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Putas velhas+ pontos do Basilio e Carlinhos



Caros Redistas,

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Sem acentos, trabalho na universidade publica, porque tenho grande "elan" pela pesquisa cientÃfica. Entendo ser

um fato prezeiroso verÂminhas pesquisas publicadas e contribuir para a producao academica da minha universidade.

Entretanto, tenho magoas desses academicos que se julgam absolutos detentores da verdade,

pela desvalorizaÃÃo do nosso salÃrio e por conta da famigerada isonomia.

Porque nao se combate aqueles que fazem da universidade um bico mesmo sendo DE?

Conheco dezenas de casos na areaÂmedica e em outrs areas: professores que dao apenas aulas e se dedicam

integralmenteÂaos seus consultorios particulares. ÂAproveito aqui paraÂdar um exemplo: se vocà vai a um bom mÃdico

em Recife,Âele(a) te cobra R$ 500 pela consulta. Caso vocà preciseÂretornar depois de 15 dias,Âvocà tem que pagar

outros R$ 500. Assim, num mÃs, ele ganha o equivalente ao valor da bolsa de pesquisa,Âsà que ele gastou 1 hora noÂmÃximo

pelo seu trabalho. Os pesquisadores que dependem do CNPq certamente trabalhamÂmais de 40 horas por mÃs em suas

pesquisas.

Quanto ao ponto do Carlinhos, acho que o pprofessor da USP que nao requer a aposentadoria tem algumas benesses que nao
sao contempladas nas universidades federais. Concordo integralmente com os pontos do Basilio.
Tenho um colega no CCEN queÂse aposentou e fez concurso hah uns 15 anos para o mesmo Departamento.
Na epoca foi uma grande celeuma, sofreu insultos bem superiores do que aquelesÂdescritos na carta do colega
Celso Pinto de Melo (Presidente da SBF) postada nessa rede. Conheco Celso, desde 1970, pois fizemos vestibularÂno
mesmo ano, e achei um ato impensado de sua parte desistir de reingressar na universidade por conta de pressoes
sofridasÂno seu Departamento.
Aquele pesquisador importante do concurso hah 15 anos, se aposentou de novo, com 15/35 do salario de professor associado.
Mesmo assim, por conta deÂproblemas pessoais, vive em grandes dificuldades financeiras e foi tratado (por alguns dos seus pares)
durante o ultimo ano de sua aposentadoria de forma mais constrangedoraÂdo queÂas "putas velhas" sao tratadas por aqueles
que as cercam.
Professores aposentados que reingressaram na universidade por concursos publicos legitimos como Sostenes Lins,
Aron Simes, Clovis Perez, Josemar Rodrigues, Israel Vaisencher e eu, entre centenas de outros, sao pessoas bem
diferenciadasÂpela producao cientifica. Somente os idiotas nao perceberao isso! Entao, aquele termo "processo malefico"
usado na carta aberta do DFÂda UFPEÂse referinfo ao reingresso foi infeliz e inapropriado.
Em tempo: trabalhando no CCEN desde as 7hs da manha e o numero de carros nos seus dois estacionamentos
as 12 hs 45 min era cinco.
Cordiais Saudacoes,
Gauss


Em 20/02/2012 17:45, gausscordeiro < gausscordeiro@uol.com.br > escreveu:

Caros Redistas,

Desculpem a comparaÃÃo, mas acho que os cientistas no Brasil - onde os salÃrios sÃo nivelados por baixo

e nÃo se remunera a produÃÃo cientÃfica -, estÃo ficando cada vez mais parecidos com as "putas velhas" -

aquelas senhoras sofridas da vida que ralam muito para ganhar algum dinheiro.

Com efeito, a CAPES, o CNPq e quase todaos os ÃrgÃos de fomento nÃo remuneram os pareceristas.

Os periÃdicos idem. Uma exceÃÃo à a FAPESP, que remunera R$ 215,00 por processo.

Hoje, cheguei para trabalhar no CCEN-UFPE, Ãs 7hs da manhà e, basicamente, gastei 60% do meu tempo

dando pareceres. Em tempo, nos dois estacionamentos desse centro, contei cinco carros Ãs 13hs 15 min

quando voltei do almoÃo.

Bom carnaval!

Gauss


"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).



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