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A prefeita de Natal que já saiu e a transposição que virá



Caro Gauss,

tenho agora que concordar inteiramente coma sua observação em relação a ex-prefeita de Natal, Micarla de Souza-PV, que fez a pior administração de todos os tempos em um capital brasileirra. Para se ter uma idéia, o IBOPE fez uma pesquisa, no início do ano passado, em seu último ano de administração, e a dita cuja teve 93% de rejeição. Se o único defeito dela tivesse sido o descaso com calçadão de Ponta Negra seria ótimo, pior foram os buracos nas ruas que ela deixou, sem falar das obras de mobilidade para a copa, nenhuma delas iniciadas, as escolas sem merenda, etc, etc, etc. O interessante é que a Micarla foi a primeira prefeita de capital do PV, disputou a eleição contra a candidata do PT, Fátima Bezerra, e acabou ganhando porque era uma jornalista conhecida em Natal e dona da TV Ponta Negra(SBT em Natal). Sem dúvida a Mmicarla é uma mulher bonita e com uma boa oratória que conquistou os jovens...

Mas os redistas fiquem tranquilos que Natal já está sob nova adminstração, o antigo prfeito Carlos Eduardo-PDT voltou e, para o próximo ano, quando tivermos o SINAPE em Natal, a cidade já estará bonita novamente... Dependendo do número de participantes, podemos cogitar fazer a abertura do SINAPE no novo estádio Arena das Dunas, que será usado na Copa, quem sabe...

Quanto os políticos nordestinos concordo que temos problemas, como também o temos em diversas regiões brasileiras porém, entendo que o mais importante nestes últimos 10 anos é que as coisas estão sendo feitas, muitas delas em um ritmo diferente do que desejávamos, obviamente, mas estão andando. Basta perguntar a qualquer morador do semi-árido nordestino como ele vê o desenvolvimento de sua região nestes últimos 10 anos que a resposta será uma só, acho que não preciso nem dizer...

A sua observação sobre a eficiência de Israel no trato com suas terras áridas é válida porém, aquele país não chegou a situação atual em apenas 6 anos, foram décadas de investimentos. Além disso, a área de Israel é de
20.700 km² enquanto que só Pernambuco, um dos estados a serem beneficiados com a transposição, tem uma área 5 vezes maior, com 98.311 km²...

Acho que todos nós temos que fazer a nossa parte e, neste momento do projeto de transposição, acho interessante que o apoiemos e não entremos nesta onda de crítica por crítica da mídia. Pois no início a mídia dizia que era uma obra faraônica e se dava destaque ao bispo que fazia greve de fome. Agora, que a obra está na sua metade, apesar do claro atraso, não discuto, a mídia só divulga que a obra está atrasada...

De quaquer forma é sempre bom ver os seus comentários entusiasmados Gauss, se os políticos nordestinos tivessem o seu entusiasmo eu creio que a transposição já teria saído...

Prof. Pledson Guedes de Medeiros
Professor Associado
Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
Fone: (84) 3215-3786


---------- Original Message -----------
From: Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br>
To: Pledson Guedes de Medeiros <pledson@ccet.ufrn.br>
Cc: Lista da ABE <abe-l@ime.usp.br>, rbras_l@rbras.org.br
Sent: Sun, 10 Feb 2013 14:23:10 -0300
Subject: Re: [ABE-L]: Descaso com o Nordeste

