Se me permitem um pitaco
despretensioso, de fato, não se pode tratar essa escala DA FORMA COMO ENUNCIADA
PELO JULIO STERN
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, May 09, 2012 7:14
AM
Subject: Re: [ABE-L]: media em escalas
ordinais
Este uso é feito para se empregar técnicas de análise de
variância para se comparar as médias das escalas, tomadas como números. Isso é
feito por quem usa estatística através de "receitas" - e receitas velhas. Não
se deve fazer isso, a meu ver, pelas razões:
1. que estória é essa de
correlação? Justifica-se?
2. Tanto a "correlação" como o uso da análise
de variância, exigem a noção de distância, básica na definição de uma medida
numérica. Perguntemos: na "escala", o 4 é o dobro de 2, em algum sentido? 5 -1
é a mesma coisa que 3-2? Já se verá que a resposta é não. Logo, os " números"
não são números, são meors rótulos, como os "números" de nossos RG. Como s
epode fazer uma análise de variância (ou um teste t) sem uma aproximação
ortogonal?
3. Pior é que as "médias" não contam nada. Eis exemplos.
Considremos as distribuições sobre as classes de 1 a 5, nessa
"escala":
A. 0.5, 0, 0, 0, 0.5
B. 0, 0 ,1, 0, 0
C 0.3, 0.2,
0, 0.2, 0.3
Todas tem 3 por "médias". E são totalmente diferentes. Para
que subsituir cinco frequências por um número? Que se ganha com
isso?
4. O pior dessa estória é a turma de marketing (e outras turmas,
excepcionalmente "bem" conhecedoras de estatística) completar uma análise,
dizendo que o produto A foi melhor avaliado que o produto B, pois o primeiro
teve média de aceitação de 4 e o outro de 4,5. Já vi estudos assim, sugerindo
a troca de B por A no "mix" da empresa.
5. E já ouvi, da turma de
análise sensorial, a declaração: "Olhe, consideramos fazer os estudos com
análises de dados discretos. Mas, quando calculamos o tamanho da amostra para
análise de variância, resulta um tamanho menor do que o exigido para análise
de dados categóricos. Como o "mercado" aceita a primeira prática, vamos ficar
com ela." Notem que a "escala" em questão é meramente uma pergunta
aplicada a um problema qualquer, com painéis de consumidores. Não é uma escala
"validada", aplicada com painéis de especialistas. (Das quais eu também tenho
minhas restrições, porém muito mais suaves.)
Enfim: minha resposta é um
seguro não. Ou, respondendo à pergunta no tom jocoso que foi feita, sim é
pecado. Inspirado pela palavra "pecado", e com pena, posso dizer aos que fazem
isso - "Perdoai-os, pai. Eles não sabem o que fazem!"
Abraços,
Zé Carvalho
On 05/08/2012 07:27
PM, cezar wrote:
Em 07/05/2012
18:10, Julio Stern escreveu:
Caros redistas:
Alguem tem acesso a este
artigo?
H. Guerlac (1976)
Chemistry as a Branch of
Physics: Laplace's Collaboration with Lavoisier.
Historical Studies in
the Physical Sciences
Grato,
Julio Stern
Prezados redistas
Gostaria de obter
a opinião de voces sobre a seguinte questão: consiste em "pecado" muito
grave obter a média de graus de satisfaçao de usuários de determinado
seviço, obtida a partir de uma escala tipo 1: muito insatisfeito; 2:
insatisfeito; 3 parcialmente satisfeito; 4-satisfeito; 5-muito satisfeito ?
Ou seja, seria forçar muito a barra admitir que a distancia entre as
categorias seria a mesma??? Tenho observado trabalhos, especialmente na área
de Marketing, entre outras, fazendo isso. Outros justificam alegando uma
correlação entre o quantitativo e o qualitativo. Alguém na lista já cometeu
esse "pecado" ? Caso não, pode atirar pedras...
Desde ja agradeço a
atenção
Cezar