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Banalização da Pós!




Caros Redistas,

O grande problema da pós-graduação no Brasil nos dias de
hoje é sua banalização decorrente da mediocridade e corporativismo
existentes no cerne da universidade brasileira, saldo algumas
exceções. Além da mediocridade existe outro fator deletério:
a desonestidade.

Os mais jovens não sabem, mas nos anos 70 havia uma propaganda
de cigarro em que o grande campeão Gérson (da copa de 1970)
dizia:

"Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo?",

referindo-se a um marca que custava mais barato. Ficou conhecida
como Lei de Gérson! Alguns alunos querem se aproveitar da falta
de qualidade de certos cursos de pós-graduação em benefício próprio,
como correr atrás do orientador mais "camarada" para poder fazer
sua dissertação sem qualidade, sem se importar se conhecem ou
não a área de estudo e, muito pior, de forma imoral. Muitos
professores aceitam essa prática que penaliza fortemente o
curso e, mais ainda, o futuro profissisonal do aluno.

A proliferação dos cursos de graduação no Governo FHC empurrou
a universidade brasileira para o mais baixo nível de qualidade,
salvo as honrosas exceções de algumas universidades públicas que
conseguem manter um bom nível em seus cursos.

O gigantismo da pós-gradução brasileira patrocinado pela CAPES
é perverso, porque contempla alunos sem condições reais de cursar
uma pós-graduação e, pior ainda, professores sem conheciemnto
algum para orientar um trabalho de qualidade apenas regular.
O máximo para esses alunos seria uma graduação mas se arvoram
a fazer uma pós sem maturidade, trabalho e afinco nos estudos.
Há até aqueles que querem fazer tudo isso à distância.

Como alguns sabem, por solicitação minha, foi constituída
uma comissão de inquérito na UFRPE para apurar uma dissertação
que foi defendida de forma desonesta. Vergonha das vergonhas!
Mas nem todos os personagenes são professores da UFRPE
e há, também, um professsor uspeano. Meu objetivo não é
penalizar ninguém mas quero o canônico: o aluno de mestrado
fazendo sua dissertação com esforço próprio, estudando
no local do curso e sendo orientado realmente por um professor
que não seja "um orientador laranja", e não com a
malandragem bem enfatizada nos autos da minha solicitação.

Gostaria que ficasse registrado aqui, que se pelo menos uma
das pessoas envolvidas no processo faltar com a verdade dos
fatos, conforme esses me foram realmente relatados por
eles próprios (no período entre 20/12 e 15/1), eu irei
- sem titubear-, após o término do trabalho da comissão de
inquérito, tornar público todos os detalhes dos autos aos
membros do comitê assesor da CAPES e ao Reitor da USP.

Por outro lado, se corroborarem com a verdade dos fatos, uma
prova de boa conduta e arrependimento, o processo deverá ser
encerrado no âmbito da própria UFRPE, com o parecer soberano
da comissão de inquérito.

Muitos segmentos da universidade podem se comportar até como
a "Casa-da-Mãe-Joana", mas se depender de mim, nunca no local
em que eu trabalho com afinco e honestidade por mais de
12 horas/dia. E faço isso há 40 anos.

Cordiais Saudações,

Gauss Cordeiro