vezes ou muitas vezes,
> motivados por problemas práticos mais complexos.
>
> Os clássicos também tem os seus princípios, embora, infelizmente, me
> parece menos discutidos. Um deles é a aleatorização.
> Voltamos então ao inicio da discussão onde a estatística do IBOPE foi
> criticada por não usar amostra aleatória.
> Portanto  cometeu um pecado sob essa perspectiva. Se fosse um caso
> isolado, teria sido apenas uma crítica pessoal.
> Mas tudo indica que amostras não aleatórias são muito mais frequentes do
> que se gostaria e tem sido usada com relativo sucesso.
>
> Finalmente, vou reproduzir parte de uma das mensagens do Renato Assunção
> substituindo o eu por nós.
>
> " Como
> dizia um amigo, nossos principios filosoficos sao firmes, solidos,
> inabalaveis.
> Ja nós mesmo, nem tanto. "
>
> ou  "como é possível aprender com a experiência"
>
> ou ainda  "a ciência é viva é feita pela comunidade de cientístas"
>
> Agradeço todos os textos e sugestões de leituras enviadas.
>
> Um abraço,
>
> Márcia.
>
> (1) penso que depois de alguns dos meus cometários foi excluida, por
> alguns, dessa categoria. Mas ainda me incluo.