> Caro Pledson, Caros Redistas,
>
> Não existem dificuldades na área de engenharia que não possam ser
> superadas. Existem contratos não bem
> elaborados e fiscalizados e uma grande inércia do Governo Federal.
>
> Com os políticos nordestinos do tipo Renan Calheiros, José Sarney,
> Fernando Bezerra Coelho,
> Cid Gomes (que pagou R$ 600 mil para inaugurar um hospital) e da
> prefeita da sua cidade, entre centenas
> de outros, não chegaremos a lugar algum. Citei a prefeita, pois foi
> com muita tristeza que constatei
> o grande desleixo dela (+corrupção?) com a outrora bonita orla de Ponta Negra.
>
> Com mais da metade de seu território localizada em regiões áridas,
> Israel é um exemplo a ser seguido e hoje consegue
> produzir alimentos suficientes para atender a mais de 95% da demanda
> interna e ainda gerar excedentes para exportação.
>
> Em tempo: a sua ideia de uma lista eletrônica a favor da transposição
> é excelente.
>
> Bom carnaval a todos!
>
> Gauss
>
> Em 10 de fevereiro de 2013 10:55, Pledson Guedes de Medeiros
> <pledson@ccet.ufrn.br> escreveu:
> > Caros,
> >
> > Acho muito importante que as pessoas começem a fazer uma campanha a favor da
> > transposição do Rio São Francisco pois o que víamos, na maioria das vezes,
> > eram protestos contra a transposição. Lembram do Bispo da Bahia que fez até
> > greve de fome contra a transposição?
> >
> > Estes protestos iniciais, projetos iniciais incompletos e, obviamente, a
> > grande complexidade da obra, levaram a demora e, até agora, a não conclusão
> > do projeto. É importante dizer também que se trata de uma obra grandiosa,
> > que muitos diziam ser impossível de ser feita, basta dizer que ela era
> > ventilada desde o início do século passado. Para se ter uma idéia da
> > complexidade, em determinados trechos o Rio terá o seu curso desviado e a
> > sua água elevada para que possa haver o fluxo  da mesma. Além disso, em
> > outros trechos os projetos precisaram ser refeitos em função da geologia do
> > terreno e da necessidade de aberturas de novas passagens. Construir estádios
> > para a Copa do mundo, convenhamos, é uma tarefa muito mais simples, apesar
> > de custarem mais caro, pois basta colocar operários em três turnos e pronto,
> > fez-se o estádio. Basta comparar a extensão das obras de transposição, que
> > passam por vários estados nordestinos, e a construção dos estádios para a
> > Copa que, juntos, não cobrem a área do bairro de uma cidade nordestina como
> > Natal, por exemplo.
> >
> > Se fosse uma obra simples, convenhamos, já teria sido feita no início do
> > século passado, não acham? Porém, é natural que todos nós nordestinos
> > estejamos ansiosos pela conclusão desta obra de grande impacto social e que
> > será capaz der levar a milhares de pessoas uma coisa simples, necessária e
> > suficiente para subsistência humana, ÁGUA...
> >
> > Que tal iniciarmos um abaixo assinado pela importância da conclusão das
> > obras de transposição do Rio São Francisco, este sim um abaixo assinado útil
> > e que fará a diferença na vida de pessoas simples, que não tem acesso
> > regular nem a água e que, durante séculos, foram esquecidas pelos
> > governantes brasileiros. Aliás, justiça seja feita, passaram a ser lembradas
> > a partir de 2003, pois antes era só carro pipa. Nos últimos 10 anos tivemos
> > um grande projeto de construção de cisternas(de 2003 até o fim deste ano, a
> > previsão é que tenhamos 750 mil cisternas construídas no semi-árido
> > nordestino) e, a partir de 2007, foi iniciado o projeto mais importante e
> > complexo de todos, a transposição do Rio São Francisco...
> >
> > Prof. Pledson Guedes de Medeiros
> > Professor Associado
> > Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
> > Fone: (84) 3215-3786
> >
> >
> > ---------- Original Message -----------
> > From: Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br>
> > To: Lista da ABE <abe-l@ime.usp.br>, rbras_l@rbras.org.br
> > Sent: Sat, 9 Feb 2013 15:54:27 -0300
> > Subject: [ABE-L]: Descaso com o Nordeste
> >
> >> Descaso com o Nordeste
> >>
> >> (Gauss M. Cordeiro e Mariz Menezes)
> >>
> >> Há décadas ouvimos falar em seca no Nordeste e em possíveis soluções,
> >> mas nenhuma ação efetiva foi executada até hoje para resolver o
> >> problema. O projeto de redenção dessa região, segundo alguns
> >> especialistas, é a transposição das águas do Rio São Francisco.
> >> Algumas pessoas são contra a execução desse projeto alegando que
> >> retirar água do rio poderá provocar um déficit energético. Nada como
> >> as estatísticas para explicar os fatos como eles realmente são. A
> >> vazão média regularizada do Rio São Francisco é cerca de 2.250 m3/s.
> >> Para se ter uma ideia de uma vazão dessa ordem, o abastecimento de
> >> água de toda a região metropolitana de Recife efetua-se com, apenas,
> >> 16 m3/s. As projeções da transposição indicavam que seria retirada do
> >> Velho Chico uma vazão média de 40 m3/s e máxima de 70 m3/s e, claro,
> >> isso não é pouco.
> >>
> >> A obra de transposição começou em 2007 e poderá beneficiar 13 milhões
> >> de nordestinos castigados pela seca levando água através de mais de
> >> 600 km de canais de concreto para cerca de 400 municípios dos estados
> >> de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Para o desvio das
> >> águas do rio, será utilizada a captação de 1,5% da vazão nominal do
> >> rio. Ressalte-se que o erro cometido no uso da série histórica para
> >> estimar essa vazão média não supera 4%. Como resultado prático,
> >> haveria água suficiente para aliviar o sofrimento, a fome e a miséria
> >> dessa população. O Nordeste enfrenta a pior seca das últimas décadas,
> >> afetando a economia dos agricultores e pecuaristas que estão perdendo
> >> suas lavouras e cabeças de gado. Inicialmente, a obra custaria R$ 4,5
> >> bilhões. Hoje, quase que duplicou o seu valor. Entretanto, representa
> >> apenas 1/3 do total de R$ 28 bilhões a serem gastos com estádios e
> >> infraestrutura para a Copa do Mundo. Apenas 43% das obras de
> >> transposição foram concluídas, mas a competição será iniciada em junho
> >> do próximo ano.
> >>
> >> Se a maior parte da população ribeirinha for cultivar frutas às
> >> margens do Rio São Francisco, a retirada de água poderá afetar a
> >> capacidade de geração das usinas, comprometendo a situação energética.
> >> Necessário torna-se, entretanto, verificar que, ao promover-se a
> >> irrigação do sertão, as características regionais seriam alteradas e o
> >> tão chamado Polígono das Secas poderia ser bastante reduzido ou
> >> existir por menor tempo (chove, às vezes).
> >>
> >> A água que cai do céu vem da Terra e contém, em sua composição, o
> >> oxigênio que as plantas exalam. Ao avistarmos o mar, constatamos a
> >> elevada taxa de evaporação que provoca o surgimento de nuvens que
> >> darão origem à chuva. Se for levantada a pluviometria da região no
> >> entorno do lago de Sobradinho, desde a sua formação, poderemos
> >> constatar, quem sabe, que as condições ali melhoraram. O espelho de
> >> água do lago é imenso e faz alusão, como nos cordéis, a que o sertão
> >> virou mar. Hoje, não só os plantadores de frutas beneficiam-se da água
> >> do velho Chico, mas muitos outros, inclusive vinícolas. O que entrava
> >> o projeto é a falta de vontade e a incompetência dos responsáveis para
> >> gerenciá-lo. Por favor, concluam o projeto e esqueceremos que os
> >> infelizes camponeses perderam suas caquéticas vaquinhas recentemente.
> > ------- End of Original Message -------
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