Caros Redistas,
Escrevendos em acentos, segue a reportagem da Folha de SP de hoje sobre
o concurso para garis da COMLURB (RJ). Isso estah ocorrendo face ao
gigantismo da pos-graduacao brasileira que se tornou de baixa qualidade,
saldo as excecoes bem conhecidas.
A maioria dos cursos de pos-graduacao das nossas universidades federais eh
de baixa qualidade: oferta diplomas mas nao formam academicos.
A pos em estatistica da UFRJ, UFPE, UFMG e UFSCar (cito soh essas federais pois
as conheco bem) eh de muito boa qualidade e, melhor ainda, seus dirigentes
sao pesquisadores renomados.
Quanto ao ensino basico e fundamental no Brasil, a escola publica hoje eh
infinitamente pior do que quando eu estudava, apesar dos numeros
falaciosos divulgados pelos governantes.
Cordiais Saudacoes,
Gauss
"O maior antro de corrupção no Brasil é o Senado Federal" (G. M. Cordeiro).
Em 22/10/2009 09:50, Jose Carvalho < carvalho@statistika.com.br > escreveu:
Calma, gente! Embora haja razão em se deplorar a qualidade da educação no
Brasil, em todos os níveis, o simples fato de haver "doutores" buscando
emprego de gari não é, necessariamente, indicador da qualidade do "doutor".
Quando estive estudando em Iowa, soube de vários doutores (sem aspas)
desempregados, que aceitavam serviços que exigiam menor qualificação. Havia uma
crise no mercado de trabalho. Emblemático era o caso de um PhD em engenharia
química, que eu conhecia, que trabalhava como frentista em um posto de
gasolina. Até arranjar um emprego em uma indústria de petróleo, levando mais
de um ano de experiência... como frentista do posto.
O pior da notícia do concurso para garis é o que ela mostra do mercado de
trabalho. Pessoas, em tese super-qualificadas, aceitando um serviço, qualquer
serviço, apenas para ter um emprego indicam, a meu ver, uma enorme deficiência.
Mas as notícias que se veiculam mostram, ao contrário, "crescimento do número
de carteiras assinadas", "recuperação do mercado de trabalho" e por aí vai. O
ufanismo da propaganda chapa branca mascara a difícil situação que vivemos.
Não obstante o reparo, concordo que o ensino superior e o de pós-graduação tem
sofrido um crescimento em número de cursos e vagas, sem que haja quadros
docentes formados para trabalhar nos numerosos postos novos. A qualidade do
produto - gente formada - cai, como conseqüência direta. Mas interessam apenas
os números - de vagas e de "formados". Serve para manchetes, não serve?
Abs
On Thursday 22 October 2009 09:14:29 am Raphael Saldanha wrote:
> Reportagem semelhante na FSP de hoje, segue em anexo. Também disponível em
> http://edicaodigital.folha.com.br/
>
> 2009/10/21
>
> > Caros Redistas,
> >
> > Tenho me posicionado nesta rede sobre o gigantismo da
> > pós-graduação brasileira que se transformou numa grande
> > fábrica de diplomas, salvo um percentual reduzido de cursos
> > realmente sérios. A maioria desses cursos não faz
> > ciência na expressão correta da palavra!
> >
> > Leio agora (na Agência O Globo) que no concurso de gari
> > da estatal de lixo no Rio (Comlurb) para um salário de
> > R$ 720,00 - onde já se increveram cerca de 109 mil
> > candidatos -, encontramos 45 com doutorado e 22 com
> > mestrado, além dos cerca de 1026 com curso superior
> > completo.
> >
> > No próximo concurso, encontraremos pós-doutores.
> > O mal não está em ser gari - profissão super-importante-,
> > e com salários dignos no primeiro mundo. O mal está se
> > tornando em ser um doutor parasita no Brasil!
> >
> > Cordiais Saudações,
> >
> > Gauss
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