Vermelho, Franciso, Gauss e outros,
Acho que e' um pouco mais geral a maxima: " Quem sabe faz tudo; quem nao sabe faz tudo para atrapalhar!"
Gostaria muito de ver essa ameaca por escrito que o Gauss recebeu ;)
Quem sabe mando pro sujeito uma copia de "O Alienista" do Machado de Assis.
Bom dia a todos,
Hedibert
On Tue, 25 Oct 2011 08:31:45 -0200, Vermelho wrote
> Conclui-se:
quem sabe faz; quem não sabe processa!!
>
> Em 24 de outubro de
2011 20:55, Francisco Cribari <cribari@gmail.com>
escreveu:
>
Caro Gauss e colegas,
>
> O que não está
claro para mim é o seguinte:
>
> 1) Um não estatístico pode fazer
uso de algum método
estatístico?
> 2) Todos os métodos descritivos e inferenciais são de
"propriedade" da
Estatística"?
>
> Primeiro, se só estatísticos podem fazer uso de métodos
descritivos e inferenciais, por que ensinamos tais métodos para estudantes que
serão profissionais de outras áreas? Eu imagino que se o fazemos é porque
esperamos que os conhecimentos transferidos sejam utilizados em ocasiões
futuras.
>
> Segundo, econometria é um área da economia. Todos os
economistas recebem formação em métodos econométricos, notadamente em análise de
regressão e de séries temporais. Há livros e revistas científicas da área que
são escritos e editados por economistas. Há sociedades científicas da área, que
são tipicamente presididas por economistas. Afirma-se que economistas não podem
fazer análises econométricas porque os métodos envolvidos "pertencem"
à Estatística? É isso? Note que essa é uma pergunta específica e que não admite
respostas
genéricas.
>
> Terceiro, o mesmo vale para métodos matemáticos? Só
matemáticos devem poder usá-los? (A pergunta que coloco pertine ao mérito do
argumento e não a marcos legais existentes no momento.)
>
> Chego,
assim, a uma pergunta em estilo corolário: um economista não pode estimar uma
regressão ou fazer uma análise de séries temporais (que, note-se, compõem o
campo da econometria), mas um estatístico pode resolver um problema de
otimização (linear ou não-linear). É isso? Note que a maioria das estimativas de
máxima verossimilhança requer a solução de algum problema de otimização
não-linear. Devemos chamar um matemático para que ele (e só ele) realize a
otimização? Caminhamos para esse
cenário?
>
> Na mesma linha, um profissional da área de atuária pode
realizar análises estatísticas (estimação de modelos de regressão etc.)? Um
demógrafo pode ajustar uma curva a dados coletados ao longo do tempo?
>
> Note que não afirmo que concursos públicos para cargos de
estatísticos (especificamente listados como tal) devem poder ser preenchidos por
profissionais de outras áreas nem parto para analogias com áreas como Engenharia
e Medicina. Apenas me atenho à utilização de métodos descritivos e inferenciais
por pessoas que não têm bacharelado em
Estatística.
>
> Por fim, lembro de um episódio sobre o qual o Gauss poderá
fornecer mais detalhes. Há muitos anos ele publicou um artigo num jornal do Rio
de Janeiro (creio que foi no Jornal do Brasil) sobre modelagem de dados de
infecção de AIDS ao longo do tempo. Um órgão profissional da área de Estatística
lhe fez uma ameaça por escrito: ameaçou processar-lhe. O que concluir desse
episódio?
>
> Abraços estocásticos e nem um pouco corporativos,
>
> FC
>
> 2011/10/24 <gauss@de.ufpe.br>
>
>
Caros Redistas,
>
>
A Profa. Dóris (do CONRE-SP) esclareceu no Facebook Brasil o seguinte:
>
>
O texto da LEI Nº 4.739/65 diz:
>
>
-Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Estatístico e dá outras
>
Providências.
>
>
Art. 1º - É livre o exercício da profissão de estatístico, em todo o
>
território nacional, observadas as condições de capacidade ...previstas
na
>
presente Lei:
>
>
I - aos possuidores de diploma de conclusão de curso superior de
>
estatística, concedido no Brasil por escola oficial ou oficialmente
>
reconhecida;
>
>
II - aos diplomados em estatística por instituto estrangeiro, de ensino
>
superior, que revalidem seus diplomas de acordo com a lei;
>
>
Nos termos acima, o título da reportagem
>
>
"Apenas Graduados podem trabalhar na área"
>
>
que consta do Jornal "O Fluminense" do último domingo está no meu
entender
>
imprecisa. Ademais, a informação citada como sendo do professor Paulo
>
Lopes está totalmente incorreta.
>
>
Ainda bem que não havia esse tipo de chateação na época de Rudolf Kálmán
>
e Waloddi Weibull, que eram engenheiros. Só espero não viver o
suficiente
>
quando alguém propor que somente matemáticos poderão usar trigonometria.
>
>
Cordiais Saudações,
>
>
Gauss
>
>
(p.s. meu título de PhD em Estatística está revalidado pelo IMPA e foi
>
reconhecido pela UFPE).
>
>
>
>
> --
> Francisco Cribari-Neto, cribari@gmail.com, http://sites.google.com/site/cribari
>
>
> --
> Vermelho
> F.:
(21) 2501 2332 - casa
> 2142 0473 - IBGE
Hedibert
Freitas Lopes, Ph.D.
Associate Professor
Department of Statistical Methods
Institute of Mathematics
Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ)
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