Caro Professor Miguel Nicolelis,
Entendo que muitos pontos do artigo-entrevista do senhor no Estado de SÃo Paulo sÃo corretos. Com todo o respeito ao brilhante cientista, permita-me discordar (com veemÃncia) apenas da primeira parte de sua assertiva:"Os cientistas brilhantes jovens nÃo tÃm acesso Ãs benesses que os grandes cardeais pesquisadores A1 do CNPq tÃm, muitos deles sem ter feito muita coisa que valha".
Realmente desconheÃo essas benesses.
Um pesquisador 1A do CNPq ganha (mensalmente) cerca de US$ 750 de bolsa de produtividade e US$ 650 de taxa de bancada para participaÃÃo de eventos, compra de livros e Âsoftware, micro-computadores e outros itens bÃsicos que as universidades brasileiras nÃo nos dÃo. Seriam esses valores benesses? Os pesquisadores 1B e 1C ganham valores similares.
Recentemente, recebi US$ 6000 do CNPq como coordenador cientÃfico de importante Âevento cientÃfico do qual participarÃo 400 pessoas para poder pagar as despesas dos conferencistas. Esse valor à uma benesse?
Benesses recebem nossos nobres parlamentares!
ParabÃns pela entrevista, ressalvando a assertiva acima.
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Cordiais SaudaÃÃes,
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Gauss Cordeiro
(PhD em EstatÃstica, Pesquisador 1A do CNPq e Ex-Presidente da AssociaÃÃo Brasileira de EstatÃstica)
"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).
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