Existe a maxima: - "Estatistica eh predicao!" A maxima indica que o unico objetivo de um modelo estatistico eh fazer previsoes acuradas. Parametros sao variaveis de integracao - diz meu amigo Sergio Wechsler, e Bayesianos ortodoxos (estritamente DeFinettianos). Para os Frequentistas entao, eu nem sei direito qual o status epistemologico concedido aos coitados dos parametros. Ninguem (em san consciencia) nega o papel preditivo de um modelo estatistico, mas pode sim admitir que o model tem um segundo papel a desempenhar: O de formular theorias! As predicoes vivem em X (o espaco amostral). As theorias vivem um Theta (o espaco parametrico). Theorias (thea - visao + horan - enxergar; tambem thea - deusa theos - deus, como em theologia, theos - deus, logos - entendimento) nos permitem "entender" o mundo. Entender significa "explicar os porques", ou seja construir, em um sentido estritamente Aristotelico, uma metafisica. Voltando aa parabola do Jardineiro: Depois de um tempo, os dois exploradores ficaram mais crescidinhos (ao menos intelectualmente) e desistiram da brincadeira de tentar pegar o J'rdineiro no flagra. (Passo a usar a grafia J'rdineiro, em respeito aaqueles que escrevem D'us, indicando o universalmente imanente e tambem absolutamente transcendente) Todavia, o explorador cetico e o theorico continuam discordando no seu papel enquanto exploradores profissionais: O cetico quer apenas ter a habilidade de prever onde e quando cada flor vai estar. O Theorico (ou devo escrever T'eorico) quer "entender" o jardim, seu biologia, sua arquiteura, sua estetica. Se o jardim "manifesta" uma racionalidade biologica, arquitetonica ou estetica, e se esta se torna compreencivel ao explorador t'eorico, este passa a ter uma conhecimento "intuitivo" sobre as Leis do Jardim. Ou, refraseando, um conhecimento intuitivo das leis do grande J'rdineiro.... Pronto. A partir dai o resto eh tranquilo... :-) ---Julio > Date: Sun, 18 Apr 2010 22:11:55 -0300 > From: asimonis@ime.usp.br > To: cribari@gmail.com > CC: abe-l@ime.usp.br; gausscordeiro@uol.com.br > Subject: Re: Res: RES: [ABE-L]: fé e religião > > > > Caros, > > saiu na Folha ontem do Antonio Cicero: > ************** > > > HÁ ALGUNS dias faleceu, aos 87 anos, o filósofo inglês Antony Flew. Tendo > sido, quase toda a vida, um vigoroso defensor do ateísmo, Flew adquiriu, > já na velhice, notoriedade fora do ambiente acadêmico, ao declarar que se > tornara deísta. Os deístas, como se sabe, não acreditam no Deus que as > religiões positivas descrevem, mas num deus cujo conceito derivam > inteiramente da razão e que, depois de criar o mundo, dele se ausentou. É > o que Pascal chamava de "deus dos filósofos", em oposição ao Deus de > Abraão. Tanto Voltaire quanto, por exemplo, Thomas Jefferson e Benjamin > Franklin, que Flew citava, consideravam-se deístas. > Embora, enquanto deísta, Flew rejeitasse o cristianismo, certos defensores > do design inteligente, como Roy Abraham Varghese, e evangélicos como Bob > Hostetler ficaram entusiasmados com o "ateu que virara a casaca". Varghese > chegou a assinar um livro em parceria com Flew, intitulado "Há um Deus: de > que Modo o Mais Notório Ateísta do Mundo Mudou de Ideia". > Na verdade, Flew confessou ao jornalista Mark Oppenheimer -que preparava > um artigo sobre ele para a revista do "New York Times"- que o livro tinha > sido escrito por Varghese. Segundo Flew, quando Varghese lhe mostrou o > livro pronto, ele o aprovou, pois se considerava "velho demais para esse > tipo de coisa", isto é, para escrever. > É melancólica a história, contada por Oppenheimer no artigo citado, da > exploração da senilidade de Flew. Mas quero falar aqui de algo mais > pitoresco e estimulante, que é o ensaio "Teologia e Falsificação", que > Flew escreveu no auge dos seus poderes mentais e que merece ser mais > conhecido no Brasil. > Ele começa com uma modificação da "Parábola dos Jardineiros", do filósofo > inglês John Wisdom. Trata-se do seguinte. Dois exploradores chegam a uma > clareira florida. Um deles acha que deve haver algum jardineiro cuidando > da clareira, mas o outro não concorda. Para resolver a questão, montam > guarda, mas não aparece ninguém. O explorador que crê na existência de um > jardineiro supõe então que este seja invisível. Para testar essa hipótese, > fazem uma cerca de arame farpado em torno da clareira, e põem cães a > guardá-la. Nada acontece, porém. > Contudo, o crente não desiste. Segundo ele, o jardineiro pode ser > invisível, intangível, insensível a choques elétricos e inodoro. E aí o > cético, perdendo a paciência, lhe pergunta: "Em que é que um jardineiro > invisível, intangível e imperceptível seria diferente de um jardineiro > imaginário, ou de um jardineiro inexistente?". > Nesse ponto, Flew observa que afirmar uma coisa equivale a negar a negação > dessa coisa. Toda afirmação implica a negação de tudo o que nega a verdade > dela. Por exemplo, a proposição "todos os cisnes são brancos", que era > considerada verdadeira séculos atrás, implica a proposição "nenhum cisne é > não branco". Quando foram descobertos cisnes pretos na Austrália, > revelou-se que era falsa a proposição "todos os cisnes são brancos". > Se o enunciado "todos os cisnes são brancos" tivesse sido compatível com a > descoberta de que alguns cisnes são pretos, então ele simplesmente jamais > teria realmente significado ou afirmado coisa nenhuma, pois daria no mesmo > afirmá-lo ou negá-lo. Para que significasse e afirmasse alguma coisa, era > necessário que ele pudesse ter sido negado pela descoberta de cisnes não > brancos. > Se não há nada que uma pretensa proposição negue, então ela nada > significa; logo, nada afirma: não passa de uma pseudoproposição. Ora, Flew > afirma que assim são proposições tais como "Deus existe", "Deus nos ama > como um pai ama um filho" etc. Segundo ele, não há nenhum acontecimento > que possa fazer os religiosos que as afirmam voltarem atrás e confessarem: > "No final das contas, Deus não existe"; ou: "De fato, Deus não nos ama". > Digamos que vemos uma criança morrendo de um câncer inoperável na > garganta. Seu pai terrestre fica desesperado, mas seu pai divino não > parece se importar. O religioso que nos garantiu que Deus nos ama > provavelmente dirá algo como "o amor de Deus não se confunde com o humano" > ou "os desígnios de Deus são inescrutáveis". E Flew pergunta (como o > explorador que duvida da existência do jardineiro): "Mas então exatamente > o que teria que acontecer para que tivéssemos o direito lógico de dizer > "Deus não nos ama" ou mesmo "Deus não existe'?". > Caso nos respondam que nada que aconteça seria capaz de fazer isso, então, > conclui Flew, na verdade enunciados tais como "Deus existe" nada > significam ou afirmam. > > ******************************************************************** > > > Abs, > Adilson. > Hotmail is redefining busy with tools for the New Busy. Get more from your inbox. See how. |