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Placar 15 x 42



Prezado Gauss e colegas,
 
Eu tambem compartilho da sua posicao que a estatistica
deveria ter um comite proprio no cnpq. O pequeno numero
de estatisticos no Brasil sempre foi a justificativa que escutei
para nao defendermos tal proposta junto ao cnpq.
 
No entanto, parece que o tamanho dos comites do cnpq tem
uma alta variabilidade. Se por um lado o  comite de Zootecnica
tem 4 membros e 189 bolsas de produtividade em pesquisa,
o comite de Deseho Industrial tem dois membros e somente
15 bolsas. Ou seja, cerca de 30% das bolsas da area de probabilidade e
estatistica. Certamente, a maioria dos comites sao de grande porte
mas se tivermos a paciencia de buscar no site do cnpq, vamos
encontrar outros comites com menos de 42 bolsistas de produtividade
em pesquisa.
 
Na verdade, a principal razao em pleitear tal comite é sentir o incomodo
de ser julgado no comite de Matematica e Estatistica por pesquisadores
que nao considero como sendo meus pares. Ou seja, posso dizer que varios
de nos, estatisticos aplicados, acreditamos que um probabilista nao esta
apto a julgar o resultado da nosso trabalho de pesquisa.    
 
A consequencia deste fato é uma desagregacao dos estatisticos.
Varios aplicados realmente competentes estao migrando para outros comites.
Enquanto que os nossos supostos pares nao reconhecem nosso trabalho,
outros comites assim estao fazendo. Estamos aumentando a pesquisa cientifica
em engenharia, economia e epidemiologia. 
 
Ja que o Gauss levantou este ponto, sera que estou falando em nome de uma
minoria ou realmente é desejo dos estatisticos em pleitear tal comite? A ABE
poderia ajudar?
 
Cordialmente,
 
Enrico Colosimo.   

 

 

-----"gausscordeiro" <gausscordeiro@uol.com.br> escreveu: -----

Para: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
De: "gausscordeiro" <gausscordeiro@uol.com.br>
Data: 09/27/2007 12:02PM
Assunto: [ABE-L]: Placar 189 x 42

Caros,

Há mais de 23 anos, sempre defendi que a Estatística tivesse um comitê próprio

no CNPq face ao crescimento a passos largos dessa área no país.

S em querer polemizar (e para o meu dileto colega Luís Paulo não pedir para eu

?apontar minha metralhadora mais para cima?) gostaria apenas de citar um fato

que constatei esta semana, ao ministrar um minicurso de MLG na excelente

Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (nível 6 na Capes).

A área de zootecnia no CNPq (4 membros no seu comitê assessor próprio mais um suplente)

detém cerca de 189 bolsas de produtividade de pesquisa, das quais 18 estão na

Pós-Graduação acima.

A nossa área de probabilidade e estatística em todo o país, detém somente

42 bolsas de produtividade de pesquisa, ou seja, ínfimo 22% do peso da

participação da zootecnia. Eu acredito que esta discrepância global persista em

relação a outras áreas do conhecimento tais como: engenharia de produção,

economia, veterinária, agronomia etc.

Algumas pessoas podem argumentar que existem bolsas de pesquisadores que

trabalham com estatística em outras áreas. Isso é verdade, embora um

comitê próprio de probabilidade e estatística, no meu entender, seria salutar e

imprescindível para agregar os estatísticos e dar o valor científico real que a nossa

área merece.

Tenho um amigo que costuma me dizer que os estatísticos adoram atirar nos próprios

pés. Eu gostaria de refutar em breve a sua assertiva com fatos concretos.

Saudações,

Gauss Cordeiro