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Re: [ABE-L]: Banalização da Pós!



Prof. Gauss,

Ha um porem na sua msg. A regra na academia NO BRASIL eh mostrar o mercado como sendo o refugo, com desprezo (em contraste nos Estados Unidos, em que eh enfocado a questao das vantagens comparativas), o lugar de quem nao tem capacidade acaba caindo, como se a pos-graduacao fosse o lugar dos "escolhidos", os "eleitos", os "especiais". Esse preconceito permeia fortemente diversas universidades e faculdades brasileiras. Eh um discurso completamente descolado com a realidade, porque boa parte do mercado e dos alunos acham que a academia eh na verdade a segunda opcao. O que acontece por fim eh que os alunos que desejavam ir para o mercado, mas que nao tem habilidades necessarias para tal, acabam usando a pos como refugio para conseguir mais tempo para de novo tentar ir ao mercado, agora com um mestrado ou com um doutorado.

Enquanto voces nao entenderem que a dualidade pos/mercado eh uma questao de vantagens comparativas que cada aluno apresenta, e que os alunos PRECISAM SER APRESENTADOS para as vantagens e desvantagens verdadeiras de ambos, voces vao continuar tendo uma quantidade grande de alunos de pos que sao, na verdade, refugo do mercado, porque nao conseguiram detectar a tempo que nao possuem habilidade para tanto. Pessoas desiludidas que foram desprezadas pelo mercado, que se sentem inferiores aos demais. 

Eh isso que voces querem por alunos?

Abracos,
Danielle Steffen Sanchez
Estatistica ENCE/IBGE - 2003
Curso de Ciencias Moleculares/USP (inconcluso) - T2


--- Em ter, 5/5/09, gauss@deinfo.ufrpe.br <gauss@deinfo.ufrpe.br> escreveu:

> De: gauss@deinfo.ufrpe.br <gauss@deinfo.ufrpe.br>
> Assunto: [ABE-L]: Banalização da Pós!
> Para: abe-l@ime.usp.br
> Data: Terça-feira, 5 de Maio de 2009, 22:27
> Caros Redistas,
> 
> O grande problema da pós-graduação no Brasil nos dias de
> hoje é sua banalização decorrente da mediocridade e
> corporativismo
> existentes no cerne da universidade brasileira, saldo
> algumas
> exceções. Além da mediocridade existe outro fator
> deletério:
> a desonestidade.
> 
> Os mais jovens não sabem, mas nos anos 70 havia uma
> propaganda
> de cigarro em que o grande campeão Gérson (da copa de
> 1970)
> dizia:
> 
> "Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo?",
> 
> referindo-se a um marca que custava mais barato. Ficou
> conhecida
> como Lei de Gérson! Alguns alunos querem se aproveitar da
> falta
> de qualidade de certos cursos de pós-graduação em
> benefício próprio,
> como correr atrás do orientador mais "camarada"
> para poder fazer
> sua dissertação sem qualidade, sem se importar se
> conhecem ou
> não a área de estudo e, muito pior, de forma imoral.
> Muitos
> professores aceitam essa prática que penaliza fortemente o
> curso e, mais ainda, o futuro profissisonal do aluno.
> 
> A proliferação dos cursos de graduação no Governo FHC
> empurrou
> a universidade brasileira para o mais baixo nível de
> qualidade,
> salvo as honrosas exceções de algumas universidades
> públicas que
> conseguem manter um bom nível em seus cursos.
> 
> O gigantismo da pós-gradução brasileira patrocinado pela
> CAPES
> é perverso, porque contempla alunos sem condições reais
> de cursar
> uma pós-graduação e, pior ainda, professores sem
> conheciemnto
> algum para orientar um trabalho de qualidade apenas
> regular.
> O máximo para esses alunos seria uma graduação mas se
> arvoram
> a fazer uma pós sem maturidade, trabalho e afinco nos
> estudos.
> Há até aqueles que querem fazer tudo isso à distância.
> 
> Como alguns sabem, por solicitação minha, foi
> constituída
> uma comissão de inquérito na UFRPE para apurar uma
> dissertação
> que foi defendida de forma desonesta. Vergonha das
> vergonhas!
> Mas nem todos os personagenes são professores da UFRPE
> e há, também, um professsor uspeano. Meu objetivo não é
> penalizar ninguém mas quero o canônico: o aluno de
> mestrado
> fazendo sua dissertação com esforço próprio, estudando
> no local do curso e sendo orientado realmente por um
> professor
> que não seja "um orientador laranja", e não com
> a
> malandragem bem enfatizada nos autos da minha
> solicitação.
> 
> Gostaria que ficasse registrado aqui, que se pelo menos uma
> das pessoas envolvidas no processo faltar com a verdade dos
> fatos, conforme esses me foram realmente relatados por
> eles próprios (no período entre 20/12 e 15/1), eu irei
> - sem titubear-, após o término do trabalho da comissão
> de
> inquérito, tornar público todos os detalhes dos autos aos
> membros do comitê assesor da CAPES e ao Reitor da USP.
> 
> Por outro lado, se corroborarem com a verdade dos fatos,
> uma
> prova de boa conduta e arrependimento, o processo deverá
> ser
> encerrado no âmbito da própria UFRPE, com o parecer
> soberano
> da comissão de inquérito.
> 
> Muitos segmentos da universidade podem se comportar até
> como
> a "Casa-da-Mãe-Joana", mas se depender de mim,
> nunca no local
> em que eu trabalho com afinco e honestidade por mais de
> 12 horas/dia. E faço isso há 40 anos.
> 
> Cordiais Saudações,
> 
> Gauss Cordeiro


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