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RES: [ABE-L]: Re:RES: [ABE-L]: Comparação de pesquisas eleitorais com os resultados das eleições



   
    O Prof. Renato toca em um ponto importante: será que não estamos diante de uma janela de oportunidades para novas ferramentas e métodos, considerando as restrições operacionais impostas à amostragem probailística ? 
-----Mensagem original-----
De: Renato Martins Assuncao [mailto:assuncao@est.ufmg.br]
Enviada em: quarta-feira, 22 de outubro de 2008 17:00
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: [ABE-L]: Re:RES: [ABE-L]: Comparação de pesquisas eleitorais com os resultados das eleições

E' o caso do copo semi-cheio ou semi-vazio.
Muitas pesquisa sao manipuladas com ma-fe. Vou ignorar este problema
nao tecnico.

Das demais, o processo de amostragem das pesquisas eleitorais nao tem fundamento cientifico. OK. Mas alguem precisa faze-las, sociologos, economistas ou estatisticos.
Existe demanda, havera oferta. E existe uma imensa demanda:
os candidatos, os jornais, a TV, a populacao, etc.
Todo mundo quer saber MESMO que COM ERRO GRANDE qual e' a situacao.
E' uma imensa fonte de recursos financeiros para os estatisticos: empregos e
(sonho meu) estatisticos que decidam ser empresarios e criem suas empresas.

A pesquisa bem feita e' a probabilistica que tem custos tao elevados
em termos de homem-hora que e' impossivel ser feita na pratica. Inviavel.
Os demandantes entao, muito pragmaticamente, preferem as pesquisas
mal feitas, com margens de erro ficiticias, mas que trazem alguma
informacao (especialmente via a compracao
de resulytados de institutos rivais) do que ficar completamente no escuro.

O que os estatisticos nao podem fazer e' simplesmente dizer
que nao se pode fazer desse jeito. Que o unico jeito
e' a pureza da amostra probabilistica.
Poxa, temos um problema aqui, uma oportunidade para
os estatisticos que sao ambiciosos e que trabalham com amostragem.

O erro nao pode ser calculado pelos metodos usuais (probabilistico)?
Leve o problema pros engenheiros. Eles definiriam uma metodologia qualquer
que parece razoavel (como a do nosso colega Apolo Santos),
calculariam erros EMPIRICOS baseados em  pesquisas de ultimos dias em
varios locais onde a metodologia e' aplicada, usariam reamostragem,
experimentos dividinod a amostra em duas e tirando a diferenca (que deve
ter media zero e Variabncia = 2 * variancia das pesquisas-metada),
analises estatisticas do conjunto de pesquisas, e
de varios instutos e terminar com uma margem de erro EMPIRICA que englobe o
erro de SEU METODO.

Existem tentativas assim. UM livro antigo,
Sampling Opinions by Frederick F. Stephan and Philip J. McCarthy
(US$5.50 na amazon.com com o novo dolar....)
comaprando cotas e pesquisa probabilisticas.
Existe um paper de TFM Smith no JRSS-A (??, alo Pedrao, e' isto memso?)
que compara os institutos de pesquisa na INglaterra, etc.
Neste caso, os institutos erraram bravo com erros causados por VICIO
e nao por variancia.

Nos EUA, com a cobertura 99.99% de telefones existe o random dialing para
pesquisa que elimina muito do problema que nos no Brasil temos.

De qulquer modo, eu que nao mexo com amostragem, me pergunto se os
estatisticos brasileiros nao estao perdendo uma chance de influir
num problema muito importante e com muitos recursos.
Ja obtivemos lindos resultados com a bela teoria de amostragem.
OK.

Mas ela nao pode ser aplicada na pratica da pesquisa ELEITORAL.
Qual e' o second-best choice? Porque nao trabalhar num problema que
apesar de nao ter charme matematico pode trazer muito beneficio
para os individuos e para a sociedade? E' o vies matematico que
nos forca a focar nos problemas dificeis e ignorar alguns problmas
relevantes?

Meus dois pitacos quando nem devia me meter na conversa.
Mas foi um momento de fraqueza, desafinando o coro.

Renato Assunção
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciencias Exatas
Departamento de Estatistica
Campus Pampulha
Belo Horizonte MG 31270-901 - Brasil
assuncao@est.ufmg.br
FAX: 55-31-3409-5924  PHONE: 55-31-3409-5940
http://www.est.ufmg.br/~assuncao