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Re: [ABE-L]: Como somos infinitesimais! Vide texto do Uol.
- Subject: Re: [ABE-L]: Como somos infinitesimais! Vide texto do Uol.
- From: gauss@de.ufpe.br
- Date: Thu, 30 Jun 2011 12:45:31 -0300 (BRT)
Caros Redistas,
O vídeo postado pelo Francisco Cribari é super-interessante.
Imaginei com meus botões: como a vida humana é perversa! Fazemos
um esforço enorme tentando superar desprezíveis 80 anos.
Cordiais Saudações,
Gauss
> Muito interessante, mesmo! Uma curiosidade adicional é que, na "viagem
> de ida", as órbitas dos planetas do Sistema Solar terrminam em Netuno,
> mas na "volta", eu contei nove elipses! Arrisco inferir que esse vídeo
> foi feito na época das discussões acerca do "rebaixamento" de
> Plutão...
>
> Marcelo
> ----- Original Message -----
> From: Francisco Cribari
> To: gauss@de.ufpe.br
> Cc: abe-l@ime.usp.br
> Sent: Thursday, June 30, 2011 8:02 AM
> Subject: Re: [ABE-L]: Como somos infinitesimais! Vide texto do Uol.
>
>
> Pois é, Gauss. O Universo tem 13.7 bilhões de anos enquanto nosso
> planeta (Terra) tem 4.6 bilhões de anos. Por cerca de 9 bilhões de anos
> o Universo existiu sem o nosso planeta. Não fizemos a menor diferença.
> Nossa espécie de primatas evoluídos (Homo sapiens) existe há apenas 200
> mil anos (estimativas vão de 100 mil a 250 mil anos). Não faremos a
> menor diferença quando desaparecermos, tal qual nosso planeta. Somos,
> como você bem disse, infinitesimais. Recomendo o seguinte vídeo:
> http://www.youtube.com/watch?v=17jymDn0W6U . Ele foi produzido pelo
> American Museum of Natural History e mostra o Universo tal qual o
> conhecemos hoje. Fica patente nossa insignificância cósmica.
>
> Abraços frequentistas, FC
>
>
>
> 2011/6/29 <gauss@de.ufpe.br>
>
> Quasar distante é objeto mais brilhante já descoberto no Universo
> primitivo
> Do UOL Ciência e Saúde (29/7)
> Em São Paulo
>
> Uma equipe de astrônomos europeus utilizou o Very Large Telescope do
> Observatório Europeu do Sul (ESO), juntamente com outros telescópios,
> para
> descobrir e estudar o quasar mais distante encontrado até hoje. Este
> farol, cujo motor é um buraco negro com uma massa duas bilhões de
> vezes
> maior que a do Sol, é sem dúvida o objeto mais brilhante descoberto no
> Universo primitivo. Os resultados deste estudo sairão em 30 de Junho
> na
> revista Nature.
>
> "Este quasar é uma importante sonda do Universo primitivo. É um objeto
> muito raro que nos ajudará a compreender como é que os buracos negros
> de
> massa extremamente elevada cresceram algumas centenas de milhões de
> anos
> depois do Big Bang," diz Stephen Warren, o líder da equipe.
>
> Os quasares são galáxias muito distantes e brilhantes que acredita-se
> serem alimentadas por buracos negros de grande massa situados em seu
> centro. O seu brilho torna-os poderosos faróis que ajudam a investigar
> a
> época do Universo em que as primeiras estrelas e galáxias se formaram.
> Denominado ULAS J1120+0641, é visto como era apenas 770 milhões de
> anos
> depois do
> Big Bang (que ocorreu há 13,7 bilhões de anos). A sua radiação levou
> 12.9
> bilhões de anos para chegar até nós.
>
> Embora objetos mais distantes já tenham sido observados, este quasar
> recem
> descoberto é centenas de vezes mais brilhante que estes objetos. Entre
> os
> objetos suficientemente brilhantes para poderem ser estudados em
> detalhe,
> este é claramente o mais distante.
>
> O quasar mais distante depois deste observa-se tal como era 870
> milhões de
> anos depois do Big Bang. Objetos similares mais longínquos não são
> visíveis, uma vez que sua radiação, esticada devido à expansão do
> Universo, observa-se essencialmente na região infravermelha do
> espectro,
> na altura em que chega à Terra.
>
> "Demoramos cinco anos para encontrar este objeto," explica Bram
> Venemans,
> um dos autores deste trabalho. "Estávamos à procura de um quasar com
> um
> desvio para o vermelho maior que 6.5. Encontrar um que está tão longe,
> com
> um desvio para o vermelho maior que 7, foi uma surpresa fantástica.
> Este
> quasar possibilita-nos um olhar profundo à era da reinozação,
> fornecendo-nos assim uma oportunidade para explorar uma janela de 100
> milhões de anos na história do cosmos, janela essa que se encontrava
> anteriormente fora do nosso alcance."
>
> A distância ao quasar foi determinada a partir de observações obtidas
> com o instrumento FORS2 montado no Very Large Telescope do ESO (VLT) e
> instrumentos montados no Telescópio Gemini Norte. Uma vez que este
> objeto
> é relativamente brilhante, é possível obter um espectro da radiação
> por
> ele emitida (o que corresponde a separar a radiação nas suas diversas
> componentes em função da cor). Esta técnica permitiu aos astrônomos
> obter
> muita informação sobre o quasar.
>
> Estas observações mostraram que a massa do buraco negro no centro do
> ULAS
> J1120+0641 é cerca de dois bilhões de vezes maior que a do Sol. Uma
> massa
> tão elevada é difícil de explicar numa época tão primitiva do
> Universo.
> As teorias correntes para o crescimento de buracos negros de massa
> extremamente elevada predizem um aumento lento da massa à medida que o
> objeto compacto atrai matéria do seu meio circundante.
>
> "Pensamos que existem em todo o céu apenas cerca de 100 quasares
> brilhantes com desvio para o vermelho maior que 7," conclui Daniel
> Mortlock, o autor principal do artigo científico. Para encontrar este
> objeto foi necessária uma busca muito minuciosa e demorada, no entanto
> valeu bem a pena o esforço, já que agora poderemos compreender melhor
> alguns dos mistérios
> do Universo primitivo.
>
>
>
>
>
> --
> Francisco Cribari-Neto, cribari@gmail.com,
> http://sites.google.com/site/cribari
>