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RES: [ABE-L]: Mais ENEM e menos TRI



Prezada Professora Suzy,

 

Estou postando seu email na Lista, conforme havia-me pedido.

 

Um cordial abraço,

Luiz

 

De: sucamey@gmail.com [mailto:sucamey@gmail.com] Em nome de Suzi Camey
Enviada em: terça-feira, 17 de janeiro de 2012 07:43
Para: Luiz Sergio Vaz
Cc: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: [ABE-L]: Mais ENEM e menos TRI

 

Caro Luiz,
primeiro não vejo relação entre esse texto e a nossa lista. Não entendo nada de correção de redações para opinar sobre o assunto.

Segundo que pela minha experiência, a maioria das coisas que lemos é interpretada segundo as nossas crenças (sejam elas políticas, religiosas ou futebolísticas).
Eu, por exemplo, que não confio na globo nem para me informar sobre um simples assalto, leio esse teu texto com uma visão que deve ser completamente diferente da tua. E poderia gastar metade do meu dia dizendo o que acho desse texto que julgas tão importante a ponto de enviá-lo para nossa lista.
O que tu tens feito nos últimos dias é tentar provar que o atual governo está errado e o máximo que tu vais conseguir é irritar a pessoas que gostam do atual governo.
Sinceramente, duvido que tu consigas mudar a opinião de qualquer pessoa, por outro lado talvez tuas mensagens afastem pessoas que estão nessa lista para discutir estatística. Existem outros fóruns para discutir política.

Vou repetir o que outros colegas já te disseram várias vezes. Se tu tens propostas que possam melhorar o sistema (e que envolvam técnicas estatísticas), acho válido que tu queiras compartilhá-las conosco, caso contrário é só mais um email que tenho que deletar da minha caixa postal, até chegar o ponto de eu parar de ler os email da ABE.

Não sei, se vou conseguir enviar esse email para a Rede, portanto agradeceria se você o reencaminhasse para mim.

Att.,
Suzi

Profa. Suzi Camey
Visitor Scientist at International Agency for Research on Cancer (IARC)

Tel: +33(0)472738816
e-mail: camey@mat.ufrgs.br
http://www.mat.ufrgs.br/~camey



2012/1/16 Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>

Segue, apenas aos interessados (principalmente aos pais da Lista, que me escreveram), uma entrevista do jornal O Globo sobre a prova de redação do ENEM/2011. Em outro post, tive a notícia que o CESPE/UnB foi contrato sem licitação porque havia urgência. Como assim, se tem ENEM todo ano ? Bom, essa pergunta fica em aberto.

 

Luiz

 

 

Corretor do Enem desabafa: “Vejo meu trabalho ir por água abaixo”

Por Lauro Neto, no Globo:
A correção da redação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) não está provocando insatisfação e revolta apenas entre os candidatos. Em entrevista ao GLOBO, um professor de redação que foi corretor desta edição da prova conta os bastidores do processo gerenciado pelo consórcio Cespe/UnB e desabafa: “Estou vendo o trabalho que fiz durante todo o ano sendo jogado por água abaixo. É muito revoltante!”. Professor de colégios tradicionais do Rio de Janeiro e integrante de bancas de vestibulares consagrados, ele não pode ser identificado, pois assinou um contrato de sigilo. Leia a entrevista.

O GLOBO: Por que a correção da redação este ano está causando tanta polêmica?
O processo de correção já começou com um problema, pois os supervisores tiveram um aumento de trabalho e ganham fixo, enquanto o corretor ganha R$ 1,60 por redação corrigida. Houve um aumento do trabalho, pois a discrepância necessária para a terceira correção, que é feita pelos supervisores, caiu de 500 para 300 pontos. Isso aconteceu sem que o valor pago a cada supervisor fosse aumentado. Havia um certo mal estar na supervisão. Teve um supervisor que desistiu uma semana antes de começar o processo. Havia muito insatisfação. Parece que alguns supervisores fizeram o trabalho de má vontade por serem mal remunerados. Estou muito irritado porque estou vendo o trabalho que fiz durante todo o ano sendo jogado por água abaixo. É muito revoltante!

Mas não houve uma preocupação em melhorar a correção diante dos problemas do último Enem?
O Cespe aprimorou o sistema de avaliação da correção. O corretor é avaliado constantemente, principalmente no tempo em que cada redação fica aberta na tela do seu computador. Mas o corretor também erra, e a correção on-line dá brechas para burlar os filtros de qualidade.

Como é feita essa avaliação?
Cada corretor recebe diariamente uma nota da sua correção. Se não mantiver uma média 8, pode ser cortado do processo. Teve gente cortada durante o processo de correção. Mas não sabemos o que aconteceu com as redações que foram corrigidas por essas pessoas. Também houve pessoas que abandonaram a correção no meio, e as redações foram redirecionadas a outros corretores.

Como foi feita a distribuição das redações para os corretores?
Recebemos diariamente 100 redações pela internet. No nosso envelope virtual, existe uma redação corrigida por alguém da banca Cespe, que chamamos de redação de ouro. É uma maneira de o Cespe ficar atento aos corretores. Há outra redação no pacote que é corrigida por muitos corretores. Ela recebe uma nota média para verificar a qualidade e a coerência da banca. Mas não sabemos quais notas prevalecem.

Quanto tempo você demorava para corrigir uma redação?
Gastava de 2 minutos e meio a 3 minutos por redação, de 2 duas horas e meia 3 horas por dia para corrigir as redações. Se todo mundo seguisse o treinamento do Cespe, não haveria problemas. No Rio, os professores são muito experientes. Mas não sabemos como foi feito o treinamento nos confins do Brasil.

O que difere correção da redação do Enem de outros vestibulares?
O nível de exigência é menor do que se cobra normalmente nos colégios dos grandes centros urbanos. Fomos instruídos pelo Cespe a dar notas 900 ou 1.000 em redações que valiam 600. A nota zero sempre tem que ter vista por uma terceira pessoa, por um supervisor que é sempre ligado a uma universidade. Mas o Cespe se nega a conceder a revisão de fato. Isso demonstra que há uma vulnaberalidade no sistema, pois é um direito do candidato.