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Ainda o Qualis



Caros Colegas,

Entendo que o trabalho de classificação que é realizado pela comissão responsável pela definição do Qualis é sempre não-trivial. Neste sentido, expresso aqui meu agradecimento à comissão por seu empenho em prol da comunidade acadêmica nesta complexa tarefa.

No entanto, registro também minha discordância de algumas decisões: o rebaixamento da classificação de periódicos como Computational Statistics and Data Analysis (CSDA) e  Journal of Statistical Planning and Inference (JSPI), com a retirada de tais periódicos do extrato A, não se justifica, dada a relevância e o impacto de tais revistas na comunidade científica estatística internacional. Por que rebaixar essas duas revistas?

No outro extremo, concordo com o Gauss quando ele pondera que um periódico como The American Statistician não pode ser classificado como A1 pelo Qualis. De fato, tal periódico não tem a mesma importância e impacto na nossa comunidade internacional que revistas como Annals of Statistics, Biometrika ou JASA. Note-se, por exemplo, que a American Statistical Association, que é responsável tanto pelo American Statistician quanto pelo JASA, não adota para as duas revistas o mesmo tratamento. Por que teríamos, então, que adotar?

Além disso, por que períodicos de outras áreas, em cujos artigos vemos apenas a utilização de métodos estatísticos já tradicionais e bem explorados na literatura, devem entrar para o nosso Qualis (da Estatística) no extrato A? 

Mais do que uma classificação qualitativa de periódicos pela CAPES, sabemos todos que o índice Qualis se tornou um indicador nacional não apenas das qualidades dos programas de pós-graduação como, para muitos avaliadores, das produções científicas individuais dos pesquisadores. Por outro lado, nossas principais agências de fomento, dada a posição científica que vimos conquistando, exige cada vez mais, não apenas que publiquemos, mas também que nossos trabalhos sejam citados. Sendo o Qualis um dos indicadores de meta de produtividade, principalmente para nossos jovens recém-doutores com talento para a pesquisa, acho que devemos maximizar nossa correlação com a importância que é dada internacionalmente aos nossos periódicos, se quisermos que o Brasil se consolide como uma liderança de pesquisa reconhecida internacionalmente e que possamos manter todo o investimento na Ciência que vem sendo feito ao longo das últimas décadas.