[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: Universidade públic a egratuita.



Vamos devagar:
Nao eh verdade que nao podemos argumentar sobre os impostos. Vivemos numa
sociedade que tem mecanismos para determinar e fazer valer a vontade de
uma maioria. Nao espere que seja facil determinar esta maioria e nem que estes
mecanismos sejam simples e rapidos. A sociedade em questao se compoe
de muitos milhoes e eh o resultado de muitos anos que atravessaram varios
estagios.
Nao eh verdade que nao temos retorno algum. Para nao falar do elaborado
sistema que eh o Brasil, comece pensando sobre tudo que envolve a
mensagem que voce enviou. Desde hoje de manha, quando pisou na rua. Talvez
um pouco alem, desde que prestou vestibular.
Discordo de muito que estah e tem sido feito ao longo de nossa
historia. Mas se ficarmos "falando" que o Brasil eh nada e que a culpa
eh deles, terei nada para melhorar e nada a ver com isto. 

Marcos Ercilio Couto
Universidade de Sao Paulo/IME/Mestrado em Ciencia da Computacao
PROTECTED

On Thu, 16 May 2002, Eduardo Oda wrote:

> Antes de mais nada, viso colocar alguns pontos que julgo relevantes em uma
> breve discussao sobre o corrente assunto.
> 
> Por favor, entendam que o momento nao permite o devido aprofundamento, mas
> acredito que a opniao de um aluno da graduacao, mesmo que seja de uma
> forma um tanto quanto superficial, seja interessante.
> 
> =========================
> 
> Impostos. O nome diz bem. Imposto, assim nos eh e nao podemos
> argumentar. Isso foi o que disse um de nossos gorvernantes falando  
> sobre os impostos.
> 
> Pois bem, entao que se pague 70, 80% do salario em impostos. Isso nao
> seria injusto, de maneira alguma, se vissemos retorno. Mas cada centavo
> que pagamos sentimos como um roubo, pois fica complicado encontrar 
> uma justificativa aceitavel, afinal nao temos retorno algum.
> 
> Ha de se tomar uma das posicoes: a favor dos impostos ou contra, mas
> o importante eh sermos coerentes com tal.
> 
> Pagar impostos: pagamos, proporcional a receita para evitar injusticas,
> mas *todos* temos o que precisamos 'gratuitamente': educacao, seguranca,
> saude, etc, com niveis ao menos aceitaveis, diferente de nossa realidade 
> (com raras excecoes).
> 
> Nao pagar impostos: outra possibilidade, baseada na troca voluntaria,
> paga-se pelo o que precisa-se.
> 
> Ambos sistemas funcionam (arrisco-me observar: assim como quase tudo no
> mundo) se aplicados coerentemente. Mas a coerencia eh uma questao
> subjetiva, filosofica, quase ontologica, baseada em valores, passivel de
> interpretacoes tendenciosas, devido a nossa caracteristica egoista.
> 
> Mas estamos aqui para discutir sobre pagar ou nao pagar pelo ensino na
> USP.
> 
> Sem entrar na questao de privatizacao, defendo que a USP *nao* deve ser
> paga.
> 
> Evitanto um pensamento focado, temos: o publico (aqui incluem-se os alunos
> e familia) paga impostos usados na formacao de profissionais qualificados,
> estes por sua vez retribuem trabalhando para a sociedade.
> 
> Eh bem verdade que essa harmonia em geral nao se aplica, afinal
> trabalhamos para nos mesmos. Bom, facamos entao um trabalho de
> consientizacao. Um investimento a longo prazo, mas bem mais eficaz do que
> cobrar uma mensalidade, pois estariamos nos desprendendo do economico e
> partindo para o social, um conceito perdido entre montes de dinheiro.
> 
> Existe outro ponto mais basico a ser tratado: auto-estima e uma pitada de
> ambicao. Eh disso que precisam as pessoas com deficiencia na formacao
> escolar e ate humana. Precisam acreditar que podem vencer. Acabar com o
> pragmatismo da ignorancia. Assim vao parar de se lamentar e buscar
> transformar os fracassos em sucessos.
> 
> A maneira como tratamos essas pessoas: ora ignorando, ora tentando
> ajudar das maneiras convencionais, apenas colabora para aumentar a
> inseguranca delas. O ideal eh ajudar, sim, trabalhando para a sociedade, 
> mas tambem apoia-los e incentiva-los.
> 
> Tudo isso eh muito dificil, reconheco. Mas se o objetivo for
> fazer o possivel para melhorar a sociedade, eh vital que percamos a mania
> de solucoes imediatas e passemos a nos estruturar para *resolver* os
> problemas.
> 
> Eduardo Oda
> Graduacao MAP
> 
> 
> 
> 
>