Escreve Andrà Portela:
Animado pela discussÃo no seu blog e em especial pelos pontos
levantados por JoÃo Batista Oliveira, eu gostaria de acrescentar alguns
comentÃrios sobre a evoluÃÃo dos desempenhos dos alunos brasileiros nos
exames do PISA. Embora eles nÃo respondam à sua indagaÃÃo inicial sobre
as diferenÃas das evoluÃÃes entre matemÃtica e leitura, elas indicam
algumas hipÃteses para a explicaÃÃo. PorÃm eu gostaria de me ater aqui
aos pontos levantados pelo JoÃo Batista.
Ao preparar meus comentÃrios para o debate da divulgaÃÃo pÃblica dos
resultados do PISA no Brasil nesta Ãltima sexta-feira 06 de dezembro na
FGV, tive acesso à nota redigida pela OCDE sobre os resultados
brasileiros e divulgada ao pÃblico em geral bem como ao relatÃrio sobre
o Brasil. Como se sabe, esses documentos concluem dois pontos: (i) os
alunos Brasileiros continuam com desempenhos bem abaixo do desempenho
mÃdio dos alunos dos paÃses da OCDE; e (ii) as novas geraÃÃes de alunos
Brasileiros foram as que apresentaram os maiores ganhos em proficiÃncia
na Ãltima dÃcada. Em relaÃÃo a este Ãltimo ponto, os prÃprios documentos
da OCDE afirmam que praticamente todo o aumento em leitura entre 2000 e
2012 Ã devido Ãs melhorias das condiÃÃes socioeconÃmicas e culturais das
famÃlias dos estudantes. Ademais, cerca de metade do ganho em matemÃtica
entre 2003 e 2012 e metade da melhoria em ciÃncias entre 2006 e 2012 sÃo
atribuÃdas a essas mesmas melhorias do background familiar. O que me
levou a concluir que boa parte dos ganhos de proficiÃncia deve ser
atribuÃda à melhoria geral das condiÃÃes socioeconÃmicas do paÃs
vivenciadas na Ãltima dÃcada. Como jà muito bem documentado no Brasil e
no mundo, melhores condiÃÃes socioeconÃmicas das famÃlias se refletem em
melhores resultados educacionais dos seus filhos e filhas. Serà que as
nossas escolas apenas surfaram na melhoria geral das condiÃÃes
socioeconÃmicas das famÃlias?
Instigado por esta questÃo, resolvi buscar mais elementos para
aclarar essa dÃvida. Em primeiro lugar, seguir os seus passos (e do
Rubem Klein) e examinei os resultados dos alunos da 8Â sÃrie/9Â ano das
escolas pÃblicas do SAEB/Prova Brasil. Eles tambÃm apresentam melhoras
paulatinas a partir de 2001. Fiz um simples exercÃcio de decomposiÃÃo
entre os anos de 2001 e 2011. Verifiquei as composiÃÃes etÃrias dos
alunos na 8Â sÃrie/9Â ano nesses dois anos e calculei as proficiÃncias
mÃdias por idade. Elas estÃo representadas nos grÃficos abaixo.
(O texto completo com os grÃficos està disponÃvel no arquivo pdf em
anexo)