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os papers do Carlinhos
Os artigos que lhe encantaram devem ser, mesmo muito bons. Os do Kemp, li-os a
fortiori. Mas tenho de ler outra vez, se quiser "brigar" com o Carlinhos.
Vou insistir num ponto. Fazemos inferência maximizando verossimilhança (inter
alia). Frequentistas e Bayesianos. Frequentistas que se prezam "geram" suas
distribuições pela aleatorização. Quando não se pode aleatorizar, "empurram"
modelos, mas isto já não é, estritamente falando, estatística. Bayesianos
colocam uma camada a mais, uma distribuição a priori, que não tem a
justificativa física de um procedimento aleatorizado. Por não ter essa
justificativa "física", ficam como um estatístico em situação comum, não
aleatorizada - "empurram" o modelo (a priori).
Sobre o cálculo, com propriedades assintóticas, dos níveis de significância,
dos intervalos de consonância e derivados, penso que isso é mero cálculo. O
conceito está nos "p-values", que nada tem a ver com isso.
Carlinhos, lembro-me do Kempthorne, falando de testes aleatorizados (a
palavra, aqui, tem outro sentido). Testes em que, para se obter um valor de p
igual ao "desejado" (por que esse?), se aleatoriza a decisão com
um "aleatorizador". Kemp nos instava a pensar num fazendeiro de Iowa, que
perguntava se, afinal, o fertilizante A era melhor do que B e o
experimentalista lhe respondia: "Um momento". Rodava o aleatorizador (um
dado, talvez) e, ao fim, dizia: "Sim, é melhor." Kemp esperava que o
fazendeiro respondesse com um "go jump into the lake" (sempre estávamos em
mixed company, senão seria mais forte a frase). Sobre o teste aleatorizado,
em direta e óbvia analogia, eu sempre pensava que o procedimento Bayesiano
era bem parecido com isso. Os níveis p de 5% (ou de 5.12%) sempre apareceriam
do cálculo. Mas... seriam resultado de mero artifício matemático, nada a ver
com a realidade.
Velho, é pra provocar, né?
Abraços do
Zé